TRANSTORNOS ALIMENTARES
Validação da versão brasileira da Binge Eating Scale - Esacala de Compulsão Alimentar Periódica
Freitas, S; Lopes, CS; Appolinario, JC & Sichieri, R
Departamento de Epidemiologia do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ
R. Jardim Botânico 700 sl.221 Rio de Janeiro. 22461-000
Tel. 2294 9441 fax 2494 4464
Endereço para correpondência Endereço para correpondência Freitas, S Email: silviafreitas@uol.com.br
OBJETIVO: Verificar a validade concorrente e a confiabilidade da Escala de Compulsão Alimentar Periódica (ECAP), versão brasileira da Binge Eating Scale (BES).
MÉTODO: O estudo foi conduzido em 196 indivíduos obesos (IMC ? 30 kg/m2), entre 18 e 60 anos, recrutados para um ensaio clínico de obesidade e compulsão alimentar. A ECAP, no ponto de corte 17, foi comparada com o diagnóstico do TCAP obtido pela versão brasileira da Structured Clinical Interview for DSM-IVPatient version (SCID-I/P). Para o estudo de confiabilidade utilizou-se um desenho teste-reteste, com 15 dias de intervalo entre as duas aplicações e avaliou-se, também, a consistência interna da versão brasileira da BES.
RESULTADOS: A prevalência do TCAP na amostra foi de 48%. A sensibilidade encontrada foi 97,9%, a especificidade 49,5%, o valor preditivo positivo 64,6% e o valor preditivo negativo, 96,1%. A confiabilidade teste-reteste estimada pelo coeficiente kappa foi de 0,65 e o kappa ponderado foi de 0,66. O alfa de Cronbach foi de 0,89.
CONCLUSÃO: A versão brasileira da BES, no ponto de corte 17, é um instrumento válido para o rastreamento do TCAP em indivíduos brasileiros obesos que procuram tratamento para emagrecer. A ECAP apresentou elevada consistência interna e se mostrou adequada no âmbito da estabilidade das respostas quando aplicada em dois momentos diferentes.
Validação da versão brasileira do teste de atitudes alimentares (EAT-26)
Nunes, MA; Camey, S; Olinto, MT; Mari, JJ
Fundação Universitária Mário Martins, Grupo de Estudos e Assistência em Transtornos Alimentares
Rua Dona Laura, 221, Porto Alegre, CEP 90430-091. Fone/fax 051 33333258
Endereço para correpondência Endereço para correpondência Nunes, MA E-mail: maanunes@terra.com.br
OBJETIVO: validar o teste de atitudes alimentares - 26 (EAT-26) como um instrumento capaz de identificar indivíduos com comportamento alimentar anormal de qualquer natureza em uma população jovem no contexto sociocultural brasileiro.
MÉTODO: à partir de um estudo transversal (n=513) realizado em 1996 e que utilizou dois instrumentos para avaliar comportamento alimentar (Teste de Atitudes Alimentares -26 (EAT-26 e Teste de Investigação Bulímica de Edinburgh (BITE), foi possível selecionar 56 indivíduos com possíveis problemas no comportamento alimentar. Após quatro anos essa amostra positiva foi emparelhada com dois controles negativos da mesma idade e área geográfica de residência (n= 163). O EAT foi aplicado por entrevistadoras que também aplicaram uma entrevista diagnóstica (CIDI-10).
RESULTADOS: os escores obtidos no EAT foram comparados com os diagnósticos da CID-10 originados pelo CIDI. Na amostra o teste mostrou uma sensibilidade de 40%, especificidade de 84%, valor predito de 0,14 e classificação errônea total de 18,4%.
CONCLUSÃO: Houve um processo cuidadoso de tradução para o português e comparando os resultados obtidos observa-se que o instrumento apresenta problemas com relação a sensibilidade e valor predito positivo em estudos populacionais. Na amostra estudada o EAT-26 apresentou uma relativa baixa sensibilidade e valor predito também muito baixo O teste mostrou uma estabilidade temporal razoável.
Transtorno de Compulsão Alimentar em Obesos Mórbidos
Brito, CLS; Mombach, KD; Stenzel, L
Centro da Obesidade Mórbida da PUCRS (COMPUCRS)
Av. Ipiranga 6690 cj 309
Centro Clínico do Hospital São Lucas da PUCRS
90610-000, Porto Alegre, RS, Brasil. Fone: (51) 3332-0817
Endereço para correpondência Endereço para correpondência Brito, CLS e-mail: clsbrito@sppa.org.br
OBJETIVO: Esse trabalho visa identificar a prevalência de Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA), Binge eating, em pacientes Obesos Mórbidos comparando-os com grupo controle de modo a conhecer-se a realidade local.
MÉTODO: Utiliza-se o Questionário sobre Padrões de Alimentação e Peso Revisado (QEWP-R) para identificar o TCA em Obesos Mórbidos avaliados no Centro de Obesidade Mórbida da PUCRS (N=89). Compara-se os resultados obtidos com os do Grupo Controle (N=44). Para a análise estatística utiliza-se o teste de Chi-quadrado (Pearson Chi-square).
RESULTADOS: O QEWP-R detectou 12 casos de TCA no grupo de Obesos Mórbidos (15,18%) sobre 79 casos válidos, contra 1 caso de TCA no grupo Controle (2,3%) em 44 casos válidos. Ocorreram 10 casos perdidos (11,2%) do total por não entrega do protocolo. O resultados é estatisticamente significativo com p=0,026.
DISCUSSÃO: Os resultados apontam para a incidência de TCA no grupo de Obesos Mórbidos maior do que no grupo controle de modo estatisticamente significativo.
CONCLUSÕES: O grupo de pacientes com Obesidade Mórbida apresenta maior prevalência de TCA do que o Grupo Controle, correspondendo ao esperado conforme dados divulgados na literatura especializada.
O Uso de Questionário Estruturado Para a Padronização de Registros em Transtornos Alimentares: Estudo Piloto
Nunes, MAA; Pinheiro, AP
Grupo de Pesquisa e Assistência em Transtornos Alimentares Fundação Universitária Mário Martins
Rua Dona Laura, 221 CEP 90430 180 Porto Alegre, Brasil fone/fax: 33333266
OBJETIVO: Descrever as etapas e avaliar as dificuldades encontradas na implementação de um questionário estruturado como forma de registro padronizado do atendimento multidisciplinar de pacientes portadoras de transtornos alimentares em instituição psiquiátrica; comparar a capacidade do levantamento de informações relevantes em relação ao prontuário psiquiátrico tradicional.
Metodologia: A partir da experiência clínica e de pesquisa, a equipe reuniu-se periodicamente durante 1 ano para confeccionar o instrumento que contemplasse as questões essenciais pertinentes ao atendimento clínico, psiquiátrico, nutricional e familiar desse grupo de pacientes. O questionário foi também submetido à apreciação de colegas de outros centros de referência para o tratamento desses distúrbios no Brasil e especialista em pesquisa epidemiológica. Foram agregados novos itens e eliminados os considerados irrelevantes.
RESULTADOS: O uso do instrumento de forma retrospectiva em 8 prontuários de pacientes que já encerraram seu tratamento, revelou a ausência de informações relevantes em prontuários psiquiátricos tradicionais. A seguir, será mostrada a comparação do uso do novo instrumento como registro padrão em 6 novas pacientes no período de julho e agosto de 2002.
CONCLUSÃO: A padronização dos registros em transtornos do comportamento alimentar pode constituir uma ferramenta útil na realização de estudos multicêntricos e constituir a base para o futuro prontuário eletrônico.
Influência do Comportamento Alimentar em Pacientes Diabéticos do tipo 2
Papelbaum, M; Moreira, RO; Appolinário, JC; Ellinger, VCM; Coutinho, W; Zagury, L
Instituto de Psiquiatria da UFRJ/IPUB, Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia do RJ
Grupo de Obesidade e Transtornos Alimentares (GOTA) e Serviço de Diabetes
Rua Moncorvo Filho 90, Centro, Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2507-0065
Endereço para correpondência Endereço para correpondência Papelbaum, M e-mail: mpapel@email.iis.com.br
OBJETIVO: Pacientes com Diabetes Mellitus (DM) apresentam maior prevalência de transtornos alimentares (TA), que podem interferir com o controle do diabetes. O objetivo deste trabalho é investigar a relação dos TA com o DM.
MÉTODO: Foram avaliados 28 pacientes diabéticos do tipo 2, com idade entre 40 e 65 anos e IMC > 27 Kg/m2. Foram utilizados os seguintes instrumentos diagnósticos: SCID-P, Inventário Beck de Depressão (IBD) e a Escala de Compulsão Alimentar (ECA). Todos os pacientes foram submetidos a exame clínico e laboratorial.
RESULTADOS: Sete pacientes (25%) apresentaram TA, sendo 5 com Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) e 2 com Bulimia Nervosa. Além disso, 4 pacientes apresentaram episódios de compulsão alimentar (CA), porém sem diagnóstico de TA. A presença de um TA não se correlacionou com controle metabólico ou dados antropométricos. Comparando os pacientes com alteração no comportamento alimentar (n=11) àqueles sem psicopatologia alimentar associada, os primeiros caracterizaram-se por níveis elevados de HbA1c (8,6±2,2 x 6,8±1,7; p=0,03) e maiores valores no IBD (19,9±9,2 x 11,9±8,7; p<0,001). Os escores da ECA foram estatisticamente mais elevados nos pacientes com CA (p<0,05).
CONCLUSÕES: O TCAP é o TA de ocorrência predominante no DM. A presença de episódios de CA, independente de diagnóstico de TA, foi a variável mais fortemente associada a um pior controle metabólico e à presença de sintomas depressivos e ansiosos.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
10 Mar 2003 -
Data do Fascículo
Out 2002