Entre o azul e o sol, as narrativas cristalinas e fabulatórias nos processos de pesquisa: do si às multiplicidades

Palavras-chave: escrita de si; análise de implicação; narrativas cristalinas; fabulação.

Resumo

Enfoca, este artigo, a escrita de si (Foucault, 1992) em sua relação com a análise de implicação (Lourau, 2004) com o outro, em uma perspectiva de pesquisa narrativa que visa a superação do regime orgânico, sensório-motor, em direção a narrativas cristalinas e fabulatórias. Apresenta exemplos de diários de campo ilustrativos de escritas de si para chegar ao encontro dos outros em universos interconectados, ou seja, escritas de si potencializando análises no plano coletivo da pesquisa. Argumenta que os signos da arte, como via de acesso a movimento do pensamento até então desconhecidos, auxiliam pesquisadores e pesquisados implicados a desenvolver narrativas cristalinas-fabulatórias e compartilhar experiências. Conclui apontando que, se a cultura e a arte exercem seus sentidos quando criam, que seja então um encontro com a pesquisa sem corpo-ensinante, um encontro de trocas e de aprendizagens, uma pesquisa como um grande e afirmativo pensar-agir-criar coletivo na escola pública.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Baremblitt, G. (1998). Compêndio de análise institucional e outras correntes: teoria e prática. Belo Horizonte, MG: Instituto Felix Guattari.

Barros, M. (2020). Ensolarado [37 cm x 24 cm]. Recuperado de http://www.marthabarros.com.br/start.htm

Barros, M. (2021). Para encontrar azul eu uso pássaros [100 cm x 100 cm]. Recuperado de http://www.marthabarros.com.br/start.htm

Branco, G. C. (2000). Considerações sobre ética e política. In V. Portocarrero, & G. C. Branco (Orgs.), Retratos de Foucault (p. 310-327). Rio de Janeiro, RJ: Nau.

Deleuze, G. (1988). Diferença e repetição (L. B. L. Orlandi, & R. Machado, Trad.). São Paulo, SP: Graal.

Deleuze, G. (1990). As potências do falso. In G. Deleuze, A imagem-tempo: Cinema 2 (E. A. Ribeiro, Trad., p. 155-188). São Paulo, SP: Brasiliense.

Deleuze, G. (1991). A dobra: Leibniz e o Barroco (L. B. L. Orlandi, Trad.). Campinas, SP: Papirus.

Deleuze, G. (1996). O que é um dispositivo? In G. Deleuze, O mistério da Ariana (E. Cordeiro, Trad., p 56-62). Lisboa, PT: Vega-Passagens.

Deleuze, G. (2002). Conversações (P. P. Pelbart, Trad.). Rio de Janeiro, RJ: Editora 34.

Deleuze, G. (2005). Foucault (C. S. Martins, Trad.). São Paulo, SP: Brasiliense.

Deleuze, G. (2008). Abecedário de Gilles Deleuze [Entrevista concedida a] Claire Parnet). Biblioteca Nômade. Recuperado de https://www.bibliotecanomade.com/2008/03/arquivo-para-download-o-abecedrio-de.html

Deleuze, G. (2018). A imagem-tempo: cinema 2 (E. A. Ribeiro, Trad.). São Paulo, SP: Editora 34.

Deleuze, G. & Guattari, F. (1996). Micropolítica e segmentaridade. In G. Deleuze, & F. Guattari, Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia (p. 83-115). Rio de Janeiro, RJ: Editora 34.

Espinosa, B. (2007). Ética (T. T. Silva, Trad.). Belo Horizonte, MG: Autêntica.

Foucault, M. (1975). Vigiar e punir: nascimento da prisão (R. Ramalhete, Trad.). Petrópolis, RJ: Vozes.

Foucault, M. (1992). A escrita de si. In M. Foucault, O que é um autor? (p. 129-160). Lisboa, PT: Passagens.

Foucault, M. (2000). Microfísica do poder. Rio de Janeiro, RJ: Graal.

Foucault, M. (2006). A escrita de si. In M. Foucault, Ética, sexualidade, política (p. 144-162). Rio de Janeiro, RJ: Forense Universitária.

Gauthier, J. (2014). Tudo que não inventamos é falso: dispositivos artísticos para pesquisar, ensinar e aprender com a sociopoética. Fortaleza, CE: Eduece.

Gros, F. (2004). Situação do curso. In M. Foucault, A hermenêutica do sujeito (p. 613-661). São Paulo, SP: Martins Fontes.

Heuser, E. M. D. (2010). Pensar em Deleuze: violência e empirismo no ensino da filosofia. Ijuí, RS: Editora Unijuí.

Lapoujade, D. (2017a). Potências do tempo (H. S. Lencastre, Trad.). São Paulo, SP: n-1 Edições.

Lapoujade, D. (2017b). As existências mínimas (H. S. Lencastre, Trad.). São Paulo, SP: n-1 Edições.

Lourau R. (1975). A análise institucional. Petrópolis, RJ: Editora Vozes.

Lourau, R. (2004). Lourau: analista institucional em tempo integral. São Paulo, SP: Hucitec.

Lourenço, S. G. (2019). A força do riso como máquina de luta entre a atenção e o apego à vida (Tese de Doutorado). Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória.

Machado, R. (2009). Deleuze, a arte e a filosofia. Rio de Janeiro, RJ: Zahar.

Nietzsche, F. (2014). Crepúsculo dos ídolos ou como se filosofa com o martelo (L. Viesenteiner, Trad.). Petrópolis, RJ: Vozes.

Ramos, R. F. (2021). Ensaios e experimentações dos sentidos do corpo: Entre ficções e realidades em escola de periferia urbana (Tese de Doutorado). Universidade Federal Fluminense, Niterói.

Rayel, M. L. (2017). Gesto, afeto e arte em Espinosa. Algazarra, 1(5), 196-214.

Rolnik, S. (2016). A hora da micropolítica. São Paulo, SP: n-1 Edições.

Roseiro, S. Z. (2021). Imagens de escola: é possível fabular o vazio? (Exame de Qualificação de Doutorado). Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória.

Sontag, S. (2004). Sobre fotografia. São Paulo, SP: Companhia das Letras.

Publicado
2023-08-16
Como Citar
Carvalho, J. M., Silva, S. K. da, & Delboni, T. M. Z. G. F. (2023). Entre o azul e o sol, as narrativas cristalinas e fabulatórias nos processos de pesquisa: do si às multiplicidades. Acta Scientiarum. Education, 45(1), e66386. https://doi.org/10.4025/actascieduc.v45i1.66386
Seção
Chamada Temática - Metodologias de Pesquisas Pós-Críticas: fraturas, aberturas e