Assistência profilática anti-rábica pós-exposição humana no sul do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n5p2801

Palavras-chave:

Vigilância epidemiológica, Notificação, Tratamento, Zoonoses.

Resumo

A raiva é uma zoonose causada por Lyssavirus, com desenvolvimento progressivo e alta taxa de letalidade. No Brasil, a raiva e os acidentes causados por animais potencialmente transmissores da doença, são agravos de notificação obrigatória. A exposição à infecção por raiva coloca um alto ônus financeiro para o sistema público de saúde, especialmente para o atendimento de pessoas expostas e com alto risco de morte. O objetivo deste estudo foi definir o perfil epidemiológico da assistência pós-exposição à raiva humana no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil, de 2010 a 2015. Foram obtidos e analisados os dados do Sistema de Informações sobre Doenças Notificáveis do Brasil (SINAM); adquiridos por meio do preenchimento de formulários de consulta individuais, verificando a assistência antirrábica humana. Um total de 55% (1.898/3.453) e 45% (1.555/3.453) dos casos de assistência anti-rábica envolveu mulheres e homens respectivamente, com maior ocorrência na faixa etária de 20 a 59 anos (54,5% - 1.882/3.453). A maioria dos casos registrados (87,5% - 3.024/3.453) foi causada por cães e 10,9% (378/3.453) por gatos. O membro inferior (22,1% - 617/2.790) foi a área do corpo com o maior número de agressões por cães. Desta forma, sugere-se o treinamento para profissionais de saúde envolvidos no tratamento profilático da raiva após a exposição e disseminação de informações destinadas a educar os usuários sobre a importância das lesões relacionadas a animais.

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Biografia do Autor

Jaíne Soares de Paula Vasconcellos, Universidade Federal de Santa Maria

Aluno de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinári, Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil.

Fagner D'ambroso Fernandes, Universidade Federal de Santa Maria

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil.

Fabiana Raquel Ratzlaff, Universidade Federal de Santa Maria

Aluno de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil.

Sônia de Ávila Botton, Universidade Federal de Santa Maria

Profa Dra, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil.

Fernanda Silveira Flores Vogel, Universidade Federal de Santa Maria

Profa Dra, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil.

Luciane Silva Ramos, Superintendência de Vigilância Sanitária de Santa Maria

Enfermeira do Setor de Vigilância Epidemiológica, Superintendência de Vigilância Sanitária de Santa Maria, SVS / SM, Santa Maria, RS, Brasil.

Luís Antônio Sangioni, Universidade Federal de Santa Maria

Prof. Dr., Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil.

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Publicado

2021-07-02

Como Citar

Vasconcellos, J. S. de P., Fernandes, F. D., Ratzlaff, F. R., Botton, S. de Ávila, Vogel, F. S. F., Ramos, L. S., & Sangioni, L. A. (2021). Assistência profilática anti-rábica pós-exposição humana no sul do Brasil. Semina: Ciências Agrárias, 42(5), 2801–2812. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n5p2801

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