Banner Portal
Escola para quê? Reflexões sobre a função da escola pública estadual paulista
PDF

Palavras-chave

Função da escola. Escola pública. Educação básica. Políticas públicas em educação.

Como Citar

RAAB, Yeda Strada; BARBOSA, Andreza. Escola para quê? Reflexões sobre a função da escola pública estadual paulista. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 19, p. e019010, 2019. DOI: 10.20396/rho.v19i0.8653489. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8653489. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Embora algumas pesquisas abordem a função da escola, esse tem sido um tema tratado quase sempre de forma secundária nessas pesquisas. Nesse sentido, é relevante abordar essa temática, tendo em vista que os fenômenos estudados no cotidiano escolar estão atravessados por intencionalidades que implicam nesta função social, a qual, inevitavelmente, interfere nos fenômenos outros que caracterizam o dia a dia escolar. Deste modo, com o intento de pensar a função da escola pública estadual paulista de Educação Básica, acreditando que a escola não se explica por si própria, mas sim através da relação que estabelece com a sociedade, este texto apresenta resultados de pesquisa que buscou identificar e analisar a função atribuída à escola pública estadual paulista expressa em documentos oficiais, bem como a elaborada por professores e alunos. Para tanto recorreu-se à análise de documentos oficiais que orientam o funcionamento da escola pública paulista e, também, a entrevistas semiestruturadas coletivas realizadas com um grupo de alunos e um grupo de professores de uma escola dessa rede. A partir da articulação dos olhares dos participantes com o referencial teórico e a análise dos documentos oficiais se faz possível ponderar que esta escola, que atende à classe trabalhadora, tem fundamentado sua função em uma proposta de educação limitada, disseminando conhecimentos básicos para o trabalho, distanciando-se demasiadamente da socialização do saber e da produção deste saber.

https://doi.org/10.20396/rho.v19i0.8653489
PDF

Referências

ALVES, W. F. Gestão escolar e o trabalho dos educadores: da estreiteza das políticas à complexidade do trabalho humano. Educação e Sociedade, Campinas, v. 31, n. 110, p. 17-34, mar. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302010000100002&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 16 ago. 2015.

BARRETO, E. S. S. Trabalho docente e modelos de formação: velhos e novos embates e representações. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 40, n. 140, p. 427-443, ago. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742010000200007&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 16 ago. 2015.

BRASIL. [Constituição (1989)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm. Acesso em: 01 set. 2015. Sem paginação.

BRASIL. Lei 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 01 set. 2015. Sem paginação.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de currículos e educação integral. Diretrizes curriculares nacionais gerais da educação básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013. 565 p.

BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 7, de 14 de Dezembro de 2010. Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Brasília: MEC, 2010. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb007_10.pdf. Acesso em: 01 set. 2015.

CARVALHO, J. S. Reflexões sobre educação, formação e esfera pública. Porto Alegre: Penso, 2013.

DUARTE, A. M. C. Políticas educacionais e o trabalho docente na atualidade: tendências e contradições. In. OLIVEIRA, D. A.; DUARTE, A. M. C. (org.). Políticas públicas e educação: regulação e conhecimento. Belo Horizonte: Fino Traço, 2011. p. 161-182.

DUARTE, N. Vigotski e o “aprender a aprender”: crítica às apropriações neoliberais e pós-modernas da teoria vigotskiana. Campinas, SP: Autores Associados, 2006.

GATTI, B. A.; BARRETO, E. S. S.; ANDRÉ, M. E. D. A. Políticas docentes no Brasil: um estado da arte. Brasília: UNESCO; MEC, 2011.

GERHARDT, A. F. L. M. Comprometimento conjunto, normatividade e situatividade entre os muros da escola. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 39, n. 3, p. 887-906, set. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-62362014000300014&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 16 ago. 2015.

GONÇALVES, R. P. Profissionais da educação e sua formação para atuação na educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental. Revista Lusófona de Educação, Lisboa, n. 5, p. 143-152, 2005. Disponível em http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-72502005000100008&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 16 ago. 2015.

HERNANDEZ, R. M. T. O sentido das instituições escolares na profissão docente desde a perspectiva biográfica. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 27, n. 1, p. 417-434, abr. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982011000100019&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 16 ago. 2015.

LURIA, A. R. A atividade consciente do homem e suas raízes histórico-sociais. In: LURIA, A. R. Curso de Psicologia Geral, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979. p. 71-84. v. 1.

MARTINS, L. M. O papel da educação escolar na formação de conceitos. In: MARSIGLIA, A. C. G. (org.). Infância e pedagogia histórico-crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 2013.

MARTINS, L. M.; RABATINI, V. G. A concepção de cultura em Vigotski: contribuições para a educação escolar. Psicologia Política, v. 11, n. 22, p. 345-358, jul./dez. 2011. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rpp/v11n22/v11n22a11.pdf. Acesso em: 30 nov. 2015.

MATTOS, A. R.; PÉREZ, B. C.; ALMADA, C. V. R.; CASTRO, L. R. O cuidado na relação professor-aluno e sua potencialidade política. Estud. psicol., Natal, v. 18, n. 2, p. 369-377, jun. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2013000200024&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 16 ago. 2015.

MICHELS, M. H. Gestão, formação docente e inclusão: eixos da reforma educacional brasileira que atribuem contornos à organização escolar. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 11, n. 33, p. 406-423, dez. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782006000300003&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 16 ago. 2015.

NOSELLA, P. Compromisso político e competência técnica: 20 anos depois. Educação e Sociedade, Campinas, v. 26, n. 90, p. 223-238, jan./abr. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v26n90/a10v2690.pdf. Acesso em: 01 set. 2015.

OLIVEIRA, R. P. O direito à educação. In: OLIVEIRA, R. P. de.; ADRIÃO, T. (org.). Gestão, financiamento e direito à educação: Análise da Constituição Federal e da LDB. 3. ed. São Paulo: Xamã, 2007. p. 15-41.

PACHECO, R. T. B. A escola pública e o lazer: um estudo de caso do programa parceiros do futuro – SEE/SP. 2004. 315 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.

RODRIGUES, J. D. Z. Implicações do projeto “São Paulo Faz Escola” no trabalho de professores do Ciclo I do Ensino Fundamental. 2010. 258 f. Dissertação (Mestrado em Educação Escolar) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2010.

ROSADO, C. T. C. L.; CAMPELO, M. E. C. H. Educação escolar: a vez e a voz das crianças. Ensaio: avaliação e políticas públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 19, n. 71, p. 401-424, jun. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40362011000300010&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 16 ago. 2015.

SÃO PAULO. [Constituição (1989)]. Constituição do Estado de São Paulo. São Paulo, 1989. Disponível em: http://www.legislacao.sp.gov.br/legislacao/dg280202.nsf/a2dc3f553380ee0f83256cfb00501463/46e2576658b1c52903256d63004f305a?OpenDocument. Acesso em: 05 dez. 2015. Sem paginação.

SÃO PAULO. Proposta Curricular do Estado de São Paulo. Programa São Paulo Faz Escola. Secretaria da Educação do Estado da Educação. São Paulo: IMESP, 2010. Disponível em: http://www.rededosaber.sp.gov.br/portais/Portals/18/arquivos/PropostaCurricularGeral_Internet_md.pdf. Acesso em: 01 set. 2015.

SAVIANI, D. Escola e democracia. 42. ed. Campinas: Autores Associados, 2012.

SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 3. ed. São Paulo: Cortez; Autores Associados, 1992.

THIN, D. Para uma análise das relações entre famílias populares e escola: confrontação entre lógicas socializadoras. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 11, n. 32, p. 211-225, ago. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782006000200002&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 16 ago. 2015.

VIGOTSKI, L. S. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. In: VIGOTSKI, L. S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. (org.). Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1988.

Revista HISTEDBR On-line utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.