Palavras-chave
Écfrase
Apocalipse
Como Citar
Resumo
É preciso ler o Apocalipse dentro de um contexto de valorização da retórica na época em que foi escrito, ao final do primeiro século AD; levando em consideração que a revelação de Jesus Cristo a João foi essencialmente visual, e, ainda, que o apóstolo estava sob o dever de escrever tudo quanto visse (Ap 1:2, 11). Diante disso, João utilizou, a partir das imagens do AT, a écfrase, um dos componentes da educação em retórica disponível no período, como técnica para descrever suas visões ao longo do Apocalipse, das quais destacamos a da nova Jerusalém (Ap 21:9 - 22:5). Esta, a esposa do Cordeiro, é apresentada de maneira clara e vívida, instigando leitores e ouvintes a vislumbrarem, pela imaginação, um lampejo da glória de Deus, bem como a renovar a esperança de um dia estar em Sua morada.
Referências
CONNEL-ROSS, B. Ekphrasis: putting the art into language arts – drawing on art and visual representation to teach writing. 166f. Dissertação (Mestrado em educação), Universidade do Texas, El Paso, 2006.
DANIEL-ROPS, H. A vida diária nos tempos de Jesus. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 1991.
DARA, K. M. Love calls us to defenseless things: how ekphrasis enriches the arts. 189f. Dissertação (Doutorado em letras), Drew University, Madison, 2005.
DEMPSEY, C. J. Revelation 21:1-8. Interpretation, Portland, v. 65, n. 4, p. 400-402, out. 2011.
DOUGLAS, J. D. (Ed.). O novo dicionário da Bíblia. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2003.
EASTON, D. F. Schliemann's excavations at Troy, 1870-1873. 2118f. Dissertação (Doutorado em arqueologia), University of London, University College London (United Kingdom), Ann Arbor, 1990.
FARNELL, F. D. Is the gift of prophecy for today? Bibliotheca Sacra, v. 150, n. 598, p. 171-202, abr. 1993.
FRANCIS, J. A. Metal maidens, Achilles' shield, and Pandora: the beginnings of "ekphrasis". American Journal of Philology, Baltimore, v. 130, n. 1, p. 1-23, mar.-maio 2009.
GRIERSON, S.; ORME, S. Speak out! How ekphrasis inspires writing on the edge. English Journal, Urbana, v. 104, n. 6, p. 47-54, jul. 2015.
HARTOPO, Y. A. The marriage of the lamb: The background and function of the marriage imagery in the book of Revelation. 244f. Dissertação (Doutorado em filosofia), Westminster Theological Seminary, Ann Arbor, 2005.
HOUSE, P. R. Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Acadêmica, 2009.
JOHNSON, D. Has modern archeology proved the reality of Homer's “Iliad”? 37f. Dissertação (Mestrado em humanidades), California State University, Dominguez Hills, Ann Arbor, 2007.
JOHNSON, W. G. Apocalíptica bíblica. In DEDEREN, R. (Ed.). Tratado de teologia adventista do sétimo dia. Tatuí, SP: CPB, 2011. p. 874, 884, 885.
LADD, G. E. Apocalipse: introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1980.
_______. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2003.
LURVEY, J. M. For the healing of the nations: psychotherapeutic meanings of apocalyptic patterns and images such as the heavenly Jerusalem of Revelation 21:9-22:2. 308f. Dissertação (Doutorado em filosofia), The Claremont Graduate University, Ann Arbor, 1983.
MOUNCE, W. D. Léxico analítico do Novo Testamento grego. São Paulo: Vida Nova, 2013.
NEUFELD, D. F.; SILVA, V. D. (Coords.). Dicionário bíblico adventista do sétimo dia. Tatuí, SP: CPB, 2016. v. 8.
NICHOL, F. D.; SILVA, V. D. (Eds.). Comentário bíblico adventista do sétimo dia: Gênesis a Deuteronômio. Tatuí, SP: CPB, 2012-2014. v. 1, 4 e 7.
PALMER, E. Imagining space in Revelation: the heavenly throne room and the new Jerusalem. Journal of Theta Alpha Kappa, v. 39, n. 1, p. 35-47, 2015.
RODOLPHO, M. Écfrase e evidência nas letras latinas: doutrina e práxis. 213f. Dissertação (Mestrado em letras), apresentada ao PPG em Letras Clássicas da Universidade de São Paulo, 2010.
RUSSELL, K. A. A call to sanctified resistance: Revelation 21:1-6. Review & Expositor, v. 109, n. 3, p. 459-463, 2012.
SCHELLENBERG, R. S. Seeing the world whole: intertextuality and the new Jerusalem (Revelation 21-22). Perspectives in Religious Studies, v. 33, n. 4, p. 467-476, 2006.
SERAFIM, A. Making the audience: ekphrasis and rhetorical strategy in Demosthenes 18 and 19. Classical Quarterly, Oxford, v. 65, n. 1, p. 96-108, mai. 2015.
SILVA, V. D. Pelo sangue do Cordeiro: a vitória do remanescente na batalha final – o Apocalipse à luz das Escrituras. Tatuí, SP: CPB, 2015.
VANHOOZER, K. J. (Ed.). Dictionary for theological interpretation of the Bible. 2. ed. Michigan: Baker Academic, 2001. p. 680-689.
WHITAKER, R. J. Seeing god: ekphrasis, vision, and persuasion in the book of Revelation. Ann Arbor, 2014. 338f. Dissertação (Doutorado em filosofia) – Universidade de Chicago, Ann Arbor, 2014.
WHITE, E. G. O grande conflito: entre Cristo e Satanás. 43. ed. Tatuí, SP: CPB, 2008a.
_______. An exhaustive Ellen G. White commentary on Revelation. Oklahoma: Academy Enterprises, 1980. v. 2.
_______. História da redenção. Tradução de Ivan Schmidt. 11. ed. Tatuí, SP: CPB, 2008b.
ZEITLIN, F. I. Figure: ekphrasis. Greece & Rome, Watford, v. 60, n. 1, p. 17-31, abr. 2013.