Abstract

Most Brazilians believe that racial and socioeconomic inequalities tend to overlap—in other words, blacks are poorer because they have less education and worse jobs. In the past few years, however, several quantitative studies have presented an interesting puzzle: racial inequalities are strongest among those at the top of the socioeconomic hierarchy. This article explores the "elitist profile" of racial discrimination through eighty in-depth interviews with black professionals in Rio de Janeiro. The results show that interviewees describe their trajectories of social mobility through mechanisms that involve both socioeconomic and racial exclusion. Their perceptions of injustice, however, are more directly related to experiences of racial discrimination. In narrating incidents of discrimination, interviewees stress the distinction and tensions between what we call generalized prejudice and particularized universalism.

Abstract

A maioria dos brasileiros e muitos cientistas sociais acreditam que negros são mais pobres do que brancos porque têm menos educação e piores empregos. Pesquisas quantitativas recentes sobre desigualdade, porém, revelam um interessante paradoxo que contradiz esta crença: nos níveis mais altos de renda e educação a desigualdade racial é mais forte. Nosso estudo busca compreender este "perfi l elitista" da desigualdade racial através de 80 entrevistas semiestruturadas com profi ssionais liberais negros. Os entrevistados ressaltam a interação de mecanismos de exclusão raciais e socioeconômicos nas suas trajetórias de ascensão social. Suas percepções e experiências de injustiça, contudo, estão diretamente ligadas à discriminação racial. Em um plano analítico, o artigo discute as tensões entre preconceito generalizado e universalismo privado nas experiências dos profi ssionais negros entrevistados.

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