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Emergência e desenvolvimento de plântulas de maracujazeiro azedo oriundas de sementes tratadas com bioestimulante

Emergence and development of passion fruit plant from seeds treated with bio stimulant

Resumos

O objetivo do trabalho foi estudar os efeitos de bioestimulante na emergência e no desenvolvimento de plântulas de Passiflora edulis Sims.f. flavicarpa Deg. O experimento foi conduzido sob cultivo protegido, com temperatura controlada (25ºC), no Departamento de Botânica, Instituto de Biociências, UNESP, Câmpus de Botucatu-SP. As sementes receberam os tratamentos com as concentrações 0 (testemunha); 4; 8; 12; 16 e 20 ml de bioestimulante/kg de semente e foram semeadas em bandejas de isopor contendo substrato comercial. O bioestimulante empregado é constituído por 0,005% de ácido índolbutírico (auxina), 0,009% de cinetina (citocinina) e 0,005% de ácido giberélico (giberelina). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com seis tratamentos e cinco repetições de 24 sementes. As avaliações de porcentagem de emergência de plântulas foram realizadas semanalmente, bem como o comprimento de caule e raiz, diâmetro do caule, número de folhas, área foliar e massa seca de raiz, caule e folha, aos 35 dias após a semeadura. Os dados foram submetidos à análise de variância e regressão polinomial, ao nível de 5% de probabilidade. As concentrações de 12 e 16 ml de bioestimulante/kg de semente aplicado às sementes promoveram as maiores porcentagens de emergência e desenvolvimento de plântulas.

Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.; propagação; reguladores vegetais; germinação


The aim of this work was the study of the effects of bio stimulants in the emergence and development of Passiflora edulis Sims.f. flavicarpa Deg. plantlet. The experiment was performed under shelter with controlled temperature (25ºC), at the Dep. of Botanic, Bioscience's Institute, UNESP, Campus de Botucatu, state of Sao Paulo, Brazil. The seeds were treated with different concentrations: 0 (check), 4, 8, 12, 16 and 20 ml of bio stimulant/kg of seeds and were sowed on polystyrene trays containing commercial substratum. The employed bio stimulant is comprised of 0.005% of indolylbutyric (auxin), 0.009% of kinetin (cytokine), and 0.005% of gibberellic acid. It was used the completely randomized blocks delineation with six treatment and five replications of 24 seeds. The estimation of the emergence percentage of plantlets were performed weekly and the stem and root lengths, stem diameter, number of leaves, leaf area and root, stem and leaf dry matter were performed 35 days after sowing. The data were submitted to analysis of variance and polynomial regression at 5% of probability. The concentrations of 12 and 16 ml of bio stimulant/kg of seed applied to the seeds have promoted the highest percentage of emergence and development of the plantlets.

Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.; propagation; vegetal regulators; germination


ARTIGOS

SEMENTES

Emergência e desenvolvimento de plântulas de maracujazeiro azedo oriundas de sementes tratadas com bioestimulante1 1 (Trabalho 023-07).

Emergence and development of passion fruit plant from seeds treated with bio stimulant

Gisela FerreiraI; Paula Nepomuceno CostaIII; Tainara Bortolucci FerrariII; João Domingos RodriguesI; João Filgueiras BragaII; Frederico Almeida de JesusIII

IProf. Dr., Departamento de Botânica, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, UNESP, Botucatu-SP, CP 510, CEP 18618-000, E-mail: gisela@ibb.unesp.br, mingo@ibb.unesp.br

IIPós-graduando, Departamento de Botânica, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, UNESP, Botucatu-SP, CP 510, CEP 18618-000, E-mail: tainara@ibb.unesp.br, jfbraga@ibb.unesp.br

IIIGraduando do Curso de Agronomia, Estagiário do Departamento de Botânica, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, UNESP, Botucatu, SP, CP 510, CEP 18618-000, E-mail: pncosta@ibb.unesp.br, secdamv@fca.unesp.br

RESUMO

O objetivo do trabalho foi estudar os efeitos de bioestimulante na emergência e no desenvolvimento de plântulas de Passiflora edulis Sims.f. flavicarpa Deg. O experimento foi conduzido sob cultivo protegido, com temperatura controlada (25ºC), no Departamento de Botânica, Instituto de Biociências, UNESP, Câmpus de Botucatu-SP. As sementes receberam os tratamentos com as concentrações 0 (testemunha); 4; 8; 12; 16 e 20 ml de bioestimulante/kg de semente e foram semeadas em bandejas de isopor contendo substrato comercial. O bioestimulante empregado é constituído por 0,005% de ácido índolbutírico (auxina), 0,009% de cinetina (citocinina) e 0,005% de ácido giberélico (giberelina). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com seis tratamentos e cinco repetições de 24 sementes. As avaliações de porcentagem de emergência de plântulas foram realizadas semanalmente, bem como o comprimento de caule e raiz, diâmetro do caule, número de folhas, área foliar e massa seca de raiz, caule e folha, aos 35 dias após a semeadura. Os dados foram submetidos à análise de variância e regressão polinomial, ao nível de 5% de probabilidade. As concentrações de 12 e 16 ml de bioestimulante/kg de semente aplicado às sementes promoveram as maiores porcentagens de emergência e desenvolvimento de plântulas.

Termos para indexação:Passiflora edulis f. flavicarpa Deg., propagação, reguladores vegetais, germinação.

ABSTRACT

The aim of this work was the study of the effects of bio stimulants in the emergence and development of Passiflora edulis Sims.f. flavicarpa Deg. plantlet. The experiment was performed under shelter with controlled temperature (25ºC), at the Dep. of Botanic, Bioscience's Institute, UNESP, Campus de Botucatu, state of Sao Paulo, Brazil. The seeds were treated with different concentrations: 0 (check), 4, 8, 12, 16 and 20 ml of bio stimulant/kg of seeds and were sowed on polystyrene trays containing commercial substratum. The employed bio stimulant is comprised of 0.005% of indolylbutyric (auxin), 0.009% of kinetin (cytokine), and 0.005% of gibberellic acid. It was used the completely randomized blocks delineation with six treatment and five replications of 24 seeds. The estimation of the emergence percentage of plantlets were performed weekly and the stem and root lengths, stem diameter, number of leaves, leaf area and root, stem and leaf dry matter were performed 35 days after sowing. The data were submitted to analysis of variance and polynomial regression at 5% of probability. The concentrations of 12 and 16 ml of bio stimulant/kg of seed applied to the seeds have promoted the highest percentage of emergence and development of the plantlets.

Index Terms:Passiflora edulis f. flavicarpa Deg., propagation, vegetal regulators, germination.

INTRODUÇÃO

O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, com produção de 478 mil toneladas, em área de 34 mil hectares (Agrianual, 2005). No entanto, a baixa porcentagem e a desuniformidade de germinação são comuns no gênero Passiflora, o que dificulta a formação de mudas de qualidade (Meletti et al., 2002) e compromete a expansão da cultura (Prado & Natale, 2004). Segundo Ruggiero et al. (1994), o tempo compreendido entre a semeadura e a germinação é de 15-20 dias e, desta até o plantio no campo, são necessários mais 45 a 60 dias.

De acordo com Takahashi et al. (1991), Davies (1995) e Taiz & Zeiger (2004), o equilíbrio entre hormônios, promotores e inibidores exerce papel fundamental na promoção da germinação e no crescimento inicial de plântulas. Neste contexto, reguladores vegetais têm sido empregados em sementes de Passifloráceas para incrementar a germinação (Ferreira, 1998) e, em plântulas, para promover crescimento mais rápido das mudas (Oliveira et al., 2005); porém, em sementes, para acelerar o desenvolvimento de plântulas, têm sido pouco relatado.

Rossetto et al. (2000) verificaram que sementes de P. alata sem arilo e submetidas à pré-embebição em ácido giberélico apresentaram aumento na porcentagem de germinação. Com o estudo de diferentes tempos de embebição e concentrações de giberelina em sementes de P. alata, Ferreira et al. (2001) observaram 71,2% de germinação na concentração de 500 mg L-1 de GA3, enquanto a testemunha apresentou 56%. Fogaça et al. (2001) concluíram que as concentrações de 500 e 1.000 mg L-1 de ácido giberélico (GA3) promoveram incremento no processo germinativo de P. alata sob condições de laboratório de 50,4% (testemunha) para 81,6%; porém, sob cultivo protegido, não foram observadas diferenças significativas para porcentagem de emergência de plântulas.

De acordo com Passos et al. (2004), a aplicação de 1.000 mg L-1 de ácido giberélico (GA3) sob luz foi eficiente na quebra de dormência de sementes de Passiflora nitida Kunth, com germinação de 86%.

Leonel & Pedroso (2005) relatam aumentos significativos na altura (de 40,75 cm para 52,17 cm) e número de folhas (de 7,10 para 9,57) em plântulas de P. alata pulverizadas com 300 mg L-1 de GA3;enquanto não foram encontradas diferenças para porcentagem de emergência de plântulas cujas sementes haviam sido tratadas com ácido giberélico.

Além de trabalhos com o emprego de reguladores vegetais de modo isolado, observa-se o uso de bioestimulantes, que são misturas de reguladores vegetais ou desses com compostos de origem bioquímica diferente (Casillas et al., 1986). Segundo Ferreira (1998), tratamentos com a giberelina GA3 e citocinina de modo isolado e em misturas promoveram aumentos significativos na germinação de sementes de Passiflora edulis f. flavicarpa e Passiflora alata, enquanto para Passiflora giberti as maiores médias foram obtidas com etileno.

Ao avaliar o efeito de pulverizações com GA4+7 + fenilmetil-aminopurina em Passiflora edulis f. flavicarpa Deg, Oliveira et al. (2005) verificaram que a pulverização de 75 mg L-1 de GA4+7 + fenilmetil-aminopurina, em plântulas de Passiflora alata, promoveu aumentos significativos do comprimento e diâmetro de caule e tendência de aumento do comprimento com 75 mg L-1 de GA3. Ferrari (2005) observou aumento na germinação de sementes de Passiflora alata com GA3 e GA4+7 + fenilmetil-aminopurina, e que a pulverização de bioestimulante, contendo giberelina, auxina e citocinina em plântulas, resultou em aumento da produtividade vegetal.

Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de bioestimulante contendo auxina, giberelina e citocinina na emergência e no desenvolvimento de plântulas de Passiflora edulis Sims.f. flavicarpa Deg., cujas sementes receberam concentrações de bioestimulante.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido sob cultivo protegido, com temperatura controlada (25ºC ± 3º), no Departamento de Botânica, Instituto de Biociências, UNESP, Câmpus de Botucatu-SP.

As sementes de Passiflora edulis Sims. f. flavicarpa Deg. foram obtidas de frutos adquiridos no CEAGESP, e a extração do arilo foi realizada com o uso de liqüidificador, com hélice protegida com fita adesiva (São José, 1994). As sementes foram colocadas para secar à sombra sobre papel absorvente, por período de 7 dias (São José & Nakagawa, 1988).

O experimento foi instalado em delineamento experimental inteiramente casualizado, com seis tratamentos e cinco repetições de 24 sementes por parcela. Os tratamentos foram constituídos pelas concentrações de 0 (testemunha); 4; 8; 12; 16 e 20 ml de bioestimulante /kg de sementes. O bioestimulante vegetal empregado foi o produto comercial Stimulate®, que é constituído por 0,005% de ácido índolbutírico (auxina), 0,009% de cinetina (citocinina) e 0,005% de ácido giberélico (giberelina) (Stoller do Brasil, 1998). As sementes foram agitadas com o bioestimulante dentro de um frasco de vidro, durante aproximadamente um minuto, para a total aderência do produto ao tegumento.

Após a aplicação dos tratamentos, realizou-se semeadura em bandejas de isopor de 128 células, preenchidas com o substrato comercial Rendmax®, empregando-se uma semente por célula.

As avaliações da porcentagem de emergência de plântulas foram realizadas semanalmente, a partir da semeadura. Foram consideradas plântulas emergidas aquelas que apresentavam as folhas cotiledonares abertas. As avaliações constituídas por comprimento de caule e raiz, diâmetro do caule, número de folhas, área foliar e massa seca de raiz, caule e folhas foram realizadas aos 35 dias após a semeadura.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e regressão polinomial, ao nível de 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observa-se, na Figura 1, que a testemunha apresentou os menores valores para porcentagem de emergência de plântulas durante todo o período, enquanto as concentrações de 12 a 20 ml de bioestimulante / kg de semente proporcionaram aumento desde a primeira avaliação.


Os reguladores atuaram em conjunto tanto na promoção da germinação como na posterior manutenção do crescimento do epicótilo e do hipocótilo, o que resultou na maior porcentagem e velocidade de emergência de plântulas. Considerando-se a germinação, tais afirmações estão de acordo com Takahashi et al. (1991) e Taiz & Zeiger (2004), pois, enquanto a giberelina atuou na síntese de enzimas hidrolíticas para degradação de reservas, o que resultou na liberação de energia para o crescimento do embrião, a ação da citocinina, reportada por Davies (1995), está relacionada à permeabilidade das membranas, além de regular níveis de GA, o que pode ter provocado efeito sinérgico entre ambos os reguladores.

Deste modo, a partir do final da germinação (emissão de raiz primária), seguiu-se o crescimento das plântulas, sustentado pela ação conjunta dos reguladores, uma vez que citocinina está envolvida na divisão, e giberelina e auxina no crescimento e alongamento celulares, o que pode ser confirmado por citações de Davies (1995) e Taiz & Zeiger (2004), resultando, portanto, em maiores porcentagem e velocidade de emergência. Houve maior porcentagem de emergência de plântulas no substrato e não simplesmente porcentagem de germinação, diferentemente do observado por Fogaça et al. (2001), que obtiveram aumento na porcentagem de germinação de sementes tratadas com 0; 50; 100; 250; 500; 750 e 1.000 mg L-1 de GA3 em câmaras de germinação, mas não em condições de cultivo protegido, onde os tratamentos se constituíram da combinação entre concentrações de GA3 (0; 50; 100; 250; 500; 750 e 1.000 mg L-1) e diferentes embalagens para semeadura (sacolas de polietileno preto e bandejas de isopor).

Os resultados deste experimento confirmam os efeitos da aplicação de associação de reguladores na germinação de sementes em laboratório. Ferreira (1998) obteve aumento na porcentagem de germinação de P. edulis f. flavicarpa e P. alata com mistura de giberelina e citocinina, assim como Ferrari (2005), que observou que sementes de P. alata, tratadas com diferentes concentrações de bioestimulante contendo GA4+7 + fenilmetil-aminopurina, apresentaram maior porcentagem de germinação.

Por outro lado, os resultados diferem dos obtidos por Fogaça et al. (2001) e Leonel & Pedroso (2005) que, ao avaliarem o efeito de GA3 aplicado em sementes de P. alata, não verificaram diferenças significativas entre os tratamentos para porcentagem média de emergência das plântulas. A diferença entre respostas pode residir em diversos aspectos, desde a espécie e concentrações empregadas, origem das sementes, até no fato de os autores terem empregado somente um regulador, o GA3, que pode ter promovido aumento da germinação, mas não foi suficiente para a manutenção do crescimento das plântulas até a emergência no substrato. Tal fato pode ser comprovado por Leonel & Pedroso (2005), que necessitaram empregar pulverizações com GA3 nas plântulas para a promoção do crescimento.

Além do aumento da porcentagem de emergência de plântulas, verifica-se que os reguladores promoveram aumentos significativos no comprimento e no diâmetro de caule, número de folhas e área foliar (Tabela 1), massa da matéria seca de folha, caule e raiz, e comprimento da raiz principal das plântulas de P. edulis f. flavicarpa (Tabela 2).

Os maiores valores para comprimento médio de caule das plântulas de P. edulis f. flavicarpa foram proporcionados pela concentração de 12 ml de bioestimulante/kg de semente (11,198 cm), seguido pelo tratamento com 16 ml de bioestimulante/kg de semente (10,886 cm) enquanto o menor comprimento do caule foi obtido na testemunha (7,5460 cm). Tais resultados estão de acordo com Taiz & Zeiger (2004), quando relatam que o crescimento das plantas em altura ocorre porque a giberelina promove a divisão e o alongamento celulares.

O fato de o GA promover alongamento celular poderia refletir em redução do diâmetro, com a produção de plantas mais compridas e finas, o que não se verificou devido ao emprego associado com outros reguladores. Há relatos de Krikorian et al. (1987) e Crozier et al. (2001) de que a citocinina e a auxina também estão envolvidas no crescimento do caule, uma vez que atuam na divisão e no alongamento celulares, o que promoveu tanto o aumento do comprimento como do diâmetro. Desse modo, esses relatos e os resultados do experimento estão de acordo com Oliveira et al. (2005), que observaram tendência de aumento no comprimento do caule com o uso somente de GA3 e aumento em altura e diâmetro do caule com aplicação conjunta de giberelina e citocinina.

Na Tabela 1, observa-se aumento do número de folhas e da área foliar, o que corrobora as citações de Davies (1995) e Taiz & Zeiger (2004), que relatam maior expansão foliar como um dos efeitos fisiológicos das citocininas. Notam-se, portanto, para número médio de folhas e área foliar, diferenças significativas entre os tratamentos, sendo que, para número de folhas, o maior efeito foi promovido pela concentração de 16 ml de bioestimulante/kg de semente (5,5920) e, para área foliar, observou-se que o tratamento com 12 ml de bioestimulante/kg de semente apresentou maior valor (1030,9180 dm2).

Os dados médios relativos à massa da matéria seca de folha, caule e raiz, e comprimento da raiz principal das plântulas de P. edulis f. flavicarpa encontram-se representados na Tabela 2 com ponto de máximo entre as concentrações 12 e 16 ml de estimulante/kg de semente.

Os dados obtidos neste trabalho para massa da matéria seca de folha, caule e raiz, e comprimento da raiz principal das plântulas de maracujazeiro (Tabela 2) confirmam relatos de Krikorian et al. (1987) e Davies (1995), que afirmam que as auxinas atuam no mecanismo de controle do crescimento de caule, folhas e raiz. Além disso, Mendes et al. (1980) também relatam a ação das auxinas na indução da formação de raízes. E, ainda, estão de acordo com Benincasa (1988), uma vez que o crescimento reflete em aumento da massa da matéria seca, representando maior produção vegetal.

Diversos são os trabalhos com o uso de reguladores em sementes de Passifloráceas para avaliar a germinação, como os de Rosseto et al. (2000), Ferreira et al. (2001) e Passos et al. (2004), ou em plântulas, para avaliar o desenvolvimento, como o de Oliveira et al. (2005). Porém, em relação ao uso de reguladores em sementes de Passifloráceas para posterior avaliação do desenvolvimento das plântulas originadas, pouco ainda se encontra na literatura. Dessa forma, apenas alguns resultados podem ser confrontados, como os obtidos por Fogaça et al. (2001) que, ao avaliarem o efeito de GA3 aplicado em sementes de Passiflora alata semeadas em diferentes embalagens, não verificaram a influência do biorregulador sobre a altura média das plantas, número de folhas, massa da matéria seca da parte aérea e das raízes, o que difere do encontrado com P. edulis f. flavicarpa.

A análise concomitante das variáveis permite afirmar que o bioestimulante aplicado às sementes de maracujazeiro-azedo promoveu o crescimento da planta, o que possibilita a sugestão do seu uso para auxiliar no desenvolvimento de mudas em viveiros sob cultivo protegido.

CONCLUSÃO

O bioestimulante aplicado às sementes promoveu aumentos significativos na porcentagem de emergência e no desenvolvimento de plântulas de Passiflora edulis Sims. f. flavicarpa Deg, atingindo os maiores valores com as concentrações de 12 e 16 ml/kg de semente.

Recebido em :18-01-2007. Aceito para publicação em : 22-06-207.

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  • 1
    (Trabalho 023-07).
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      14 Fev 2008
    • Data do Fascículo
      2007

    Histórico

    • Aceito
      22 Jun 2007
    • Recebido
      18 Jan 2007
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