Criação, raciocínio abdutivo e admirabilidade na era do Big Data
Resumo
No presente artigo discutimos o papel do raciocínio abdutivo e da admirabilidade na investigação dos processos criativos na era de Big Data. Apresentamos concepções de criatividade, no âmbito mecanicista e anti-mecanicista, trazendo exemplos no âmbito da produção fotográfica, como é o caso dos trabalhos de Maureen Bisilliat (1995) e Nan Goldin (2012). Por se tratar de uma investigação de caráter essencialmente teórico e interdisciplinar, o artigo está fundamentado na literatura sobre os conceitos de criatividade, raciocínio abdutivo e admirabilidade, bem como no auxílio de diferentes áreas do saber, dentre elas Pragmatismo, Artes visuais e Filosofia da Informação. Discutimos as limitações das concepções mecanicistas da criatividade, argumentando em defesa da hipótese segundo a qual a ação criativa não diz respeito, estritamente, ao objeto criado, mas a um complexo processo colaborativo entre agentes que auxiliam (direta ou indiretamente) na produção de trabalhos artísticos. Concluímos destacando o papel das emoções na dinâmica do processo abdutivo de criação, conforme apregoado por Charles Sanders Peirce (1958). Inspiradas nesse autor, destacamos o papel da ‘admirabilidade’ no processo de criação, sentimento esse que nos incita a investigar e conhecer os objetos que atraem a nossa atenção, sem o desejo de controle.
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