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ARTIGO ORIGINAL

Esgotamento profissional e satisfação no trabalho em trabalhadores do setor de emergência e terapia intensiva em hospital público

Burnout and job satisfaction among emergency and intensive care providers in a public hospital

Luiz Junior Rocha1; Maria da Conceição Juste Werneck Cortes2; Elizabeth Costa Dias2; Filipa de Meira Fernandes2; Eliane Dias Gontijo2

DOI: 10.5327/Z1679443520190404

RESUMO

INTRODUÇÃO: A incorporação tecnológica e a gestão inadequada do trabalho podem impactar negativamente a saúde mental dos trabalhadores.
OBJETIVOS: Estimar fatores associados à prevalência de síndrome de Burnout (SB) e satisfação no trabalho (ST) de equipes da sala de emergência e do centro de tratamento intensivo (CTI) de hospital público de grande porte. Método: Estudo transversal com 91 profissionais de saúde, utilizando questionários autoaplicáveis, o Maslach Burnout Inventory - Human Services Survey (MBI-HSS) para identificação da SB e o Job Satisfaction Scale (JSS20/23) para avaliação da ST.
RESULTADOS: Entre os participantes houve predomínio de mulheres (58,2%), casados/união estável (52,8%), com pós-graduação (75,8%) e idade média de 37 anos. Verificou-se que 25% apresentaram exaustão emocional, insatisfação com o ambiente de trabalho e com a relação hierárquica e 66% já tiveram pensamento de abandonar a profissão. As variáveis: trabalhar em CTI, falta de oportunidade de crescimento profissional, insatisfação com a relação hierárquica, categoria profissional de enfermagem e pensamento prévio de abandonar a profissão foram significativas e explicam até 55% da exaustão emocional entre os trabalhadores.
CONCLUSÕES: A associação positiva entre exaustão emocional e insatisfação com o trabalho mostrou-se como o primeiro marcador identificável da SB. Avaliações periódicas para identificação precoce e prevenção do adoecimento laboral são importantes na redução do sofrimento do profissional e consequente melhoria da qualidade e segurança do cuidado prestado.

Palavras-chave: burnout; hospitais públicos; equipe de saúde; esgotamento profissional; exaustão profissional.

ABSTRACT

BACKGROUND: New technologies and inadequate management of work might have negative impact on the mental health of workers.
OBJECTIVE: To investigate factors associated with the prevalence of burnout and levels of job satisfaction among emergency department and intensive care providers in a large public hospital.
METHODS: Cross-sectional study with 91 healthcare workers, who were administered the self-report questionnaires Maslach Burnout Inventory - Human Services Survey (MBI-HSS) and Job Satisfaction Scale (JSS20/23).
RESULTS: The sample was predominantly composed of women (58.2%), married workers or with a stable partner (52.8%), having attended graduate studies (75.8%) and with average age 37 years old. Twenty-five percent of the participants exhibited emotional exhaustion and dissatisfaction with the work environment and hierarchical relationships, and 66% had already thought of leaving the profession. Allocation to intensive care unit, lack of professional growth opportunities, dissatisfaction with hierarchical relationships, nursing profession, and having thought of leaving the profession explained 55% of the prevalence of emotional exhaustion.
CONCLUSION: Positive correlation between emotional exhaustion and job dissatisfaction was the earliest identifiable indicator of burnout. Periodic evaluations for early detection and prevention are important to reduce occupational disorders, and consequently improve the quality and safety of care delivery.

Keywords: burnout, psychological; hospitals, public; patient care team; burnout, professional.

INTRODUÇÃO

Precarização do trabalho, exigências de produtividade e eficiência, relações interpessoais hierárquicas conflituosas e condições laborais inadequadas podem impactar negativamente a saúde mental dos trabalhadores. Além disso, a perda dos vínculos de solidariedade entre os trabalhadores contribui para o desgaste físico, psíquico e emocional, resultando em situações de sofrimento e adoecimento, com repercussões diretas na qualidade dos serviços prestados1-5.

Nesse cenário, a síndrome de esgotamento mental relacionado ao trabalho, também conhecida como síndrome de Burnout (SB), expressa-se em quadros multiformes de depressão, hipertensão arterial, distúrbio do sono, dores de cabeça, com redução da eficiência do profissional, diminuição da motivação e comportamento disfuncional no desempenho laboral. A concretização do trabalho em saúde, ao envolver relações interpessoais, além da exigência das instituições por produtividade e eficiência, pode gerar manifestação de sofrimento e adoecimento mental, principalmente no ambiente hospitalar6-10.

Apesar de algum estresse ser intrínseco e mesmo positivo enquanto elemento motivador no trabalho, os trabalhadores da área de urgência podem entrar em Burnout ao se sentirem incapazes de investir ou lidar com suas atividades11. Selligman-Silva refere-se à importância de situações de trabalho apresentarem-se como fonte de tensões, como é o caso de unidades de terapia intensiva (UTI) e serviços de pronto-socorro1.

Eblin e Carlotto destacam como fatores predisponentes para a ocorrência da síndrome o excesso de trabalho, a alta competitividade, o lidar cotidiano com a morte e os conflitos interpessoais7. Idade, experiência prévia e habilidade de resolver situações adversas são também identificados8.

A associação entre produtividade, satisfação no trabalho e ocorrência da síndrome de esgotamento profissional tem sido demonstrada11-17.

Metanálise feita com 11 estudos seccionais apontou que o estresse e as emoções negativas contribuem para a exaustão, enquanto sentimentos positivos e sociabilidade promovem a realização profissional. A exaustão emocional, considerada a primeira fase da SB, mostrou-se associada positivamente com a síndrome (r=0,59); e a realização profissional apresentou correlação negativa, embora fraca, com a exaustão (r=-0,23) e negativa moderada com a SB (r=-0,45)18.

Entre as teorias explicativas, a concepção sociopsicológica é a mais aceita e fundamenta-se no modelo desenvolvido por Malasch, que aponta a influência de fatores pessoais e do ambiente de trabalho no aparecimento da tríade exaustão/desgaste emocional, despersonalização e sensação de diminuição da realização profissional. A manifestação de um dos quadros nem sempre é seguida pelos demais12,13,19,20.

A exaustão/desgaste emocional se refere a sentimentos de cansaço e insuficiente energia emocional. A despersonalização manifesta-se por distanciamento na relação com os pacientes e colegas de trabalho, além de baixa empatia. A sensação de diminuição da realização profissional caracteriza-se pela incapacidade produtiva e baixa autoestima em relação ao trabalho21.

Sintomas inespecíficos como insônia, irritabilidade, tristeza, desinteresse, apatia e manifestações de ansiedade acarretam sofrimento e afastamentos do trabalho de curta e longa duração e alta rotatividade, com reflexos na qualidade do cuidado1. As manifestações de esgotamento podem ocorrer simultaneamente a doenças cardiovasculares e osteomusculares9,11-16.

Distinta da SB, a satisfação no trabalho (ST) pode ser definida como um vínculo afetivo ou emocional positivo resultante do trabalho realizado22. Percebida como sensação ou estado emocional agradável ou positivo, resultante do alcance de uma meta estabelecida pelo e para o trabalhador, é influenciada pelas vivências e bagagem pessoal, seus valores e crenças21-25.

Segundo Mourão et al.24, a ST parece estar relacionada a múltiplos aspectos, entre eles: escolaridade, sobrecarga de trabalho, treinamentos realizados, autonomia, interação, apoio social e gênero. Jardim et al.19 apontaram a insatisfação como preditora da síndrome.

O maior consenso entre os que valorizam aspectos psicossociais no trabalho corrobora a teoria de Locke, desenvolvida no fim da década de 196021,25. Assim, o processo de satisfação resulta da "complexa e dinâmica interação das condições gerais de vida, das relações de trabalho, do processo de trabalho e do controle que os próprios trabalhadores possuem sobre suas condições de vida e trabalho"25.

Revisão sistemática sobre a ocorrência da SB em médicos mostrou maior prevalência entre os que atuam em UTI, seguida por medicina de família, emergências, medicina interna e ortopedia. Os autores destacam a etiologia multifatorial da síndrome, os fatores relacionados à organização e ao ambiente do trabalho, a maneira como os profissionais enfrentam o estresse e ressaltam a importância dos fatores organizacionais, das relações de trabalho e as recompensas emocionais na gênese do problema. Apontam que os determinantes da satisfação no trabalho, variável de natureza afetiva, precisam ser identificados e considerados nas intervenções preventivas26.

A SB atinge os profissionais de saúde e resulta em aumento do absenteísmo devido às doenças psicológicas, comorbidades e até mesmo no abandono da profissão. Tudo isso ocasiona sobrecarga no cotidiano dos colegas de trabalho, aumento de custo para as instituições e, consequentemente, para a saúde pública26,27.

A literatura aponta grande variabilidade nas taxas de incidência da síndrome, que pode oscilar entre 4 e 86% conforme a população estudada14,15, o conceito e os instrumentos utilizados para aferição e análise dos componentes da síndrome. Dados registrados na gerência de saúde do trabalhador do hospital onde o presente estudo foi desenvolvido apontaram que, em 2 anos, 26% de afastamentos ocorreram em virtude de transtornos mentais e comportamentais, com percentuais mais elevados na sala de emergência (9,1%) e no centro de tratamento intensivo (CTI) (6%).

Assim, o presente estudo buscou identificar a presença dos três componentes da síndrome de esgotamento profissional e de ST, associando-os ao perfil demográfico e às características ocupacionais dos profissionais de dois setores assistenciais: sala de emergência e CTI de um hospital público de grande porte. Assim, pretende-se ampliar o conhecimento sobre a SB em setores reconhecidamente estressantes de um hospital, identificando manifestações precoces do adoecimento, importantes na sua prevenção e controle.

 

MÉTODOS

Estudo seccional, analítico, desenvolvido em instituição hospitalar pública de grande porte, com 481 leitos e referência em atendimentos de urgências clínicas, localizado no município de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Os setores estudados - CTI pós-operatório e sala de emergência - foram selecionados por apresentarem as maiores taxas anuais de afastamento por licença médica, calculadas pelo número de faltas sobre o total de funcionários no local e período. Além desse, foram considerados os seguintes critérios de inclusão: atendimento assistencial a pacientes adultos agudamente enfermos; presença de equipe multiprofissional composta por médico, fisioterapeuta, enfermeiro e técnico de enfermagem; funcionamento por 24 horas, número de funcionários acima de 50 e horário restrito de visitas aos pacientes.

A população do estudo foi composta de 93 trabalhadores da equipe multiprofissional dos dois setores que concordaram em participar e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Com uma recusa e uma não devolução do questionário, foram analisados 91 (98%) questionários, respondidos por 58 profissionais (13 médicos, 6 fisioterapeutas, 14 enfermeiros e 25 técnicos de enfermagem) com atividades na sala de emergência e 33 (10 médicos, 6 fisioterapeutas, 8 enfermeiros e 9 técnicos de enfermagem) lotados no CTI.

Os questionários foram aplicados a todos os médicos, fisioterapeutas e enfermeiros. Para os técnicos de enfermagem, por serem bem mais numerosos, optou-se por incluir no estudo amostra aleatória de 30% deles, sem reposição, mantendo uma composição equivalente entre os profissionais da equipe.

Foram utilizados três instrumentos autoaplicáveis: questionário sociodemográfico ocupacional; Maslach Burnout Inventory - Human Services Survey (MBI-HSS); e Job Satisfaction Scale (JSS20/23), entregues em bloco e recolhidos após cinco dias pelo pesquisador principal.

O questionário sociodemográfico ocupacional, composto por 13 itens, foi elaborado pelos autores para identificar o perfil dos participantes segundo idade, sexo, situação conjugal, número de filhos, escolaridade e dados ocupacionais (categoria profissional, regime de contratação, carga horária semanal, tempo de serviço no hospital, dupla jornada), além de uma pergunta sobre o pensamento ou a intenção de abandonar a profissão.

Para avaliação da SB, utilizou-se o instrumento MBI-HSS, validado para o português por Lautert16, Carlotto e Câmara28. Optou-se pela utilização da escala Likert de cinco níveis, validada por Tamayo14. Os 22 itens abordam três componentes independentes: exaustão emocional (EE), com 9 itens, avalia sensação de desgaste e cansaço pelo trabalho; despersonalização (DP), com 5 itens, mede respostas impessoais e falta de empatia no atendimento a pacientes; e realização profissional (RP), com 8 itens, avalia sentimentos de competência e sucesso no trabalho. O entrevistado pontua a frequência do sentimento ou da atitude relacionada ao trabalho em cinco níveis:

1. nunca;

2. raramente;

3. algumas vezes;

4. frequentemente;

5. sempre29,30.

A pontuação em cada dimensão é considerada isoladamente, o que resulta em três valores independentes por questionário.

A SB foi identificada como uma variável contínua e avaliada por médias, tercis e quartis das notas atribuídas pelos participantes às subescalas definidas no instrumento29. Indivíduos com média/quartil acima de três para EE e DP e abaixo de três para RP foram considerados portadores da síndrome. Para a categorização em níveis, utilizou-se a distribuição em tercis: nível baixo na ocorrência simultânea de EE e DP, inferior ao percentil 33, e RP acima do percentil 67; nível moderado entre os percentis 33 e 67 nas três subescalas; e nível alto para valores acima do percentil 67 nas subescalas EE e DP e inferiores ao percentil 33 na RP2,30. O percentual de escores abaixo do ponto de corte estabelecido para cada dimensão identificou a distribuição da SB entre os participantes do estudo.

A ST foi avaliada pelo questionário JSS20/23, desenvolvido por Meliá e Peiró31 e adaptado para o uso no Brasil por Carlotto e Câmara32. O instrumento inclui 20 itens distribuídos em três domínios: satisfação com relação hierárquica, satisfação com ambiente de trabalho, satisfação intrínseca e oportunidade de crescimento profissional. Cada domínio é avaliado por escala Likert, composta de cinco níveis12,31,32. A satisfação com o trabalho foi avaliada pelas médias obtidas em cada subescala e foi considerada satisfação alta a simultaneidade de escores acima de três nos domínios.

As variáveis sociodemográficas e ocupacionais foram apresentadas por distribuição de frequência. Para a comparação entre os setores de trabalho e categorias profissionais, foram utilizados os testes do c2 e exato de Fisher. Os testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis foram adotados para as variáveis sem distribuição normal33,34.

A análise dos fatores associados aos desfechos (SB e ST) foi realizada por regressão linear univariada e multivariada, utilizando-se o algoritmo de seleção stepwise35. Os dados coletados foram processados e analisados no programa R, versão 3.01. A pesquisa foi aprovada na Plataforma Brasil - CAAE 16335813.9.3001.5129.

 

RESULTADOS

Na amostra estudada de 91 profissionais, predominaram mulheres (58%), indivíduos casados/união estável (53%), idade média de 37 anos, sendo mais de 75% abaixo de 41 anos. Efetivos ou estatutários corresponderam a 76% dos profissionais, com tempo médio de 11,3 anos de atividade na profissão. Mais da metade (57%) tinha cursos de pós-graduação. Setenta por cento trabalhavam também em outra instituição. Verificou-se semelhança no perfil nas características sociodemográficas e ocupacionais dos profissionais dos setores estudados, exceto em relação ao regime de trabalho, carga horária e intenção de abandonar a profissão (Tabela 1). No CTI, observou-se maior número de profissionais com contrato "diurno diarista sem fim de semana" e "diurno plantonista com fim semana" (p=0,036) e trabalhando 30 horas por semana (p=0,039). Também se concentrou no CTI o maior número de profissionais que já pensaram em abandonar a profissão (p=0,029).

 

 

A pontuação diagnóstica para exaustão/desgaste emocional foi demonstrada em 25% dos participantes do estudo, sendo o terceiro quartil (3°Q)=3,11 (Tabela 2). O escore nas dimensões não realização profissional (nível diagnóstico <3) e DP (nível diagnóstico >3), tanto na análise por média quanto pelo percentil, não evidenciou esses componentes da SB.

 

 

Foram observadas médias superiores a 3 nas dimensões satisfação intrínseca e oportunidade de crescimento profissional (OCP) (3,61) e na relação hierárquica (3,26) (Tabela 2).

O escore para satisfação com o trabalho atingiu médias superiores ao ponto de corte 3, exceto em relação ao ambiente de trabalho (2,98), evidenciando insatisfação dos participantes nesse quesito. A análise por quartis apontou satisfação intrínseca e OCP em todos os entrevistados e satisfação com a relação hierárquica em 75%, presença de 25% dos entrevistados insatisfeitos com o ambiente de trabalho (2,40) e com a relação hierárquica (2,77). A análise entre os setores revelou médias e percentis mais elevados de SB entre os profissionais que atuam no CTI (<0,006). Ressalte-se que em 25% deles ocorreu associação com exaustão emocional (3,33) (Tabela 3).

 

 

No CTI, a média de 2,75 aponta insatisfação com o ambiente de trabalho. Verificou-se insatisfação em 25% dos profissionais lotados na sala de emergência e em metade dos trabalhadores do setor de tratamento intensivo (Tabela 3).

A análise entre os setores revelou médias e percentis mais elevados do componente exaustão emocional da SB entre os profissionais que atuam no CTI (<0,006). Ressalte-se que o escore diagnóstico (>3) somente foi verificado em 25% dos trabalhadores do CTI (3,33) (Tabela 3). Quanto à satisfação com o trabalho, no CTI, a média de 2,75 aponta insatisfação com o ambiente de trabalho (p<0,05). Em relação aos percentis, verificou-se insatisfação nesse componente em 25% dos profissionais lotados na sala de emergência e em metade dos trabalhadores do setor de tratamento intensivo.

Verificou-se que os escores da média e percentil 25 (P25) do componente satisfação com a relação hierárquica foram superiores entre trabalhadores da sala de emergência. Apesar de 25% dos entrevistados não terem pontuado acima do ponto de corte (>3) em ambos os setores, a diferença não foi significativa (p=0,78).

Na Tabela 4, verifica-se que não houve diferença estatística na identificação da SB ou ST entre as diversas categorias profissionais. Em relação à SB, observou-se que 25% dos profissionais, exceto os fisioterapeutas, apresentaram escores indicativos de exaustão emocional (>3). A insatisfação com o ambiente de trabalho foi verificada pela média inferior a três entre médicos e técnicos. O escore diagnóstico de satisfação com o ambiente não foi obtido por 25% de todas as categorias profissionais, alcançando metade dos técnicos de enfermagem. Médicos apresentaram média inferior a três, apontando insatisfação com a relação hierárquica. Análise dos percentis evidenciou que 25% dos profissionais mostraram-se insatisfeitos, exceto os enfermeiros.

 

 

A análise multivariada para os três componentes da SB está apresentada na Tabela 5. Em relação à EE, observou-se que as variáveis "setor de trabalho", "satisfação intrínseca e OCP", "satisfação com relação hierárquica", "categoria profissional, enfermeiro e técnico de enfermagem" e "já pensou em abandonar a profissão" foram significativas. O conjunto dessas variáveis explica 55% da ocorrência de exaustão emocional na população estudada.

 

 

Os resultados apontam que trabalhar no CTI aumenta a exaustão dos profissionais diferentemente dos trabalhadores da sala de emergência. Verificou-se que o aumento na satisfação intrínseca e na OCP prediz a diminuição de 0,436 unidades no valor médio da exaustão emocional. A cada aumento de unidade no indicador satisfação com a relação hierárquica, espera-se uma diminuição de 0,176 unidades na exaustão. Os valores médios de exaustão foram menores entre os fisioterapeutas em relação às outras categorias profissionais e mais elevados entre os indivíduos que já pensaram em abandonar a profissão, quando comparados àqueles que nunca cogitaram essa possibilidade (Tabela 5).

No que se refere ao componente RP, observou-se que as variáveis "satisfação intrínseca e OCP" e "estado civil" foram significativas e explicam 39% da variabilidade desse componente. Os resultados apontaram que a cada unidade que se aumenta no indicador satisfação intrínseca e OCP, espera-se um aumento médio de 0,416 - com intervalo de confiança de 95% (IC95%) 0,30-0,54 - unidades na realização profissional. Solteiros apresentaram valor médio de realização profissional significativamente menor do que os demais estados conjugais.

As variáveis "satisfação intrínseca e OCP", "idade" e "categoria profissional" foram significativas e explicam 35% da DP. A cada unidade que se aumenta no indicador satisfação intrínseca e OCP, espera-se diminuição média de 0,359 unidades na DP. A cada ano que se aumenta na idade do indivíduo, espera-se diminuição de 0,032 unidades no valor médio da DP. As categorias profissionais fisioterapeuta e técnico de enfermagem apresentaram valor médio de DP, significativamente menor do que o dos médicos.

O modelo final da regressão linear para os três componentes da satisfação com o trabalho está apresentado na Tabela 6.

 

 

As variáveis "exaustão emocional", "realização profissional" e "regime de contrato" foram capazes de explicar 44% da variabilidade do indicador satisfação intrínseca e OCP. A cada unidade que se aumenta no indicador EE, espera-se diminuição média de 0,455 (IC95% -0,67- -0,24) unidades no valor médio da satisfação intrínseca e OCP. A cada unidade que se aumenta no indicador RP, espera-se um aumento médio de 0,290 (IC95% 0,00-0,58) unidades no valor médio da satisfação intrínseca e OCP.

As variáveis EE, tempo de serviço no setor e pensou em abandonar a profissão foram capazes de explicar 32% da variabilidade do indicador satisfação com o ambiente de trabalho. Os indivíduos que já pensaram em abandonar a profissão apresentaram o valor médio para satisfação com ambiente de trabalho, em média, 0,467 (IC95% -0,80-0,13) unidades abaixo dos indivíduos que nunca pensaram. As variáveis EE, categoria profissional e regime trabalhista (RT) foram significativas para explicar 36% da variabilidade do indicador satisfação com relação hierárquica.

Para cada unidade que se aumenta no indicador EE, espera-se uma diminuição média de 0,533 (IC95% -0,72- -0,35) unidades no valor médio da satisfação com relação hierárquica. O fisioterapeuta apresentou o valor médio da satisfação com relação hierárquica, em média 0,661 (IC95% -1,14- -0,18) unidades abaixo do enfermeiro. As categorias profissionais médico e técnico de enfermagem também apresentaram valores médios abaixo do enfermeiro, porém não foram significativos.

 

DISCUSSÃO

Cuidar de doentes graves é um trabalho estressante, com grande impacto emocional sobre os profissionais1,11-13,36, sendo a medicina de urgência/emergência descrita na literatura como uma das especialidades mais afetadas por SB11,20,37.

O achado de que 25% dos participantes do estudo apresentaram EE considerada como principal fator associado ao desenvolvimento da SB encontra respaldo na literatura11-13,17-19. Oliveira e Maia38 mostraram que 31% dos membros de uma equipe de saúde apresentavam algum grau de comprometimento da saúde psíquica. Valores desse constructo acima do terceiro quartil servem de alerta e indicam a necessidade de acompanhamento especializado e implantação de medidas preventivas, que protejam a saúde mental do trabalhador.

Estudos realizados na Europa e em países anglo-americanos demonstram a ocorrência da SB entre 20 e 45% dos médicos, bem como taxas de mortalidade, suicídio, adoecimento global e adoecimento psiquiátrico maior do que na população geral22,36,37. No Brasil, Ferreira e Lucca39 encontraram, em cerca de 25% dos técnicos de enfermagem, alto desgaste emocional e DP e baixa RP.

Os níveis elevados de estresse entre profissionais de saúde têm sido atribuídos às caraterísticas intrínsecas ao trabalho38 e à lida com o sofrimento humano, em condições de trabalho inadequadas, com jornadas prolongadas e baixa remuneração, associados ao fracasso de mecanismos compensatórios de adaptação perante situações de estresse. O baixo controle sobre os aspectos administrativos e clínicos na atenção à saúde resulta em atitudes negativas sobre o ambiente de trabalho e facilitam o desenvolvimento da SB21.

A exigência de produtividade e eficiência são estímulos estressores contínuos, que podem afetar a saúde dos profissionais, diminuindo a motivação para o trabalho, além de contribuir para a ocorrência de erros e deterioração da qualidade dos serviços, o que tem suscitado discussões sobre o que fazer nas instituições de saúde para minimizar ou resolver o problema21,36,39,40.

O perfil dos trabalhadores estudados - jovens, com predomínio de mulheres, relatos de dupla jornada de trabalho, menos de sete anos de atuação no setor estudado e no hospital e capacitação técnica indicada pelo número de egressos de cursos de pós-graduação - corrobora as características de maior vulnerabilidade descritas na literatura. Por outro lado, estudos sinalizam que equipes jovens e qualificadas estão mais aptas a enfrentar desafios, porém apresentam maiores níveis de expectativas quanto à vida profissional. Assim, os trabalhadores necessitam ser acompanhados pelos gestores, considerando a situação de potencial criativo e inovação que podem gerar para a instituição e identificação precoce da perda desse potencial em função do acometimento psíquico decorrente de fatores de risco psicossociais presentes no ambiente laboral7,10-13,41.

A intenção de abandonar o emprego mencionada pela maioria dos entrevistados, especialmente naqueles lotados no CTI, e a associação com EE pode interferir na qualidade dos serviços prestados pela instituição11,15.

Entre as categorias de trabalhadores estudados, a equipe de enfermagem, com predomínio de mulheres, apresentou maiores índices de EE, o que pode ser explicado pelo acúmulo de funções assistenciais e administrativas e características da formação dos profissionais12,13. Entre os médicos, com predomínio de homens, é maior a ocorrência de DP. Estudo realizado com médicos que atuam em hospital militar revelou prevalência de 10% da SB, sendo de 45% na dimensão DP42.

O achado aparentemente controverso de menor RP entre solteiros, especialmente os mais jovens, que deveriam apresentar maior expectativa em relação ao trabalho, reflete a discordância verificada na literatura17, em que estudos mostram menor risco de SB entre os solteiros, viúvos ou divorciados12,13,43.

A correlação positiva entre EE e insatisfação com o trabalho parece ser o primeiro marcador identificável de surgimento do esgotamento profissional (Burnout) em uma equipe multiprofissional11.

O sentimento de bem-estar entre profissionais de saúde reflete na prática colaborativa, na qualidade do cuidado, na segurança do paciente e na organização institucional. Hall et al. mostraram a relação entre redução do bem-estar da equipe e situações que colocam em risco o paciente. A insatisfação no trabalho associa-se a níveis elevados de Burnout e maior ocorrência de erros e práticas inadequadas, apesar da dificuldade para se estabelecer essa relação causal. O estudo recomenda aos gestores de saúde assegurar o bem-estar dos profissionais buscando atenção qualificada44.

O reconhecimento da importância da satisfação no trabalho e das consequências deletérias de sua ausência tem gerado iniciativas da área de saúde mental, buscando medir os níveis de bem-estar e identificar profissionais sob risco de Burnout para a implementação de medidas protetivas45.

O achado de EE predominante entre profissionais de enfermagem encontra respaldo na literatura46,47, que destaca a organização do trabalho e a divisão de tarefas como fatores contribuintes na maior vulnerabilidade dessa categoria.

A exaustão/desgaste emocional também foi maior entre os indivíduos que já pensaram em abandonar a profissão.

O abandono do trabalho e a baixa qualidade do serviço, assim como o absenteísmo laboral e a elevada rotatividade de profissionais são descritas na literatura como consequências do estresse laboral crônico e da SB19.

As políticas de promoção da saúde do trabalhador e de humanização podem facilitar o acolhimento do profissional de saúde, potencializar ações preventivas e de reabilitação e facilitar o reconhecimento dos fatores que levam ao adoecimento e ao esgotamento do trabalhador visando sua correção15. No hospital estudado, os baixos valores médios encontrados, tanto para EE quanto para DP, sugerem que estratégias implantadas de valorização dos profissionais podem ter contribuído para minimizar a ocorrência da SB, corroborando registros na literatura11,18.

Possíveis limitações do estudo são decorrentes de inconsistências encontradas na literatura em relação à identificação de Burnout e sua classificação relacionadas às questões metodológicas, às dificuldades de diagnóstico e instrumentos utilizados. A divergência da classificação da SB, decorrente da utilização de média ou tercis dos constructos, serve de alerta para a possibilidade de subregistro da síndrome e pode explicar a variabilidade das estimativas de ocorrência na literatura científica. Apesar de o estudo ter incluído todos os médicos, enfermeiros e fisioterapeutas e amostra de 30% dos técnicos de enfermagem dos trabalhadores do hospital público de grande porte, o número pode ter sido insuficiente para identificar possíveis diferenças, aumentando a probabilidade do erro tipo II. Estudos longitudinais devem ser conduzidos para melhor estabelecimento da associação dos determinantes de SB e da ST.

 

CONCLUSÃO

O trabalho desenvolvido pela enfermagem em CTI, a insatisfação com a relação hierárquica, a falta de oportunidade de crescimento profissional e o pensamento prévio de abandonar a profissão explicam mais da metade da EE entre os trabalhadores. Trata-se de grande desafio para os gestores devido ao impacto gerado no próprio indivíduo, na instituição com repercussões negativas na qualidade do cuidado prestado. A qualidade de vida e a humanização da assistência devem ser pilares das políticas sociais, em busca constante do equilíbrio psíquico, físico e social dos sujeitos dentro da organização. A correlação positiva entre EE e insatisfação com o trabalho mostrou-se como o primeiro marcador identificável do esgotamento. Avaliações periódicas para identificação precoce e prevenção do adoecimento laboral são importantes na redução do sofrimento do profissional. Maior satisfação laboral contribui para menor ocorrência de SB e melhor relação com os usuários, que se refletem em confiança na organização, maior coesão no ambiente de trabalho e mais alinhamento com as diretrizes de um cuidado de qualidade.

 

REFERÊNCIAS

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Recebido em 7 de Março de 2019.
Aceito em 10 de Julho de 2019.

Fonte de financiamento: nenhuma


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