<strong>A paródia da autobiografia em Lygia Fagundes Telles</strong> - DOI: 10.4025/actascilangcult.v30i1.4058
Resumo
Este artigo defende a hipótese de que o romance As horas nuas (1989), de Lygia Fagundes Telles, apresenta um sofisticado jogo auto-referencial da obra dentro da obra. As cenas em que Rosa, a protagonista, tenta escrever suas memórias, mas é consumida pelo alcoolismo, fortalecem as idéias de paródia e de descentramento estético, presentes nesse romance. Rosa narra e comenta a superficialidade de suas memórias até abandonar seu projeto de escrita, que pode ser lido como uma paródia das autobiografias. Essa hipótese será sustentada metodologicamente pelos conceitos pós-estruturalistas propostos por Jacques Derrida, que defende a escrita como jogo, remédio, veneno ou teatro, entre outros conceitos. A partir dos suplementos estéticos da encenação de Rosa, o leitor, preocupado com o “como” a obra foi construída, descobre novos roteiros desse romance que se autoquestiona no próprio desenrolar da narrativa. Ao final, interpreta-se o silêncio de Rosa como uma crítica à superficialidade e ao narcisismo do gênero autobiográfico.Downloads
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