Mulheres, colonialismo, emancipação -- uma leitura de ‘Rainhas da noite', João Paulo Borges Coelho

Autores

  • Margarida Calafate Ribeiro Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra

DOI:

https://doi.org/10.35520/mulemba.2018.v10n18a15379

Palavras-chave:

mulheres, colonialismo, emancipação, memória, ficção.

Resumo

Neste artigo, construído a partir da análise do livro Rainhas da Noite de João Paulo Borges Coelho, reflito sobre a importância das mulheres, oriundas de elites coloniais diversas, na perceção da situação colonial, da sua injustiça e da formação da sua consciência política. Abordarei sucintamente os trilhos em que se moveram a partir do espaço privado da casa e da família para o espaço público e da sua contribuição essencial nos espaços da luta.

Biografia do Autor

Margarida Calafate Ribeiro, Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra

Margarida Calafate Ribeiro é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade de Aveiro (1988), mestre em Literatura e Cultura Portuguesa: Época Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa (1993) e doutorada em Estudos Portugueses pelo King's College, Universidade de Londres (2001). É investigadora-coordenadora no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra (desde 2004) e membro do Núcleo de Humanidades, Migrações e Estudos para a Paz (NHUMEP). É professora no programa de doutoramento Patrimónios de Influência Portuguesa (III/CES) da Universidade de Coimbra (desde 2010), de que é coordenadora científica com Miguel Bandeira Jerónimo e Walter Rossa e, com Roberto Vecchi, responsável pela "Cátedra Eduardo Lourenço", Camões / Universidade de Bolonha. Em 2015 recebeu uma bolsa Consolidator Grant do Conselho Europeu de Investigação (ERC), com o projeto de investigação «MEMOIRS - Filhos de Império e Pós-Memórias Europeias», que coordena no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. É autora, co-autora e organizadora de vários livros, capítulos de livros e artigos.

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Publicado

2018-06-30