Acta Paul Enferm 2020; 33: e-EDT20200001


Entendendo o ressurgimento e o controle do sarampo no Brasil

Eduardo Alexandrino Servolo Medeiros ORCID logo

DOI: 10.37689/acta-ape/2020EDT0001

O sarampo é uma doença de alta transmissibilidade causada por um vírus RNA, gênero Morbillivirus, família Paramyxoviridae. Um doente é capaz de transmitir para outras 12 a 18 pessoas. Outra característica do sarampo é o período longo de transmissibilidade do vírus: seis dias antes do exantema a quatro dias depois do seu aparecimento. O sarampo estava controlado nas Américas e o Brasil recebeu o certificado de erradicação em 2016 e perdemos no final de 2018, pelo avanço dos surtos que estão ocorrendo até os dias atuais.,

O sarampo é uma doença potencialmente grave que cursa com febre, coriza, conjuntivite e manchas vermelhas pelo corpo, que tem início na região retroauricular e dissemina-se para rosto, tronco e membros: chamada de distribuição craniocaudal. As clássicas lesões de Koplik, que são lesões de 2 a 3mm de diâmetro, discretamente elevadas, de cor branca com base eritematosa, localizadas na região interna da mucosa oral, na altura do segundo molar superior, estão presentes em alguns casos, antes do exantema e desaparecem em 48 horas. O sarampo tem a capacidade de deprimir a resposta imune para outros patógenos. Assim, a doença pode evoluir com complicações infecciosas bacterianas como a otite média e a pneumonia, especialmente em crianças menores de cinco anos, desnutridos e imunodeprimidos. O sarampo em crianças com deficiência de vitamina A associada a desnutrição tem evolução mais grave e pode causar cegueira. Uma outra complicação crônica rara (incidência de 4 a 11 casos por 100.000 pessoas) é a panencefalite esclerosante subaguda, doença degenerativa que afeta crianças e adultos jovens causada pela infecção persistente do vírus no encéfalo com consequente resposta imunológica crônica.

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Entendendo o ressurgimento e o controle do sarampo no Brasil

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