Este artigo trata das condições de produção e materialização do poder no discurso oficial. Toma a Ocupação Urbana do Bubas em Foz do Iguaçu - PR como estudo de caso. Trabalha com duas formações discursivas que conflitam, buscando evidenciar as aproximações e distanciamentos que se dão nessa múltipla fronteira - zonas de conflito psíquicas - que, em tese, determinam outras memórias e o comportamento urbano do(s) sujeito(s). Ao expor essas formações discursivas se “desvela” uma memória discursiva que, sempre presente, promove um apagamento/silenciamento que se dá na ordem do discurso. Ao trazer a baila a discussão atinente a duas formações discursivas conflitantes, se expõe também uma realidade concreta que se traduz em uma disputa por uma representação social de legitimidade, de estratégia(s) de resistência(s), de ações sociais coletivas de caráter sociopolítico, do discurso oficial e dos sujeitos da ocupação como forma de organizar e expressar sua(s) demanda(s) por território enquanto terreno disputado material e simbolicamente. O arcabouço teórico se sedimenta na Análise do Discurso (AD) de vertente francesa, cuja teoria (dos sentidos) focaliza a atenção nos discursos, que são produzidos em sua relação com o contexto social e em sua relação com a ideologia. Como resultado, este artigo apresenta uma forma singular de compreensão e indica possíveis caminhos para estudos futuros.
