Arq. Bras. Cardiol. 2023; 120(2): e20220150

Teste Cardiopulmonar em Pacientes Pós-COVID-19: De Onde vem a Intolerância ao Exercício?

Mauricio Milani ORCID logo , Juliana Goulart Prata Oliveira Milani ORCID logo , Graziella França Bernardelli Cipriano ORCID logo , Lawrence Patrick Cahalin ORCID logo , Ricardo Stein ORCID logo , Gerson Cipriano Jr. ORCID logo

DOI: 10.36660/abc.20220150

Este Artigo Original é referido pelo Minieditorial "Teste de Exercício Cardiopulmonar em Pacientes Pós-COVID-19: Novos Insights sobre a Intolerância ao Exercício".

Resumo

Fundamento

A intolerância ao exercício pós-COVID-19 não é bem entendida. O teste de esforço cardiopulmonar (TECP) pode identificar as limitações ao exercício subjacentes.

Objetivos

Avaliar a etiologia e a magnitude da intolerância ao exercício em sujeitos pós-COVID-19.

Métodos

Estudo de coorte que avaliou sujeitos com níveis de gravidades diferentes da doença COVID-19 e um grupo de controle selecionado por pareamento por escores de propensão. Em uma amostra seleta com TECP anterior à infecção viral disponível, foram realizadas comparações antes e depois. O nível de significância foi de 5% em toda a análise.

Resultados

Foram avaliados cento e quarenta e dois sujeitos com COVID-19 (idade mediana: 43 anos, 57% do sexo masculino), com níveis de gravidade de doença diferentes (60% leve, 21% moderada, 19% grave). O TECP foi realizado 11,5 (7,0, 21,2) semanas após o aparecimento da doença, com as limitações ao exercício sendo atribuídas aos sistemas muscular periférico (92%), pulmonar (6%), e cardiovascular (2%). Menor valor mediano do consumo de oxigênio pico percentual foi observado no subgrupo com níveis graves de doença (72,2%) em comparação com os controles (91,6%). O consumo de oxigênio foi diferente entre os grupos com diferentes níveis de gravidade de doença e o controle no pico e nos limiares ventilatórios. Inversamente, os equivalentes ventilatórios, a inclinação da eficiência do consumo de oxigênio, e o pico do pulso de oxigênio foram semelhantes. A análise do subgrupo de 42 sujeitos com TECP prévio revelou uma redução significativa no pico de velocidade da esteira no subgrupo com nível leve de doença, e no consumo de oxigênio no pico e nos limiares ventilatórios nos subgrupos com níveis moderado/grave. Por outro lado, os equivalentes ventilatórios, a inclinação da eficiência do consumo de oxigênio e o pico do pulso de oxigênio não apresentaram alterações significativas.

Conclusões

A fadiga do músculo periférico foi a etiologia de limitação de exercício mais comum em pacientes pós-COVID-19 independentemente da gravidade da doença. Os dados sugerem que o tratamento deve enfatizar programas de reabilitação abrangentes, incluindo componentes aeróbicos e de fortalecimento muscular.

Teste Cardiopulmonar em Pacientes Pós-COVID-19: De Onde vem a Intolerância ao Exercício?

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