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O conceito de felicidade em crianças

The concept of happiness in children

El concepto de felicidad en niños

Resumos

Com o intuito de contribuir para a compreensão do bem-estar subjetivo e o aprimoramento dos processos de avaliação da qualidade de vida subjetiva infantil, este estudo buscou conhecer o conceito de felicidade em crianças. Participaram 200 crianças (52,5% meninas) de 5-12 anos, estudantes de escolas públicas e privadas de Porto Alegre, que responderam individualmente sobre o que pensam sobre a palavra felicidade e como definem felicidade. As respostas foram analisadas por análise de conteúdo, e comparações foram efetuadas para sexo, faixa etária e tipo de escola. Os conteúdos mais mencionados foram sentimentos positivos, lazer e amigos. As meninas destacaram sentimentos positivos na felicidade, enquanto os meninos referiram mais o lazer. A realização de estudos com base na visão das próprias crianças viabiliza avaliações mais adequadas da satisfação de vida e do bem-estar subjetivo infantil, bem como o desenvolvimento de programas de intervenção mais efetivos junto às mesmas.

Felicidade; Bem-estar subjetivo; Qualidade de vida


In order to contribute to the understanding of subjective well-being and to the enhancement of assessment processes of subjective quality of life during childhood, this study aimed at investigating the concept of happiness in children. Two-hundred children (52.5% girls) from 5 to 12 years-old, students in public or private schools in Porto Alegre, Brazil, participated in this research. Children responded individually to what came to their mind with the word happiness and to how they define happiness. Answers went through content analysis, and comparisons were made for sex, public or private school, and age range. The most mentioned contents were positive feelings, leisure, and friends. Girls highlighted positive feelings in happiness, whilst boys referred more to leisure. Conducting research studies from the children's own point of view enables more adequate assessment of children's life satisfaction and subjective well-being, as well as the development of more effective intervention programs.

Happiness; Subjective well-being; Quality of life


Con el fin de contribuir a la comprensión del bienestar subjetivo y perfeccionamiento de los procedimientos de evaluación de la calidad de vida subjetiva infantil, este estudio buscó conocer el concepto de felicidad en niños. Participaron 200 infantes (52,5% niñas) de 5-12 años, estudiantes de escuelas públicas y privadas de Porto Alegre-Brasil, que respondieron individualmente sobre lo que piensan acerca de la palabra felicidad y cómo la definen. Se realizaron análisis de contenido de las respuestas, y comparaciones por sexo, edad y tipo de escuela. Los contenidos más mencionados fueron sentimientos positivos, ocio y amigos. Las niñas subrayaron sentimientos positivos en la felicidad, mientras que los niños reportaron más el ocio. La realización de estudios que tienen en cuenta la visión de los propios niños posibilita evaluaciones más adecuadas de satisfacción de vida y bienestar subjetivo infantil, así como el desarrollo de intervenciones más efectivas para ellos.

Felicidad; Bienestar subjetivo; Calidad de vida


ARTIGO

O conceito de felicidade em crianças

The concept of happiness in children

El concepto de felicidad en niños

Claudia Hofheinz GiacomoniI; Luciana Karine de SouzaII; Claudio Simon HutzII

IUniversidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil

IIUniversidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte

Contato com os autores

RESUMO

Com o intuito de contribuir para a compreensão do bem-estar subjetivo e o aprimoramento dos processos de avaliação da qualidade de vida subjetiva infantil, este estudo buscou conhecer o conceito de felicidade em crianças. Participaram 200 crianças (52,5% meninas) de 5-12 anos, estudantes de escolas públicas e privadas de Porto Alegre, que responderam individualmente sobre o que pensam sobre a palavra felicidade e como definem felicidade. As respostas foram analisadas por análise de conteúdo, e comparações foram efetuadas para sexo, faixa etária e tipo de escola. Os conteúdos mais mencionados foram sentimentos positivos, lazer e amigos. As meninas destacaram sentimentos positivos na felicidade, enquanto os meninos referiram mais o lazer. A realização de estudos com base na visão das próprias crianças viabiliza avaliações mais adequadas da satisfação de vida e do bem-estar subjetivo infantil, bem como o desenvolvimento de programas de intervenção mais efetivos junto às mesmas.

Palavras-chave: Felicidade, Bem-estar subjetivo, Qualidade de vida.

ABSTRACT

In order to contribute to the understanding of subjective well-being and to the enhancement of assessment processes of subjective quality of life during childhood, this study aimed at investigating the concept of happiness in children. Two-hundred children (52.5% girls) from 5 to 12 years-old, students in public or private schools in Porto Alegre, Brazil, participated in this research. Children responded individually to what came to their mind with the word happiness and to how they define happiness. Answers went through content analysis, and comparisons were made for sex, public or private school, and age range. The most mentioned contents were positive feelings, leisure, and friends. Girls highlighted positive feelings in happiness, whilst boys referred more to leisure. Conducting research studies from the children's own point of view enables more adequate assessment of children's life satisfaction and subjective well-being, as well as the development of more effective intervention programs.

Keywords: Happiness, Subjective well-being, Quality of life.

RESUMEN

Con el fin de contribuir a la comprensión del bienestar subjetivo y perfeccionamiento de los procedimientos de evaluación de la calidad de vida subjetiva infantil, este estudio buscó conocer el concepto de felicidad en niños. Participaron 200 infantes (52,5% niñas) de 5-12 años, estudiantes de escuelas públicas y privadas de Porto Alegre-Brasil, que respondieron individualmente sobre lo que piensan acerca de la palabra felicidad y cómo la definen. Se realizaron análisis de contenido de las respuestas, y comparaciones por sexo, edad y tipo de escuela. Los contenidos más mencionados fueron sentimientos positivos, ocio y amigos. Las niñas subrayaron sentimientos positivos en la felicidad, mientras que los niños reportaron más el ocio. La realización de estudios que tienen en cuenta la visión de los propios niños posibilita evaluaciones más adecuadas de satisfacción de vida y bienestar subjetivo infantil, así como el desarrollo de intervenciones más efectivas para ellos.

Palabras clave: Felicidad, Bienestar subjetivo, Calidad de vida.

O século passado, denominado o "Século das Crianças", foi demarcado pelo estabelecimento do conceito de infância (Ariés, 1981; Borstelmann, 1983). A partir de então, a ciência voltou seu interesse para as crianças como nunca antes visto. A psicologia também acompanhou esse movimento

Concomitantemente, os últimos 50 anos têm sido caracterizados por avanços sem precedentes nas políticas públicas mundiais relativas aos direitos humanos, em especial aos direitos infantis. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (www.un.org/humanrights), homologada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948, apresenta no artigo nº 25 o conceito de infância e os direitos das crianças, sobre os seus cuidados e bem-estar. Em 1989, a Assembleia adotou a Convenção sobre os Direitos da Criança, que prima pelo bem-estar infantil, alterando profundamente o compromisso mundial a essa parcela da população. Era a primeira vez na história da humanidade que a causa das crianças encontrava-se no centro da pauta mundial. A Convenção procurou, por imposição legal, assegurar a sobrevivência, o desenvolvimento, a proteção e a educação infantil em todo o mundo.

No Brasil, a Constituição Federal de 1988 lançou o nascimento do que viria a ser um dos maiores avanços legislativos no que tange à infância, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal nº 8.069/1990). O Estatuto prevê que se proporcione o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social das crianças e dos adolescentes (artigo 3º) e a efetivação dos direitos fundamentais referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária (artigo 4º). Preocupada com a vida das crianças em todo o mundo, a ONU, por meio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), vem acompanhando a situação mundial da infância, e a avaliação da situação infantil vem sendo feita através do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e do IDI (Índice de Desenvolvimento Infantil).

O IDH foi criado para acompanhar os avanços esperados no processo global de desenvolvimento humano, sendo avaliadas a longevidade de uma população, a educação (taxas de alfabetização e matrículas no ensino fundamental, médio e superior) e a renda ou o PIB per capita. O IDI foi desenvolvido pelo UNICEF para avaliar condições sociais e econômicas, computadas num escore apresentado por meio de uma escala de 0 a 1, onde 1 corresponde à melhor condição de desenvolvimento infantil e zero, à pior.

Estudos e pesquisas sobre qualidade de vida vêm sendo realizados por vários profissionais, como psicólogos, sociólogos, economistas, educadores e gerontólogos nas últimas décadas. Definições de qualidade de vida e tipos de medidas originam-se basicamente de duas tradições: estudos sobre a qualidade de vida objetiva e estudos sobre a qualidade de vida subjetiva (Diener & Suh, 1997). A primeira perspectiva está baseada em critérios objetivos, tais como índices de segurança, qualidade de serviços para a comunidade (p. ex., número per capita de médicos, níveis de crimes e divórcio, etc.). Muitos estudos compilaram grande quantidade de dados sobre indicadores econômicos e sociais (Diener, Suh, Lucas & Smith, 1999). Por outro lado, pesquisadores voltados para uma orientação mais subjetiva salientam a necessidade da incorporação de medidas de percepção mais pessoais da qualidade de vida, como a satisfação das pessoas nos diferentes domínios da vida (família, escola, etc.) (Huebner, 1991; 1994; Huebner, Drane & Valois, 2000). Observa-se uma escassez de indicadores subjetivos sobre a qualidade de vida das crianças nos levantamentos sobre a situação da infância no âmbito mundial. Além disso, são raríssimos os estudos sobre a percepção das crianças em relação à própria vida.

A Organização Mundial de Saúde possui um grupo formado para o estudo da qualidade de vida das nações. Por meio de estudos e do desenvolvimento dos elementos fundamentais do conceito de qualidade de vida, o grupo apresentou a definição de qualidade de vida como "a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto de sua cultura e no sistema de valores em que vive e em relação a suas expectativas, seus padrões e suas preocupações" (Fleck, 2008, p. 25). Embora não haja um consenso a respeito do conceito de qualidade de vida no arcabouço da literatura, três aspectos fundamentais referentes ao construto são característicos: a subjetividade, a multidimensionalidade e a presença das dimensões positivas e negativas no mesmo (Fleck, 2008).

Na área de estudos do bem-estar subjetivo, para entendermos o bem-estar de uma pessoa é importante avaliarmos suas reações afetivas e cognitivas sobre a sua vida como um todo, assim como sobre domínios específicos da vida (Diener & Suh, 1997). Sob o rótulo do bem-estar subjetivo encontram-se os estudos sobre a felicidade, qualidade de vida subjetiva, satisfação de vida, etc.

Há relatos de alguns estudos sobre qualidade de vida de crianças e adolescentes na literatura: estudo sobre qualidade de vida de estudantes (Jordan, 1993), estudos transculturais sobre qualidade de vida (Balatsky & Diener, 1993; Keith, Yamamoto, Okita, & Schalock, 1995; Lindstrom & Eriksson, 1993), estudos sobre a qualidade de vida de crianças com dificuldades (Halpern, 1994) e estudos que objetivaram a construção de instrumentos capazes de medir qualidade de vida de crianças e estudantes (Collier, MacKinlay & Phillips, 2000; Simeoni, Auquier, Antoniotti, Sapin & San Marco, 2000).

O estudo de Neff e Dale (1990) sobre a avaliação dos indicadores de qualidade de vida em crianças em idade escolar, pesquisado através de entrevistas e questionários com as crianças e seus pais, encontrou, entre os itens mais ansiogênicos, a situação de perda de um dos pais. Para as crianças, ficar cego e repetir o ano escolar são considerados eventos desastrosos. Os adultos geralmente superestimam a angústia que a chegada de um irmão pode ocasionar na criança, já que este evento encontrava-se no final das listas das crianças. Entretanto, as crianças classificaram como altamente ansiogênicas as brigas e discussões entre os pais, enquanto esses minimizaram o impacto destas em suas crianças.

Os eventos de vida podem ser grande fonte de promoção ou de estresse para o bem-estar. Compas (1987) investigou os estressores mais comuns na infância e na adolescência e entre esses destacaram-se as situações que incluem mudanças de vida, como a separação dos pais, mudanças de escola, doenças; as situações crônicas estressantes que contam muito para a baixa do bem-estar são a pobreza, as doenças crônicas e os conflitos familiares constantes. E por último, salientaram-se os problemas mais comuns do dia a dia, como as dificuldades escolares, as dificuldades de relacionamentos com amigos e com pais.

No Brasil, encontramos dois estudos na literatura voltados para a investigação de eventos positivos que promovam bem-estar infantil. Giacomoni (1998), em sua investigação sobre bem-estar subjetivo em crianças do sul do Brasil, realizou um levantamento sobre os eventos de vida infantil, classificados em positivos e negativos. Entre os eventos positivos, os mais frequentes foram, nesta ordem, os eventos relacionados à família, ao lazer, ao ganhar presentes, ao brincar e à escola. Entre os eventos negativos, apresentaram maiores frequências os eventos relacionados à saúde, desentendimento familiar, inimizade, privação, morte e problemas escolares.

Dell'Aglio (2000) investigou os eventos de vida de crianças e adolescentes institucionalizados e não institucionalizados do sul do Brasil. A análise quantitativa dos eventos de vida positivos e negativos não revelou diferença significativa quanto ao número médio de eventos relatados pelo grupo institucionalizado e pelo grupo não institucionalizado. Observou-se, no entanto, um número de eventos negativos maior do que de eventos positivos, indicando baixa qualidade de vida. Entre os eventos de vida positivos, os eventos que envolviam a escola, passeios e a família obtiveram maior frequência nos dois grupos. Entre os eventos de vida negativos, foram verificados como mais frequentes aqueles referentes a desentendimentos com pares, doenças e violência. Outros estudos apresentam aspectos específicos sobre a vida de crianças e adolescentes, destacando-se as pesquisas sobre o papel da família no bem-estar de crianças e adolescentes (Wagner e cols., 1999; Walsh, 1996), o lazer na infância (Rocha & Souza, 2012) e a violência e o stress na vida infantil (Caminha, 2000; Koller, 2000; Kristensen & cols., 2000; Oliveira & Flores, 2000).

Embora os avanços relativos aos direitos das crianças sejam grandes nos últimos anos, observa-se uma ausência de indicadores subjetivos sobre a situação da infância brasileira. Além disso, são raros os estudos que buscam investigar os sentimentos positivos e a forma como as crianças veem suas próprias emoções e sua própria vida. A importância da realização de estudos a partir da visão das próprias crianças viabiliza o desenvolvimento de programas de intervenção mais efetivos junto às mesmas.

Com o intuito de contribuir para a ampliação da compreensão do bem-estar subjetivo infantil em nossa cultura, e para o aprimoramento dos processos de avaliação da qualidade de vida subjetiva infantil, o objetivo deste estudo foi conhecer o conceito de felicidade em crianças de cinco a doze anos de idade.

Método

Participantes

Participaram deste estudo 200 crianças, de ambos os sexos, 105 meninas (52,5%) e 95 meninos (47,5%), estudantes de escolas públicas (estadual e federal) e privadas em Porto Alegre (Rio Grande do Sul), que frequentavam o ensino básico e o fundamental. O tamanho da amostra foi calculado para que fosse satisfeito o critério de um número mínimo de aproximadamente 12 crianças por faixa de idade e por sexo. A idade variou entre cinco e 12 anos, com média de 8,7 anos e desvio padrão de 2,5. As crianças foram divididas em 4 grupos nas seguintes faixas etárias: 5-6 (47 crianças, 23,5%), 7-8 (43 crianças, 21,5%), 9-10 (63 crianças, 31,5%) e 11-12 anos (47 crianças, 23,5%).

Instrumento e Procedimentos

O presente trabalho é parte de uma pesquisa mais ampla sobre qualidade de vida infantil. Em virtude da grande quantidade de dados obtida com a pesquisa maior, nessa oportunidade serão apresentados e analisados a primeira parte dos dados da pesquisa. As crianças responderam a duas questões de uma entrevista estruturada: 1) O que vem na tua cabeça quando tu pensas em felicidade? e 2) O que é felicidade? As entrevistas foram realizadas individualmente nas dependências da escola, e gravadas para posterior transcrição. As escolas forneceram anuência para a coleta de dados, e os pais das crianças assinaram termos de consentimento. Após a obtenção do termo, a criança só participava da pesquisa se assim fosse sua vontade. A pesquisa obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.

As transcrições das respostas das crianças foram analisadas com base em procedimentos sugeridos pela análise de conteúdo (Bardin, 2011). A análise de conteúdo permitiu identificar categorias temáticas a posteriori entre as respostas fornecidas pelas crianças. O processo de identificação de categorias temáticas foi realizado por um grupo de pesquisa, devidamente treinado. Com a obtenção das categorias temáticas, as entrevistas foram categorizadas por quatro juízes, que obtiveram índices de concordância acima de 80% para cada questão. Foram calculadas as frequências e os percentuais das categorias. Também foram obtidas as frequências e os percentuais das categorias por faixa etária (quatro grupos: 5-6, 7-8, 9-10 anos), por tipo de escola (públicas ou privadas) e por sexo (meninos e meninas). Para as comparações estatísticas entre os grupos de crianças provenientes de escolas privada (n = 43) e pública (n = 124), foram compostos dois grupos de alunos pareados por faixa etária e série (privada n = 43; pública n = 43). Não foram feitas comparações entre as escolas publicas e privadas com a escola do tipo federal, por essa ser uma escola exclusivamente de ensino básico com crianças de 5 e 6 anos. Utilizou-se o Teste Binomial para Diferenças entre Duas Proporções (Hinkle, Wiersma & Jurs, 1988) para verificar se existiam diferenças significativas entre as proporções dos grupos, cujos critérios eram as escolas e o sexo. Foi utilizado o Teste do Qui-Quadrado para Várias Proporções Populacionais (nível de significância de 0,05), para verificar diferenças nas proporções das faixas etárias (Ayres, Ayres Jr, Ayres & Santos, 2000).

Resultados

Foram construídas oito categorias para a questão de associação livre "O que vem na tua cabeça quando tu pensas em felicidade?", excluindo-se as respostas sem conteúdo categorizável ("não sei", n = 9). As unidades temáticas não incluídas nas categorias formadas, e que foram, portanto, agrupadas sob o nome de "outras respostas" (n = 11), têm como exemplos: "meus gatinhos", "eu me lembro das flores" e "Deus".

As categorias mostraram-se consistentes em conteúdo, como segue (n = 200): Sentimentos positivos: emoções, afetos positivos, felicidade, alegria, amor, rir e sorrir;

Lazer: atividades físicas, divertidas, brinquedos, brincadeiras, brincar, passear, viajar;

Família: cita a família, ter e/ou estar com família, boa convivência familiar;

Amizade: convivência com amigos, fazer/estar/brincar/conversar com/visitar amigos;

Satisfação de necessidades básicas/desejos: ter casa, comida, saúde, boas condições materiais de vida, "ganhar presentes", "fazer o que quer";

Escola: "aprender a ler e escrever", "ir bem na escola";

Não violência: não presenciar nem se envolver em brigas e discussões, viver em paz;

Ações morais: ações socialmente aceitas, ajudar/respeitar os outros, "ser comportado".

Como se pode observar na Tabela 1, os temas mais citados pelas crianças ao pensarem rapidamente na palavra "felicidade" foram sentimentos positivos, lazer, família e amigos. O Teste Binomial para Diferenças entre Duas Proporções foi realizado para comparações por sexo da criança, como mostra a Tabela 1, que também informa frequências e porcentagens para meninos e meninas.

A Tabela 1 exibe os resultados das comparações para meninos e meninas. Duas diferenças foram significativas: sentimentos e lazer. Enquanto as meninas associaram mais a felicidade a sentimentos e emoções positivas, os meninos mencionaram mais conteúdos de lazer e de atividades físicas e divertidas.

Na Tabela 2 é possível acompanhar a frequência, porcentagem e resultados do Teste Binomial para Diferenças entre Duas Proporções para tipo de escola (pública ou privada). A única diferença estatisticamente significativa encontrada foi para a categoria família, com as crianças da escola pública associando-a mais à palavra felicidade.

Comparações por faixa etária também foram efetuadas, conforme as faixas 5 a 6 anos, 7 a 8 anos, 9 a 10 anos e 11 a 12 anos. A Tabela 3 apresenta frequências, porcentagens e os resultados do Teste Qui-Quadrado por faixa etária para as categorias referentes à questão "O que vem na tua cabeça quando tu pensas em felicidade?".

Observaram-se diferenças significativas de proporções para "sentimentos", "lazer" e família". Na categoria "sentimentos" foi encontrada diferença significativa entre a segunda e a terceira faixa etária (p<0,01). Na categoria "lazer", observaram-se diferenças significativas entre as crianças de 5-6 anos e as crianças de 11-12 anos (p<0,01), e entre as crianças de 7-8 anos e as crianças de 11-12 anos (p<0,01). Na categoria "família", diferenças significativas foram observadas entre as crianças da primeira e da terceira faixas etárias (p<0,05) e entre as crianças da terceira e da quarta faixas etárias (p<0,05).

Na segunda questão, as crianças forneceram respostas mais elaboradas, especialmente em virtude da associação livre realizada com a primeira questão. Todavia, os conteúdos das respostas foram similares, gerando os mesmos agrupamentos temáticos obtidos com a questão anterior.

A Tabela 4 mostra a frequência e porcentagem nas categorias sobre o conceito de felicidade. As respostas geraram sete categorias. Das 200 crianças, 21 emitiram respostas com conteúdo agrupado como "outras respostas", que obteve frequência 24 (7,5%). Sete crianças não conseguiram fornecer um conceito de felicidade.

Como mostra a Tabela 4, as categorias lazer, família e sentimentos positivos ocuparam os primeiros lugares, no caso, na elaboração de um conceito de felicidade. Entretanto, os conteúdos sobre amizade deram lugar aos de não violência – a segunda categoria em quantidade de respostas. O Teste Binomial para Diferenças entre Duas Proporções foi realizado, como se pode observar na Tabela 4, que também informa frequências e porcentagens para meninos e meninas.

Nenhuma diferença de proporção entre meninos e meninas foi significativa. Ainda assim, interessante perceber que a frequência de respostas sobre sentimentos foi maior nas falas das meninas, e sobre lazer, foi maior nas dos meninos.

A Tabela 5 apresenta a frequência, porcentagem e o resultado do Teste Binomial para Diferenças entre Duas Proporções das categorias sobre o conceito de felicidade para a variável tipo de escola. Três diferenças significativas foram detectadas: as crianças de escola privada falaram mais sobre sentimentos e emoções positivas no conceito de felicidade, e as crianças de escola pública mencionaram mais a família e as questões da escola ao definirem felicidade.

A Tabela 6 apresenta frequência, porcentagem e o resultado do Teste Qui-Quadrado por faixa etária. Três diferenças significativas foram localizadas. Na categoria "sentimentos" foram verificadas diferenças significativas entre as crianças da segunda e da terceira faixas etárias (p<0,05), e entre as crianças da terceira e da quarta faixas etárias (p<0,05). Na categoria "lazer", a diferença significativa foi verificada entre as crianças de 5-6 anos e as crianças de 11-12 anos (p<0,01). Diferenças significativas foram constatadas na categoria "família" entre as crianças da primeira e terceira faixas etárias (p<0,05) e entre a terceira e quarta faixas etárias (p<0,05).

Discussão

Os resultados foram abundantes em termos de conteúdo, o que é próprio de um estudo de natureza exploratória, que buscou analisar qualidades e quantidades nas falas das crianças sobre a questão da felicidade. A análise qualitativa possibilitou o encontro de aspectos relevantes ao estudo do bem-estar subjetivo infantil, ao passo que a análise quantitativa contribuiu não para generalizações, mas para a construção de novas perguntas de pesquisa sobre um tema ainda pouco investigado: a felicidade em crianças. Cabe informar, portanto, que nem todos os resultados significativos encontrados serão considerados na presente discussão, não apenas por questões de espaço no texto, mas também por terem gerado novas perguntas no lugar de fornecer respostas.

A área de estudos do bem-estar subjetivo propõe um modelo multidimensional de conceito de bem-estar, sendo este composto pela satisfação de vida e pelos afetos positivos e negativos, na qual, mais especificamente, estão incluídas as respostas emocionais das pessoas, os domínios de satisfação de vida e os julgamentos globais de satisfação de vida (Diener, Suh & Oishi, 1997; Diener, Suh, Lucas & Smith, 1999). Em geral, tem-se aplicado esse modelo para explicar o bem-estar subjetivo infantil, com distinções nos domínios específicos de satisfação de vida da criança. Os domínios de satisfação de vida infantil investigados e já identificados são: a vida familiar, a vizinhança, a vida escolar, as amizades, o self, as oportunidades de lazer e a cidade (Huebner, 1991), ou ainda, mais recentemente, a família, os amigos, a escola, o ambiente onde vive e o self (Huebner, 1994).

Entre as categorias consistentemente relatadas pelas crianças, aquela denominada "sentimentos" claramente reflete os afetos positivos. Quando perguntadas sobre "o que é a felicidade?", as crianças identificaram, em primeiro lugar, os afetos positivos, conforme podemos observar nas verbalizações: "é alegria", "é emoção", "é estar de bom humor", "contente" e as expressões dos afetos "é rir", "é sorrir". A análise das frequências da categoria "sentimentos" demonstra que esta categoria apresentou as maiores frequências de respostas. Esses resultados apontam a consistência desses achados, indicando que as crianças são capazes de identificar os afetos positivos e relacioná-los ao bem-estar subjetivo.

A categoria "lazer" não foi incluída no último Modelo Multidimensional de Satisfação de Vida Infantil apresentado por Huebner (1994), mas aparece indicada no estudo de 1991. Contudo, os resultados encontrados na presente pesquisa indicam fortemente o lazer como um domínio significativo na satisfação de vida das crianças. Na primeira questão, que estimula o pensar sobre a felicidade, o "lazer" apresentou a segunda maior frequência total de respostas, e na segunda questão ("O que é felicidade?") o conteúdo sobre o lazer também foi bem representado. Ainda, os meninos mencionaram mais conteúdos de lazer e de atividades físicas e divertidas associadas à palavra felicidade, e as crianças de 5 a 8 anos citaram mais conteúdos de lazer e atividades físicas e divertidas ao pensarem nessa palavra. Na definição de felicidade, o lazer foi mais usado pelas crianças pequenas, de 5 e 6 anos de idade.

A felicidade, segundo as crianças, é vinculada às situações e oportunidades de passeio, de viagem, de brincadeira, às atividades físicas, enfim, a atividades divertidas. Parece ser de fundamental importância para a concretização de um sentimento de bem-estar a possibilidade de vivenciar momentos de diversão e de quebra da rotina. Essa questão está bastante presente no trabalho de Rocha e Souza (2012), sobre o tempo livre e o lazer de 41 crianças de Belo Horizonte. Portanto, a avaliação da qualidade de vida infantil e da percepção do bem-estar subjetivo de crianças precisa considerar a dimensão do lazer em sua abordagem.

Quanto à diferença de sexo na associação livre sobre a palavra felicidade, a literatura científica sobre desenvolvimento infantil tem mostrado a preferência dos meninos por atividades físicas e brincadeiras ativas, enquanto as meninas têm preferido atentar para as relações sociais e os sentimentos das pessoas, escolhendo conversar e trocar experiências (Maccoby, 1990). Já a diferença entre o tipo de escola nos conteúdos sobre no conceito de amizade, com as crianças da escola privada mencionando mais sentimentos positivos, apenas se pode especular que o nível socioeconômico dessas crianças talvez permita uma sensação geral maior de bem-estar. Todavia, outras amostras e novos estudos precisam ser conduzidos.

A categoria "não violência" surgiu nas questões e surpreende devido ao seu peso, justamente na questão em que se pergunta diretamente para as crianças "O que é felicidade?". As respostas sobre "não violência" vinculam a felicidade ao viver-se em um ambiente harmônico, sem brigas e discussões. É conhecidamente já identificado e descrito na literatura o poder devastador da violência na vida de uma criança, suas principais consequências e sequelas (Caminha, 2000; Koller, 2000; Kristensen & cols., 2000; Oliveira & Flores, 2000;). As crianças indicam em seus relatos o desejo de não serem vítimas ("não apanhar dos pais"), atores ("não brigar com amigos") ou testemunhas ("não ver brigas na rua") de quaisquer tipos de violência ao longo de suas vidas. Esses resultados promovem uma discussão sobre o aumento da violência sofrida, vivenciada pelas crianças, suas respostas indicando que a violência e a tensão vividas também já fazem parte de suas vidas. É indiscutível o impacto negativo da violência, do estresse no bem-estar de adultos e crianças, entretanto, não são encontradas na literatura, na área do bem-estar, indicações sobre esse domínio na vida das crianças. Os resultados aqui relatados indicam que não se poderia avaliar bem-estar subjetivo infantil sem considerar-se esse novo domínio indicado por elas.

Outra categoria de maior frequência de respostas nas questões referentes ao conceito de felicidade foi "família". O domínio "família" vem sendo investigado por Huebner (1991, 1994) em seus estudos sobre a satisfação de vida infantil, tendo encontrado que a "família" apresenta as mais fortes correlações com a satisfação de vida global (Huebner, 1991). A família aparece de forma substancial nos relatos das crianças, "ter uma família", "ter o amor do pai e da mãe", "ter irmãos" são descritos como um aspecto condicional para a felicidade infantil.

Wagner e colaboradores (1999) investigaram o impacto da configuração familiar no bem-estar psicológico de adolescentes brasileiros, relatando resultados significativos para a compreensão do domínio "família". Ao comparar adolescentes provenientes de famílias originais e de famílias reconstituídas, não encontrou diferenças significativas no nível de bem-estar desses. As autoras discutem o papel da família como promotora de saúde e bem-estar em adolescentes apontando não para a estrutura familiar, mas sim para a importância da qualidade de relações entre seus membros. Mediante as verbalizações das crianças, referentes à importância de receber atenção e carinho dos pais e de não ver brigas na família, podemos perceber que entre elas, a qualidade das relações familiares também é importante. Corroborando esses achados, a literatura sobre resiliência familiar (Walsh, 1996) aponta que a família é uma das principais fontes de resiliência e apoio para suas crianças e adolescentes. Uma ambiente familiar caracterizado pela comunicação, pela afetividade, aceitação, desenvolvimento da autoestima é previsto pela autora.

As crianças deste estudo foram capazes de identificar tais atribuições da família. Em especial, as crianças de 9 a 10 anos foram as que mais associaram família com felicidade e as que mais usaram conteúdos sobre família no conceito de felicidade. Sabe-se que à medida que a criança avança em seu desenvolvimento, ela é capaz de utilizar aspectos mais abstratos nas definições que lhes são pedidas. Assim, é esperado que uma criança de 10 anos inclua algo como família na definição de felicidade, ao passo que crianças pequenas, de 5 anos, façam mais referência a estados felizes e a brincadeiras. Agora, à medida que a criança se aproxima da adolescência, as novas habilidades cognitivas advindas das operações formais de pensamento, segundo Piaget (1964/1999), permitem a ela perceber os defeitos dos pais e reconhecer que está submetida à vontade deles e, portanto, ainda não pode fazer tudo o que deseja. Ademais, é a partir da puberdade que as crianças vão se conectar mais aos pares do que aos pais (Belsky, 2010). Também foi interessante notar a diferença significativa entre as escolas no conceito de felicidade com respeito ao conteúdo família, com as crianças da escola pública destacando mais esse aspecto em suas definições. Este resultado sugere que novos estudos precisam ser conduzidos para avaliar-se as famílias de crianças de escola pública, em virtude da maior quantidade de crianças de escola pública na amostra.

Considerações finais

O presente estudo buscou conhecer o que as crianças de 5-12 anos, de escolas públicas e privadas, pensam sobre felicidade. Dentro de uma perspectiva positiva de psicologia, o presente trabalho buscou aproximações a fatores relevantes para a avaliação da qualidade de vida infantil e do bem-estar subjetivo da criança.

Dentre os principais resultados, o que se pode notar, e sobretudo a partir da voz das próprias crianças, é que os conteúdos de lazer e de atividades físicas divertidas precisam integrar a avaliação do bem-estar infantil. O próprio WHOQOL inclui a dimensão do lazer na avaliação da qualidade de vida (Fleck, 2008), mais precisamente no domínio V, sobre o meio ambiente, através da faceta "participação e oportunidade de recreação/lazer" (p. 51); portanto, deve-se incluir esse aspecto no trabalho com crianças.

As limitações do estudo são relativas à amostra. Não apenas estudos subsequentes necessitam de um maior número de participantes de escolas privadas, como também uma amostra superior à obtida. Com isso, poder-se-á trabalhar com generalizações e com mais fatores para a realização de análises estatísticas mais complexas. Também será de interesse comparar crianças de Porto Alegre, capital do Estado, com crianças de uma cidade pequena no interior. Isso permitiria buscar, nas falas das crianças, indicativos de conteúdos mais universais associados à felicidade infantil, bem como conteúdos possivelmente mais atrelados a questões específicas de cidades de pequeno porte, com comparações ao IDH e ao IDI dos municípios.

O movimento da Psicologia Positiva vem recebendo mais adeptos no contexto da pesquisa científica brasileira. Pesquisas interessadas em aspectos positivos da vida, em especial, nas questões positivas da infância ainda são escassas, dados os problemas e desafios que o país enfrenta no que diz respeito à criança brasileira. Todavia, esforços em pesquisa sobre a felicidade das crianças podem trazer à tona fatores importantes, visto que felicidade não se resume a evitar a fome, a solidão, a violência, etc. Felicidade também inclui viver bem e sentir-se bem, e isso não é diferente para as crianças.

Contato com os autores:

Claudia H. Giacomoni

Laboratório de Mensuração. Instituto de Psicologia – UFRGS

Av. Ramiro Barcelos, 2600. Sala 101

CEP 90035-003 Porto Alegre – RS.

E-mail: giacomonich@gmail.com

Recebido em: 28/09/2012

Reformulado em: 19/03/2013

Segunda reformulação em: 02/04/2013

Aprovado em: 14/05/2013

Sobre os autores:

Claudia Hofheinz Giacomoni é psicóloga e doutora em Psicologia pela UFRGS, professora adjunta do Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pesquisadora do Laboratório de Mensuração da UFRGS.

Luciana Karine de Souza é psicóloga e doutora em Psicologia pela UFRGS, professora adjunta do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Lazer da Universidade Federal de Minas Gerais e pesquisadora colaboradora do Laboratório de Mensuração – UFRGS.

Claudio Simon Hutz é psicólogo e doutor em Psicologia pela University of Iowa, professor titular do Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pesquisador coordenador do Laboratório de Mensuração da UFRGS.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Maio 2014
  • Data do Fascículo
    Abr 2014

Histórico

  • Aceito
    14 Maio 2013
  • Revisado
    02 Abr 2013
  • Recebido
    28 Set 2012
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