Rev. Bras. Cardiol. Invasiva.2017;25(1-4):22-6.
Intervenção coronária percutânea em artérias de fino calibre
DOI: 10.31160/JOTCI2017;25(1-4)A0006
RESUMO
Introdução:
A intervenção coronária percutânea (ICP) em artérias de fino calibre corresponde a 30 a 40% dos procedimentos terapêuticos invasivos, e exibe taxas elevadas e persistentes de reestenose, a despeito da evolução dos dispositivos empregados. O objetivo deste estudo foi avaliar a evolução do perfil desta modalidade terapêutica no Brasil nos últimos 10 anos.
Métodos:
Foram incluídos 24.895 pacientes do registro da Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC) submetidos a 25.892 procedimentos com pelo menos um stent com diâmetro ≤ 2,5 mm entre 2006 e 2016, subdivididos em três períodos: 2006-2008, 2009-2011 e 2012-2016. Avaliaram-se características clínicas, angiográficas e desfechos intra-hospitalares destes pacientes.
Resultados:
Houve predomínio de pacientes do sexo masculino (59,7%), com média de idade de 63,3 anos, sendo 26,1% portadores de diabetes e 59,7% de coronariopatia uniarterial. O diâmetro médio dos stents utilizados foi de 2,47 mm, dos quais 25,5% eram farmacológicos. Dentre os desfechos intra-hospitalares, ocorreram 140 óbitos (0,6%), 79 infartos do miocárdio (0,3%) e 4 cirurgias de revascularização miocárdica de urgência (0,02%). Observou-se redução significativa na prevalência dos fatores de risco cardiovasculares e na taxa de eventos cardíacos adversos graves (1,2% vs. 0,6%; p < 0,0001) entre os períodos de 2006-2008 e 2012-2016.
Conclusões:
Em pacientes submetidos à ICP em vasos de fino calibre cadastrados na CENIC, houve evolução temporal favorável, traduzida pela redução dos fatores de risco e pela menor taxa de complicações hospitalares, a despeito de um aumento na complexidade dos procedimentos.
Palavras-chave: Doença das coronárias; Intervenção coronária percutânea; Sistema de Registros; Stents
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