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Prof. Clovis Vincent

HOMENAGEM

Prof. Clovis Vincent*

Nasceu Clovis Vincent em Ingres, Loire, em 26 de setembro de 1879 e faleceu em Paris a 14 de novembro de 1947. Cursou medicina em Paris, foi interno de Félix Terrier e de Babinski, na antiga Pitié. Em 1913, foi admitido, por indicação de Souques, como médico dos Hospitais de Paris, freqüentando a Salpêtrière e logo se notabilizando como neurologista. Com formação cultural organicista na escola de Babinski, Gambault, Nageotte, Raymond, Guillain e, principalmente, Souques até 1905, preocupou-se, desde logo, particularmente com os pacientes funcionais, trabalhando, por conseguinte, em terreno limítrofe da neurologia e da psiquiatria. Em janeiro de 1939, assumiu a cátedra de neurocirurgia na Faculdade de Medicina da Universidade de Paris.

Ainda moço, mas já muito conceituado, foi, durante a guerra de 1914, nomeado chefe do Centro Neurológico da 9.a Região Militar, em Tours. Aí, teve oportunidade de prestar relevantes serviços, aplicando em numerosos pacientes tratamento elétrico que denominava "reeducation intensive", e que os soldados alcunharam de "torpillage". Mesmo tendo feito voltar às trincheiras alguns milhares de soldados curados de enfermidades funcionais pós-traumaticas, viu-se envolvido em ruidoso processo - o chamado processo de Tours - que empolgou o Parlamento Francês.

Clovis Vincent sistematizou e generalizou o uso de correntes elétricas, ideado por Duchenne de Boulogne no tratamento dos "encurvados", pacientes que constituíam sua enfermidade psicossomática com base em um traumatismo e que arrastavam indefinidamente uma inatividade onerosa para o Estado, peregrinando dum para outro hospital e desfalcando as fileiras das linhas de frente. O soldado Deschamps, por seu advogado Paul Meunier, apelara para os direitos dos militares de se recusarem a tratamentos que produzissem dores, apontando Clovis Vincent como responsável. Deschamps sofrera uma queda e passou a dizer que os intestinos iriam sair-lhe do ventre. Tornou-se um herniado potencial; mesmo assim, andou oito dias e só depois foi evacuado para Saint-Malô, onde foi operado, não sendo encontrada qualquer lesão. Durante o pós-operatório, passou a queixar-se da espinha e a andar encurvado. Vagou 18 meses por diversos hospitais, até ser declarado incurável e enviado para o Hospital Descartes em Tours. Aí, quando Clovis Vincent quis tratá-lo pelas correntes elétricas, agrediu o médico, que teve de defender-se fisicamente. Originou-se, assim, o processo que popularizou o nome de Clovis Vincent, cujo conceito fez com que as maiores sumidades médicas da França comparecessem em sua defesa; entre outros, assim o fizeram Huet, Diretor dos Serviços de Eletricidade Médica da Salpêtrière e Presidente da Societé de Neurologie de Pans, Babinski, o grande discípulo de Charcot, e Teissier, professor da Faculdade de Medicina de Paris. O processo provocou depoimentos interessantíssimos, entre os quais tem especial relevo e do médico Manoury, um dos beneficiados com o tratamento. O incidente não fez esmorecer a capacidade inquebrantável de Clovis Vincent e numerosíssimos outros "encurvados" foram reconduzidos às trincheiras, depois de curados pelo processo de "torpedeamento".

Durante a guerra, Clovis Vincent teve farta produção científica (ver lista, de trabalhos de n.°s 1 a 9). Após o armistício, reassumiu a direção do seu Serviço na Pitié e pôde dedicar-se aos estudos de outros problemas neurológicos que o fascinavam. Foi árdua a reconstrução do que se desorganizara com a guerra e depois de pequeno interregno, surgiram novamente abundantes trabalhos científicos, todos valiosos no seu conteúdo (ver lista de trabalhos de n.°s 10 a 42).

Em 1927, Clovis Vincent, entusiasmado com a neurocirurgia e certamente antevendo as possibilidades da novel especialidade e a instâncias de Thierry De Martel, empreendeu breve viagem aos Estados Unidos, onde visitou vários serviços, especialmente o de Harvey Cushing e o de Percival Bailey, com quem compreendeu a neurocirurgia americana, encaminhando-se desde então, decididamente, para a cirurgia do sistema nervoso. Em maio de 1928, Clovis Vincent operou o primeiro paciente, portador de cisto hidático na cissura de Sylvius.

Começam, então, a surgir suas publicações sobre assuntos de neurocirurgia e, como sempre teve grandes afinidades pela eletricidade médica, recai com freqüência sua escolha sobre assuntos relacionados com a radiologia. Não poderia Clovis Vincent deixar de imprimir caraterísticas personalíssimas em uma obra desse vulto; para tanto, não lhe faltavam a pujança intelectual e a inegualável resistência física. Segundo ele próprio declara em sua aula inaugural (Presse Médicale 40: 761-766, 20 maio 1939), no período de 1930-1933 dispendeu o mais duro esforço, moral, intelectual e fisicamente. Constitui trecho impressionante de seu discurso de posse, aquele que se refere à luta que enfrentou com o meio, com os médicos e com os hospitais, até que, por força do desenvolvimento do seu serviço, em 1933, criou-se o Serviço da Pitié, transformando as salas de neurologia em salas de neurocirurgia. Salienta o Mestre Francês que o chefe, assistentes e internos, eram os mesmos; foram instruídas adequadamente enfermeiras auxiliares, que se especializaram em neurocirurgia. E tudo fez só com seu exemplo, não sob ordens ou com resignação, mas com entusiasmo. Esse período de intensa atividade se prolongou até 1939, quando assumiu a cátedra de Neurocirurgia, e nele foi grande a produção científica (ver lista de trabalhos de n.°s 43 a 137).

Estava a França em atraso em relação a outros países no referente ao ensino da neurocirurgia em grande parte devido à obstinação de De Martel em não aceitar a cátedra de Neurocirurgia. O prestígio deste grande neurocirurgião e sua atitude em face do ensino da especialidade fizeram com que, só em 1938, o Conselho Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Paris, vencendo sérias objeções, propusesse ao governo a criação da Cadeira de Neurocirurgia, a qual foi entregue à chefia de Clovis Vincent. A Fundação Rockefeller montou convenientemente o serviço de neurocirurgia na Pitié, em 4 amplas salas - salas Charcot, Babinski, Déjerine e Pierre Marie - com 150 leitos para homens, mulheres e crianças, e com vários serviços auxiliares - neurologia ocular, electrodiagnóstico, radiologia neurológica, neuropatologia, bloco cirúrgico e pulmão de aço - que dão ao conjunto um cunho de Instituto de Neurocirurgia.

Em janeiro de 1939, Clovis Vincent, quase aos 60 anos de idade, proferiu sua aula inaugural, demonstrando grande força íntima e ânimo ainda inquebrantável, com uma vontade marcante de ensinar, ao lado de evoluída compreensão filosófica, fruto da experiência em tão dilatados anos de luta na neurologia e na neurocirurgia. Nessa ocasião referiu que, em 6 anos, tinham sido praticadas, no Serviço de Neurocirurgia da Pitié, 1435 ventriculografias e 2.060 operações; no correr de 1934, foram feitas 335 grandes operações e, sempre em curva ascencional, em 1938 foram praticadas 491 intervenções neurocirúrgicas, com mortalidade de 16%, taxa que poderia ser reduzida se selecionasse os casos, evitando as operações nos pacientes em estado grave; mas, estabelecera o princípio da necessidade de sempre operar, mesmo in extremis, pois alguns casos bem sucedidos justificavam essas tentativas tão desfavoráveis às estatísticas dos sucessos.

Como professor foi notável, criando numerosa escola, na qual sobressaem colaboradores renomados, na neurologia (Krebs, Chavany, Thiébaut), na neurocirurgia (Bertet, David, Puech, Klein e Dras. Balkanji e Rappoport), na eletrologia (Delhorm, Merel, Kahn, Fischgold, Bernard, Codet, Devon, Mme. Falnsilber, Stronzer, Stuhl), na neuropatologia (Jaques Lebeau e Bertet), na neuroftalmologia (Hartmann) e na neurotorrinolaringologia (Winter).

No campo da neurocirurgia, além de vulgarizar os conhecimentos clássicos da especialidade, chamou a atenção para a importância do engasgamento das amígdalas cerebelares no funil dural da fossa posterior e primeiras porções raqueanas em correspondência com a cisterna magna, ao que denominou "cone de pressão"; estudou o edema cerebral; introduziu vários aperfeiçoamentos de técnica operatória; instalou um serviço harmônico, no qual os pacientes neurocirúrgicos tinham assistência clínica e de especialidades conexas; onde eram estudados histopatologicamente, não só os tumores extirpados, mas, nos casos de óbito, todo o sistema nervoso central. A supervisão imprimida por Costero e Del Rio Ortega, e depois, por Bertet, chefe do laboratório, é uma garantia da segurança científica desses estudos.

No domínio da radiologia, o Serviço de Clovis Vincent, que possui os melhores aparelhos e acessórios para radiografias do crânio e coluna (aparelhos de Lysholm, Hertz e Hirsch), permitiu-lhe mostrar o valor da incidência fronto-suboccipital para o diagnóstico radiológico dos tumores do ângulo pontocerebelar. No estudo da ventriculografia, além das seis incidências (duas da face, duas de perfil, fronto-suboccipital e suboccípito-frontal), Clovis Vincent preconizou outra de três quartos, destinada ao estudo do aqueduto de Sylvius e do 4.° ventrículo, na qual a cabeça inclinada de lado se apoia sobre uma bossa frontal, e o raio central penetra acima e para fora da mastóide do lado oposto.

Depois que passou a dirigir a cátedra de Neurocirurgia, foram numerosas e de grande valor as publicações de Clovis Vincent (ver lista de trabalhos de 138 a 150). Segundo se lê no prefácio feito por Clovis Vincent em outubro de 1943 para o livro de Klein e Thiébaut — "Neuro-Chirurgie d'Urgence" — a mobilização, a invasão, a ocupação e a destruição de seu serviço pelos alemães, perturbaram fundamentalmente a produtividade do preclaro neurocirurgião. As lutas, os contratempos e, por fim, a idade, teriam feito esmorecer o ritmo prodigioso de produção científica de Clovis Vincent, e talvez sejam esses os motivos pelos quats não foram condensadas em livro suas aquisições para a neurocirurgia. Ainda assim, escreveu o capítulo "Traitement Chirurgical des Adênomes de l'Hypophyse" na Encyclopedic Médico-Chirurgicale (Masson) e, auxiliado pelos seus colaboradores, o grande capítulo sobre "Les maladies de l'encéphale. Applications de la radiothérapie aux maladies traitées par la neuro-chirurgie", no tratado de Électro-Radiologie (Masson, 1938). Existem publicadas 4 biografias de homens ilustres, por Clovis Vincent, a saber: J. Babinski, na Rev. Neurol. 2: 441 novembro 1932; M. Souques, in Bull. Mém. Soe. Méd. d. Hôp. Paris 61: 55, 1945; Jules Henri Barth, in Bull. Mém. Soe. Méd. d. Hôp. Paris 61: 117, 1945; Paul Henri Papillon, in Bull. Mém. Soe. Méd. d. Hôp. Paris 61: 334, 1945.

Para dar uma idéia de conjunto do volume da obra científica de Clovis Vincent, basta dizer que, mesmo desfalcados de revistas francesas durante a 2.a guerra mundial, conseguimos obter 150 citações bibliográficas completas de publicações neurológicas e referências a mais 12 comunicaçães feitas a sociedades científicas, talvez não publicadas. Muitos desses trabalhos foram feitos em colaboração com assistentes, demonstrando o alto espírito de escola. Desenvolveu sua atividade na cátedra de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de Paris durante 9 anos, e veio a falecer em conseqüência de enfermidade que o obrigou a submeter-se a uma intenvenção cirúrgica. Na revisão bibliográfica que fizemos, foram encontradas referências a duas publicações sobre a personalidade de Clovis Vincent: A. Boudouin, in Paris Medical 1: 18, fevereiro de 1939 e R. Rabinovitch, in J. Neurosurg., 2: 530-534, novembro de 1945, as quais, lastimavelmente, não conseguimos compulsar.

A projeção do nome de Clovis Vincent na França teve extensão comparável à de Cushing nos Estados Unidos: ambos ultrapassaram os limites de seus países e se tornaram conceituados no mundo inteiro no terreno da neurocirurgia. Clovis Vincent, na Europa, ocupava lugar de primeira plana, ao lado de Olivecrona e de Tönnis. Fora da literatura médica, a personalidade de Clovis Vincent inspirou vários escritores, podendo-se referir recentemente Marie Bynon Ray que, no livro "Médicos do Espírito - O Romance da Psiquiatria", faz a descrição de uma operação de tumor cerebral pelo grande mestre. Certamente, foi dos cidadãos franceses que mais trabalhou para glorificar sua pátria - de forma beneditina, perseverante e consciente - num dos ramos mais difíceis da medicina. Esses relevantes serviços lhe valeram a "Legião de Honra", além de numerosas citações de mérito militar durante a guerra 1914-1918, por serviços em ambulâncias nas frentes de batalha.

Clovis Vincent ensinou, com seu exemplo, que os neurocirurgiões devem saber neurologia e combateu a tendência dos operadores que intentam praticar neurocirurgia sem se adaptar às exigências da especialidade, recomendando operar cautelosamente, sem se preocupar com o tempo, sob anestesia local, de preferência, para não agravar o paciente com uma anestesia geral prolongada.

Clovis Vincent foi um idealista que considerava os médicos e cirurgiões como homens privilegiados que, nesta época de máquina e de trabalho em série, com despersonalização, são ainda sonhadores, que continuam a fazer com as suas mãos a felicidade do próprio viver, distribuindo ao resto da humanidade parcelas de alegria pela recuperação da vida de entes queridos. Que o seu exemplo de operosidade, de honestidade científica possa ser imitado pelos neuro-cirurgiões, a sua obra magnífica apreciada devidamente pelos médicos e reconhecida pela humanidade.

Prof. Dr. Carlos Gama (F. I. C. S.)

Catedrático de Clin. Neurológica Fac. Med. Univer. Bahia Chefe do Serviço Neurologia da Santa Casa de São Paulo

PUBLICAÇÕES DO PROF. CLOVIS VINCENT

1. Le traitetnent des phenomènes hystériques par la "rééducation intensive". Arrault et Cie, Tours, junho, 1916.

2. Note sur le traitement de certains troubles fonctionnels. Rev. Neurol,. 2: 102, 1916.

3. Au sujet de l'hystérie et de la simulation. Rev. Neurol., 2: 104, 1916.

4. La rééducation intensive des hystériques invétérés. Bull Mém. Soc. Méd. Hôp. Paris, 2: 198, 1916.

5. A propos du prognostic et du traitement des troubles dites réflexes. Rev. Neurol., 2: 537, 1916.

6. Le traitement intensif des hystériques. Rev. Neurol., 2: 670, 1916.

7. Variations du reflexe achilléen chez certains hommes atteints de troubles physiopathiques des membres inférieurs. Rev. Neurol., março-abril, 1917.

8. Sur le traitement et le prognostic des phenomènes physiopatiques. Rev. Neurol., 6: 557, 1917.

9. Sur le prognostic des troubles réflexes. Rev. Neurol., 3: 197, 1918.

10. Manifestations of emotional shock on battlefield. Lancet 1: 69 (janeiro, 11), 1919.

11 Encéphalite épidémique. Bull. Méd. Soc. Méd. Hôp. Paris, 44: 316, 1920.

12. Traitement de l'épilepsie avec l'acide phenylethylbarbiturique. Bull. Mém. Soc. Méd. Hôp. Paris, 44: 644, 1920.

13. Éxiste-t-il de syphilis nerveuse en activité sans réaction méningée? Médicine (Paris), 2: 380, 1920.

14. Troubles réflexes: spasmes. contractures, douleurs intolerables chez un amputé de la jambe; persistence des troubles réflexes après la section des nerfs sensitifs périphériques; guérison après section du sympatique periarteriel. Rev. Neurol., 28: 748, 1921. (Em colaboração com C. Lardennois).

15. Troubles respiratoires dans l'encéphalite épidémique: Thorax dilaté, fixé en inspiration; dissociation de la synereie des mouvements thoraco-abdominanx inspiratoires; oedème aigú pulmonale actif: reabsorption rapide de l'cedème après iniection d'adrenaline-hypophysine: pupille-reation à l'adrénaline comme moyen de prèserver le select du choc adrènalinique. Boll. Mém. Soc. Méd. Hôp. Paris, 46: 1111, 1922. (Em colaboração com C Bernard).

16. Lésions de la moitié supérieure du mésocéphale. Troubles cérébelleux et phenomènes ataxiques. Rev. Neurol., 29: 1482, 1922. (Em colaboração com E. Bernard).

17. Sur une variété nouvelle de paraplégie. Presse Méd., 30: 1006, 1922. (Em colaboração com E. Bernard).

18. Paralysie de convergence après encéphalite. Bull. Mém. Soc. Méd. Hôp. Paris, 47: 223, 1923. (Em colaboração com E. Bernard).

19. Trismus et clonus de la mâchoire enrayés par alcoolization des nerfs maxillaires inférieurs. Bull. Mém Soc. Méd. Hôp. Paris, 47 281, 1923. (Em colaboração com E. Bernard).

20. L'artère de la région sous-optique. Rev. Neurol., 30: 514, 1923. (Em colaboração com J. Darquier).

21. Sur l'état de la moelle dans les paraplégies complètes immédiatement consecutives aux fractures vertébrales. Rev. Neurol., 30: 652, 1923.

22. Sur le mécanisme et le traitement de certains accidents morteles consécutifs aux decompressions de la moelle. Sur le traitement des paraplégies par fractures de la colonne vertébrale. Rev. Neurol., 30: 716, 1923.

23. A propos de la maladie de M. Souques. Sur quelques caractères propres à certaines lésions du corps strié. Rev. Neurol., 30: 743, 1923.

24. Tumeur cérébelleuse avec rigidité parkinsonienne et lenteur de l'idéation. Rev. Neurol., 30: 231, 1923. (Em colaboração com E. Bernard e J. Darquier).

25. Sur la réaction de Wassermann dans les tumeurs du cerveau. Bull. Mém. Soc. Méd Hôp. de Paris., 47: 1568, 1923.

26. Au sujet du diagnostic des tumeurs compr mant la moelle; de la valeur du méthode au lipiodol. Rev. Neurol., 30: 562, 1923.

27. Névralgie du trijumeau traitée par la neurotomie retrogassérienne; guérison de la névralgie; troubles vestibulaires consécutifs à la neurotomie. Rev. Neurol., 31: 93, 1924. (Em colaboração com J. Darquier).

28 Sur le diagnostic de l'encéphalite épidémique fruste. L'hypertonie faradique provoquée. La rigidité de la base du thorax. Le phenomène du jambier anterieur. Rev. Neurol., 31: 105, 1924.

29. Sur un cas de gliome cérebral traité par la radiothérapie profonde après large trépanation. Très grande amélioration. Rev. Neurol., 31: 62, 1924. (Em colaboração com A. Chavany).

30. Sur le diagnostic des. néoformations comprimant la moelle; de la valeur du lipiodol intra-arachnoidienne. Presse Méd., 32: 123, 1924.

31. Syndrome protubérantiel aigu, probablement d'origine encéphalitique. Sur le diagnostic entre la raideur méningitique et la raideur encéphalitique précoce; sur l'aspect paraplégique de certain syndrome protubérantiel encéphalitique. Bull. Mém. Soc. Méd. Hôp. Paris. 48: 18, 1924. (Em colaboração com J. Darquier).

32. Sur le diagnostic des tumeurs médullaires avec rigidité hyperalgique du rachis et des membres inférieurs; des caractères distinctifs de la rigidité rachidienne. des tumeurs et de celle du mal de Pott. Rev. Neurol., 31: 592, 1924. (Em colaboração com J. A. Chavenay).

33. Pseudo-paraplegia from unilateral cerebral lesion. Rev. Neurol., 1: 337, 1925.

34. Diagnostic et traitement des syndromes d'hypertension intracranienne. Progrès Méd. (Paris), 11: 835, 1925. (Em colaboração com T. De Martel).

35. La plastica cranica com lembi osteo-periostei tibiali e sezione tangenziale discontinua. Arch. Ital. Chir. Bologna 12: 529, 1925. (Em colaboração com M. Bufalini).

36. Tumeur de l'angle ponto-cércbelleux. Torpeur profond et amaurose: opération; retour de lucidité psychique et d'une partie de l'acuité visuelle. Rev. Neurol., 33: 623, 1926. (Em colaboração com T. De Martel).

37. Contribuitions au traitement et au diagnostic des tumeurs du corpe pituitaire. Rev. Neurol., 33: 1166, 1926.

38. Sur la disparition de la selle turcique dans les tumeurs de la loge cérébrale postérieure. Les erreurs de diagnostique qui en sont la consequence. Rev. Neurol., 34: 96, 1926.

39. Les espasmes et les tics des paupières. Rev. Gén. Clin, et Thérap., 40: 787, 1926 e 40: 805, 1926. (Em colaboração com A. Cantonnet).

40. La chirurgie des tumeurs intramédullaires en France 1913. Sur un cas rapporté par Gendrom, opéré avec succès par Th. De Martel. Rev. Neurol., 35: 491, 1927.

41. Abcès cérébral. Trépanation. Guérison sans perte de substance osseuse cranienne. Rev. Neurol, 35: 1060, 1927. (Em colaboração com T. De Martel).

42. A propos d'un cas de tumeur du vermis médian. Sur l'innocuité relative des explorations cérébrales. De la valeur des crises de céphalée sousoccipitale avec opisthotonus de la téte dans les tumeurs oblitérant l'aquéduct de Sylvius. Rev. Neurol., 36: 69, 1927. (Em colaboração com F. Rappoport).

43. Les méningiomes de la gouttière olfactive. Sem. Hôp. Paris., 4: 254. 1928 e 4: 280, 1928.

44. Diagnostic des tumeurs cérérales par la ventriculographie. Presse Méd., 36: 612, 1928.

45. La ventriculographie par l'air dans huit cas de tumeurs du cerveau. J. Radiol, et Électrol., maio, 1928. (Em colaboração com Thoyer, Rizat, Cossat e David).

46. Diagnostic des tumeurs comprimant le lobe frontal. Rev. Neurol.. 1: 801, 1928.

47. L'épreuve manométrique de Queckenstedt-Stookey. moyen de diagnostic clinique des tumeurs médullaires. Prat. Méd. Franc, 7: 267, 1928. (Em colaboração com M. David.)

48. T tumori cerebrali - diagnosi e cura. Cervello, 7: 195, 1928. (Em colaboração com A. Beclère e outros).

49. Sur l'extirpation des tumeurs du cerveau. Présentation de huit malades guéris, Bull. Mém. Soc. Méd. Hôp. Paris., 53: 41, 1929. (Em colaboração com T. De Martel e M. David).

50. Distension ventriculaire avec stase papillaire, euphorie déchanchée à petits pas sans tumeur frontale. Trépanation postérieure. Guérison. Rev. Neurol., 1: 106, 1929. (Em colaboração com Laignel-Lavastine).

51. Méningiome de la région pariétale supérieure gauche. Extirpation. Guérison. Rev. Neurol., 1: 249, 1929. (Em colaboração com T. De Martel).

52. Deux cas d'angiome veineux cérébral. Rev. Neurol., 1: 509, 1929.

53. Endothéliome sous-piemérien de la région frontal gauche. Ablation. Guérison. Rev. Neurol., 1: 471, 1929. (Em colaboração com T. De Martel e M. David).

54. Sur le traitement chirurgical des tumeurs du cerveau. Bull. Soc. Ophtalmol. Paris, 4: 233, 1929.

55. Sur le diagnostic de néoformation comprimant la moelle. L'épreuve manométrique lombaire. Presse Méd., 37: 585, 1929. (Em colaboração com M. David).

56. Une observation de méningiome temporo-facial. Bull. Mém. Soc. Nat. Chir., 55: 834, 1929.

57. Présentation de quatre malades atteints de tumeurs du cerveau. Ablation, guérison. Rev. Neurol., 2: 76, 1929. (Em colaboração com M. David, e P. Puech).

58. Présentation de huit malades atteints de tumeurs cerébrales diverses opérés et guéris. Bull. Mém. Soc. Méd. Hôp. Paris, 53: 1298, 1929. (Em colaboração com M. David e P. Puech).

59. Méningiome de la scissure de Sylvius. Rev. Neurol., 2: 558 1929. (Em colaboração corn O. Crouzon).

60. Sur le traitement chirurgical des tumeurs du cerveau aux Etáts-Unis. Rev. Méd. Paris, 46: 886, 1929.

61. À propos de l'aphasie. Rev. Crit. Pathol. Thérap. 1: 137, 1930.

62. Les halucinations visuelles des tumeurs temporales avec trois observations. Rev. Neurol., 1: 203, 1930.

63. Sur l'aléxie; prodution du phenomène à la suite de l'extirpation de la corne occipitale du ventricule latéral gauche. Rev. Neurol., 1: 262, 1930.

64. Les muscles de lapin employés comme hémostatique cérébral peuvent confirer une pasteurellose mortelle. Rev. Neurol, 1: 272, 1930.

65. Trois cas de tumeurs de la poche cranio-pharyngée, opérés et guéris. Rev. Neurol., 1: 389, 1930. (Em colaboração com M. David et P. Puech).

66. Radiographie des artères cérébrales. Rev. Crit. Pathol, et Thérap. 1: 254, 1930.

67. Sur le diagnostic, traitement chirurgical et prognostic des arachnoidites spinales. Rev. Neurol., 1: 577, 1930.

68. Tumeur intra-ventriculaire droite comprimant les tubercules quadrijumeaux postérieures. Ablation d'une très grande partie. Guérison. Rev. Neurol., 1: 644, 1930.

69. Réflexions sur la statistique d'une première année de Neuro-Chirurgie. Rev. Neurol., 1: 755, 1930.

70. Hemangioblastome cérébral. Rev. Neurol., 1: 769, 1930.

71. Trois cas d'adénome de l'hypophyse opérés par voie trans-frontale. Guérison. Rev. Neurol., 2: 116, 1930.

72. Neuroepithéliome de la rétine et du chiasma chez un enfant de cinq ans. Bull. Mém. Soc. Radiol Méd. France, julho, 1930, (Em colaboração com Stuhl).

73. Adénome de l'hypophyse. Indications thérapeutiques. J. Méd. France, 19: 367, 1930.

74. Deux cas d'hemangioblastome du cervellet. dont un familier. Sur la valeur de l'attitude de la tête pour le diagnostic des tumeurs de la fosse posterieure. Rev. Neurol., 1: 32, 1931. (Em colaboração com F. Rappoport).

75. Sur deux cas de tumeurs de la region hypophysaire. Traitement chirurgical. Guérison. Rev. Neurol., 1: 288, 1931. (Em colaboração com P. Puech e M. David).

76. Du prognostic des interventions chirurgicales pratiquées sur les régions hypophysaire et chiasmatique par voie transfrontale. Rev. Neurol., 1: 364, 1931.

77. Méningiome de la faux du cerveau. Ablation de la tumeur intra et extracraniènne. Stérilization et remise en place du volt osseux. Guérison. Rev. Neurol., 1: 452, 1931. (Em colaboração com M. David e P. Puech).

78. Sur le traitement des sequelles des traumatismes craniens par l'insuflation d'air. Rev. Neurol., 1: 651, 1931. (Em colaboração com P. Schiff, P. Puech e M. David).

79. Tumeurs du lobe frontale gauche. Des erreurs de localisation que peuvent entrniner certaines attitudes anormales de la tête. Rev. Neurol., 1: 758, 1931. (Em colaboração com J. Darquier).

80. A propos de sept cas d'arachnoidite opto-chiasmatique. Rev. Neurol., 1: 760, 1931. (Em colaboração com M. David e P. Puech).

81. Papillomes du 4e. ventricule obstruant l'orifice inferieur de l'aqueduct de Sylvius. Rev. Neurol., 1: 811, 1931. (Em colaboração com M. David, P. Puech e H. Bertet).

82. Diagnostic des tumeurs obstruant l'aqueduct de Sylvius. Rev. Neurol., 2: 356, 1931.

83. Adénome de l'hypophyse avec troubles mentaux. Consideration sur quelques points de technique opératoire. Rev. Neurol., 2: 801, 1931. (Em colaboração com F. Rappoport e H. Bertet).

84. Astrocytome kystique du cervellet. Ablation de la tumeur murale. Guérison. Rev. Neurol., 1: 66, 1932. (Em colaboração com R. Rappoport, Bertrand, Zadoc e Kahn).

85. Le traitement chirurgical des compressions directes du chiasma e du nerf optique dans le crâne. Bull. Soc. Ophtalmol. Paris, pág. 282, maio, 1932.

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* Homenagem póstuma prestada na sociedade de medicina e cirurgia de São Paulo em 28 de novembro de 1947, e na secção de neuro-psiquiatria da associação paulista de medicina em 5 de dezembro de 1947.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Fev 2015
  • Data do Fascículo
    Mar 1948
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