Arq. Bras. Cardiol. 2023; 120(1): e20220878

Revisitando o Intervalo QT: Um Antigo Marcador para uma Nova Doença?

Luiz Eduardo Montenegro Camanho ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20220878

Este Minieditorial é referido pelo Artigo de Pesquisa "O Prolongamento do Intervalo QTc na Admissão está Associado ao Aumento da Mortalidade em Pacientes com SARS-COV-2 durante a Hospitalização".

A infecção pelo SARS-Cov-2 (Covid-19) teve seus primeiros casos relatados em dezembro de 2019 na China e rapidamente se alastrou pelo mundo, sendo anunciada como pandemia em março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde. As manifestações respiratórias são as clássicas, porém, as complicações cardiovasculares podem ocorrer por um comprometimento cardíaco indireto ou por uma ação direta do vírus no tecido miocárdico. Como consequência podemos encontrar insuficiência cardíaca, miocardite, arritmias e choque cardiogênico.

O intervalo QT, medido do início do complexo QRS até o final da onda T, representa o processo de despolarização e repolarização ventricular, e varia com a frequência cardíaca. Os valores normais do intervalo QT corrigido (QTc) seriam ≥ 450 ms em homens e ≥ 460 ms em mulheres. O prolongamento do intervalo QTc ≥ 500 ms está fortemente associado a ocorrência de arritmias malignas e morte súbita. A cada 10 ms de incremento do intervalo QTc há um aumento de 5 a 7% do risco de ocorrência de torsade de Pointes(TdP) e a cada 20 ms há um risco iminente substancial.

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