Processos hidrológicos em uma sub-bacia do Parque Estadual da Serra do Mar, núcleo Santa Virgínia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509831323

Palavras-chave:

Hidrologia florestal, Monitoramento, Mata Atlântica

Resumo

O presente estudo visou caracterizar o funcionamento hidrológico de uma microbacia com cobertura de Mata Atlântica, localizada no Parque Estadual da Serra do Mar, núcleo Santa Virgínia. Para isso, foram quantificados os compartimentos hidrológicos, durante os anos de 2008 e 2009. Os resultados mostraram que em 2008, os valores de precipitação (P), interceptação (I), transpiração (T) e deflúvio (Q) foram de 1716 mm, 574 mm (33%), 461 mm (27%) e 681 mm (40%), ao passo que, em 2009, esses valores foram de, respectivamente, 3003 mm, 960 mm (32%), 610 mm (20,3%) e 1433 mm (48%). O predomínio de intensidades de chuva de 0 a 5 mm.h-1 e Ksat a 0,15 m de profundidade geralmente acima dos valores de intensidade de chuva faz com que quase totalidade da chuva se infiltre no solo. Como consequência, há uma baixa geração de escoamento superficial e os potenciais matriciais da água do solo próximos a zero são observados ao longo do ano. A maior precipitação apresentada em 2009 em relação a 2008 causou aumento significativo na precipitação interna, escoamento superficial e deflúvio diário elucidando a variabilidade temporal que anos mais úmidos podem provocar na dinâmica hidrológica de bacias cobertas por Mata Atlântica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Juliano Daniel Groppo, Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE, Governador Valadares, MG

Engenheiro Ambiental, Dr., Professor da Universidade Vale do Rio Doce, Governador Valadares, MG, Brasil.

Luiz Felippe Salemi, Universidade de Brasilia - UnB, Campus Planaltina, Planaltina, DF

Gestor Ambiental, Dr., Professor da Universidade de Brasília, Ciências da Vida e da Terra, Campus Planaltina, Planaltina, DF, Brasil.

Jorge Marcos Moraes, Escola de Engenharia de Piracicaba - EEP, Piracicaba, SP

Engenheiro Mecânico, Dr., Professor da Escola de Engenharia de Piracicaba, Piracicaba, SP, Brasil.

Luiz Antônio Martinelli, Centro de Energia Nuclear na Agricultura - CENA, Universidade de São Paulo - USP, Piracicaba, SP

Engenheiro Agrônomo, Dr., Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Piracicaba, SP, Brasil.

Rodrigo Trevisan, Pesquisador Autônomo, Piracicaba, SP

Engenheiro Ambiental, MSc., Pesquisador Autônomo, Piracicaba, SP, Brasil.

Referências

ALVES, L.F. et al. Forest structure and live above ground biomass variation along an elevation gradient of tropical Atlantic moist forest (Brazil). Forest Ecology and Management, 260, 679-691, 2010.

AMOOZEGAR, A. Compact constant head permeameter: A convenient device for measuring hydraulic conductivity. In: TOPP, C. G. (Ed.). Advances in measurement of soil physical properties: Bringing theory into practice. Madison: SSSA, 31-42, 1992.

ARCOVA, F. C. S.; CICCO, V. de; ROCHA, P. A. B. Precipitação efetiva e interceptação das chuvas por floresta de Mata Atlântica em uma microbacia experimental em Cunha – São Paulo. Revista Árvore, 27, 257-262, 2003.

ARCOVA, F. C. S; CICCO, V. Características do deflúvio de duas microbacias hidrográficas no Laboratório de Hidrologia Florestal Walter Emmerich, Cunha - SP. Revista Instituto Florestal, 9, 153-170, 1997.

ÁVILA, L. F.et al. Participação da precipitação pluvial em um microbacia hidrográfica ocupada por mata atlântica na Serra da Mantiqueira. Ciência Florestal, 24, 583-595, 2014.

BAGARELLO, V. Influence of well preparation on field saturated hydraulic conductivity measured with the Guelph Permeameter. Geoderma, 80,169–180, 1997.

BRAUMAN, K. A.; FREYBERG, D. L.; DAILY, G. C. Forest structure influences on rainfall partitioning and cloud interception: A comparison of native forest sites in Kona, Hawai’i. Agricultural and Forest Meteorology, 150, 265-275, 2010.

BRUIJNZEEL, L. A. Hydrology of moist tropical forests and effects of conversion: A state of knowledge review. Paris: UNESCO, IHP, 1990.

BRUIJNZEEL, L. A.; HAMILTON, L. S., Decision time for cloud forests. Paris: UNESCO, IHP, 13, 7. 2000.

CAVELIER, J.et al. Water balance and nutrient inputs in bulk precipitation in tropical montane cloud forest in Panama. Journal of Hydrology, 193, 83-96, 1997.

CHOW. V. T.; MAIDMENT, D. R.; MAYS, L. W. Applied hydrology. New York: McGraw-Hill, 570p, 1988.

DONATO, C. F.et al. Balanço de massa em microbacia experimental com Mata Atlântica, na Serra do Mar, Cunha-SP. InstitutoFlorestal, 31, 241-246, 2007.

EDWARDS, P. J. Studies of mineral cycling in a montane rain forest in New Guinea, V. Rates of cycling in throughfall and litter fall. Journal of Ecology, 70, 807–827, 1982.

ELSENBEER, H. Hydrologic flowpaths in tropical rainforest soilscapes – a Review. Hydrological Process, 15, 1751-1759. 2001.

ELSENBEER, H.; NEWTON, B. E.; DUNNE, T.; MORAES, J. M. Hydraulic conductivities of latosols under pasture, forest and teak in Rondônia, Brazil. Hydrological Processes, 13, 1417-1422, 1999.

FILL, H. D. Informações hidrológicas. In: BARTH, F. T.; POMPEU, C. T.; FILL, H. D.; TUCCI, C. E. M.; KELMAN, J.; BRAGA JUNIOR, B. P. F. Modelos para gerenciamento de recursos hídricos. São Paulo: Nobel, cap. 2, 95-210, 1987.

FREITAS, J.P.O.et al. Distribuição da água de chuva em Mata Atlântica. Revista Ambiente & Água, 8, 100-108, 2013.

FUJIEDA, M. et al. Hydrological processes attwo subtropical forestcatchments: the Serra do Mar, São Paulo, Brazil. Journal of Hydrology, 196, 26-46, 1997.

GERMER, S.et al. Influence of land-use change on near-surface hydrological processes: Undisturbed forest to pasture. Journal of Hydrology, 380, 473-480, 2010.

GÓMEZ-PERALTA, D.et al. Rainfall and cloud-water interception in tropical montane forests in the eastern Andes of Central Peru. Forest Ecologyand Management, 255, 1315-1325, 2008.

GROPPO, J.D. Caracterização hidrológica e dinâmica do nitrogênio em uma microbacia com cobertura florestal (Mata Atlântica), no Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Santa Virgínia. Piracicaba. 81p. Tese (Doutorado em Ciências) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba. 2010.

JIPP, P.H. et al. Deep soil moisture storage and transpiration in forests and pastures of seasonally-dry Amazonia. Climate Change, 39, 395–412. 1998.

LEITÃO-FILHO, H. F. Considerações sobre floristica de florestas tropicais e subtropicais do Brasil. IPEF, 35, 41-46, 1987.

LIRA, P.K.. et al. Land-use and land-cover change in the Atlantic forest landscapes. Forest Ecology and Management, 278, 80-89, 2012.

MARTINS, S. C. Caracterização dos solos e serapilheira ao longo do gradiente altitudinal da Mata Atlântica, estado de São Paulo. 2010. 155 p. Tese (Doutorado em Ciências) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2010.

MORAES, J. M et al. Water storage and runoff processes in plinthic soils under forest and pasture in Eastern Amazonia. Hydrological Processes, 20, 2509-2526, 2006.

MYERS, N. et al. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, 403, 852-858, 2000.

MURRAY-SMITH, C.; BRUMMITT, N.A.; OLIVEIRA-FILHO, A.T.; BACHMAN, S.; MOAT, J.; LUGHADHA, E.M.N.; LUCAS, E.J. Plant diversity hotspots in the Atlantic coastal forest of Brazil. Conservation Biology, 23, 151-163, 2009.

RIBEIRO, M. C. et al. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biological Conservation, 142, 1141–1153, 2009.

ROCHA, H. R. et al. Seasonality of water and heat fluxes over a tropical Forest in eastern Amazonia. Ecological Applications, 14, 22-32, 2004.

S.O.S. Mata Atlântica. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica Período 2000-2005. São Paulo: SOS MA/INPE, 2006.

SÃO PAULO. Secretaria do Meio Ambiente. Instituto Florestal. Parque Estadual da Serra do

Mar - Plano de Manejo. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente; Instituto Florestal, 2006.

STRAUCH, A. M. et al. Climate driven changes to rainfall and streamflow patterns in a model tropical island hydrological system. Journal of Hydrology, v.523, p.160-169, 2015

TABARELLI, M.; MANTOVANI, W. A regeneração de uma floresta tropical montana após corte e queima (São Paulo - Brasil). Revista Brasileira de Biologia, 59, n. 2, 239-250, 1999.

TUCCI, C. E. M. Hidrologia: ciência e aplicação. 1. ed. Porto Alegre: ABRH, 943 p. (Coleção ABRH Recursos Hídricos, 4), 2001.

VELOSO, H. P.; RANGEL FILHO, A. L. R.; LIMA, J. C. A. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, 1991.

VIS, M. Interception, drop size distributions and rainfall kinetic energy in four Colombian forest ecosystems. Earth Surface Process and Landforms, 11, 591–603, 1986.

ZIMMERMANN, B.; ELSENBEER, H.; MORAES, J. M. The influence of land-use changes on soil hydraulic properties: implications for runoff generation. Forest Ecology and Management, 222, 29–38, 2006.

Downloads

Publicado

30-06-2019

Como Citar

Groppo, J. D., Salemi, L. F., Moraes, J. M., Martinelli, L. A., & Trevisan, R. (2019). Processos hidrológicos em uma sub-bacia do Parque Estadual da Serra do Mar, núcleo Santa Virgínia. Ciência Florestal, 29(2), 595–606. https://doi.org/10.5902/1980509831323

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.