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Clusters e APL's: análise bibliométrica das publicações nacionais no período de 2000 a 2011

Clusters and LPA's: bibliometric analysis of national publications from 2000 to 2011

Clusters y APL's: análisis bibliométrico de las publicaciones nacionales en el periodo de 2000 a 2011

Resumos

O objetivo do presente estudo é analisar as publicações científicas sobre clusters e arranjos produtivos locais (APL's) no Brasil, no período de 2000 a 2011. Realizou-se a pesquisa em periódicos, classificados pela Qualis (Capes), das áreas de Administração, Economia e Engenharia, obtendo-se um total de 80 artigos. A análise permitiu identificar as características das publicações quanto às abordagens metodológicas e os métodos de pesquisa, os autores mais referenciados, os clusters e APL's pesquisados e os temas mais estudados. Verificou-se a tendência das pesquisas recentes de empregar abordagens teóricas com maior ênfase na questão da cooperação. Constatou-se que a pesquisa empírica, em geral, restringe-se a identificar a existência de clusters em determinadas localidades e a descrevê-los com base no tema de pesquisa escolhido. Portanto, existe uma oportunidade para avanço da pesquisa e para uma efetiva contribuição para o desenvolvimento da teoria.

Cluster; arranjo produtivo local; aglomerações; análise de publicações; teoria de clusters


The objective of this study is to analyze scientific publications about clusters and local production arrangements (LPA's) in Brazil from 2000 to 2011. The study was conducted in journals classified by Qualis (Capes) in the areas of Administration, Economics and Engineering, with a total of 80 papers. The analysis made it possible to identify publication characteristics regarding methodological approaches and research methods, the most cited authors, researched clusters and LPA's and the most studied themes. A tendency was verified in recent studies: the use of theoretical approaches with greater emphasis on cooperation. It was observed that empirical research, in general, is restricted to identifying the existence of clusters in given locations and to describing them with basis on the chosen research themes. Therefore, there is an opportunity for advancing the research and for an effective contribution for theory development.

Cluster; local production arrangements; agglomerations; publication analysis; cluster theory


El objetivo del presente estudio es analizar las publicaciones científicas sobre cluster y acuerdos productivos locales (APL's) en Brasil, en el periodo de 2000 a 2011. Se realizó la investigación en periódicos, clasificados por la Qualis (Capes), de las áreas de Administración, Economía e Ingeniería, obteniéndose un total de 80 artículos. El análisis permitió identificar las características de las publicaciones en cuanto a los abordajes metodológicos y los métodos de investigación, los autores más referenciados, los cluster y APL's estudiados y los temas más estudiados. Se verificó la tendencia de los estudios recientes de emplear abordajes teóricos con mayor énfasis en la cuestión de la cooperación. Se constató que el estudió empírico, en general, se restringe a identificar la existencia de cluster en determinadas localidades y a describirlos con base en el tema de investigación elegido. Por lo tanto, existe una oportunidad para el avance del estudio y para una efectiva contribución para el desarrollo de la teoría.

Cluster; acuerdo productivo local; aglomeraciones; análisis de publicaciones; teoría de cluster


ARTIGOS

Clusters e APL's: análise bibliométrica das publicações nacionais no período de 2000 a 2011

Clusters and LPA's: bibliometric analysis of national publications from 2000 to 2011

Clusters y APL's: análisis bibliométrico de las publicaciones nacionales en el periodo de 2000 a 2011

Keysa Manuela Cunha de MascenaI; Fernanda Cruz FigueiredoII; João Maurício Gama BoaventuraIII

IMestranda em Administração de Empresas pelo Programa de Pós- Graduação em Administração, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo - São Paulo - SP, Brasil. keysamascena@usp.br

IIMestre em Administração de Empresas pelo Programa de Pós-Graduação em Administração, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo - São Paulo - SP, Brasil. fernanda_fig@ymail.com

IIIProfessor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo -São Paulo -SP, Brasil. jboaventura@usp.br

RESUMO

O objetivo do presente estudo é analisar as publicações científicas sobre clusters e arranjos produtivos locais (APL's) no Brasil, no período de 2000 a 2011. Realizou-se a pesquisa em periódicos, classificados pela Qualis (Capes), das áreas de Administração, Economia e Engenharia, obtendo-se um total de 80 artigos. A análise permitiu identificar as características das publicações quanto às abordagens metodológicas e os métodos de pesquisa, os autores mais referenciados, os clusters e APL's pesquisados e os temas mais estudados. Verificou-se a tendência das pesquisas recentes de empregar abordagens teóricas com maior ênfase na questão da cooperação. Constatou-se que a pesquisa empírica, em geral, restringe-se a identificar a existência de clusters em determinadas localidades e a descrevê-los com base no tema de pesquisa escolhido. Portanto, existe uma oportunidade para avanço da pesquisa e para uma efetiva contribuição para o desenvolvimento da teoria.

Palavras-chave: Cluster, arranjo produtivo local, aglomerações, análise de publicações, teoria de clusters.

ABSTRACT

The objective of this study is to analyze scientific publications about clusters and local production arrangements (LPA's) in Brazil from 2000 to 2011. The study was conducted in journals classified by Qualis (Capes) in the areas of Administration, Economics and Engineering, with a total of 80 papers. The analysis made it possible to identify publication characteristics regarding methodological approaches and research methods, the most cited authors, researched clusters and LPA's and the most studied themes. A tendency was verified in recent studies: the use of theoretical approaches with greater emphasis on cooperation. It was observed that empirical research, in general, is restricted to identifying the existence of clusters in given locations and to describing them with basis on the chosen research themes. Therefore, there is an opportunity for advancing the research and for an effective contribution for theory development.

Key words: Cluster, local production arrangements, agglomerations, publication analysis, cluster theory.

RESUMEN

El objetivo del presente estudio es analizar las publicaciones científicas sobre cluster y acuerdos productivos locales (APL's) en Brasil, en el periodo de 2000 a 2011. Se realizó la investigación en periódicos, clasificados por la Qualis (Capes), de las áreas de Administración, Economía e Ingeniería, obteniéndose un total de 80 artículos. El análisis permitió identificar las características de las publicaciones en cuanto a los abordajes metodológicos y los métodos de investigación, los autores más referenciados, los cluster y APL's estudiados y los temas más estudiados. Se verificó la tendencia de los estudios recientes de emplear abordajes teóricos con mayor énfasis en la cuestión de la cooperación. Se constató que el estudió empírico, en general, se restringe a identificar la existencia de cluster en determinadas localidades y a describirlos con base en el tema de investigación elegido. Por lo tanto, existe una oportunidad para el avance del estudio y para una efectiva contribución para el desarrollo de la teoría.

Palabras-clave: Cluster, acuerdo productivo local, aglomeraciones, análisis de publicaciones, teoría de cluster.

INTRODUÇÃO

Durante o século XX, surgiram diversos tipos de arranjos organizacionais que desafiam o conceito tradicional de firma, tanto da Economia Neoclássica quanto da Economia Industrial. Na Economia Neoclássica, a firma é vista como uma "caixa-preta" que tem a simples função de combinar fatores de produção disponíveis no mercado para produzir bens comercializáveis, sendo sua análise interna irrelevante, já que nenhuma firma individual teria força suficiente para influenciar o mercado. A Economia Industrial, por sua vez, vê a firma como alternativa ao mercado, sendo determinada por ele ou pelos custos de transação. Ambas as correntes teóricas têm uma visão estática e passiva da firma e não incorporam conceitos como inovação, estratégia ou empreendedorismo.

No final do século XX, tem início o desenvolvimento de um novo corpo de teorias econômicas, que passam a ver as firmas como um conjunto de competências tecnológicas, capazes de lhes conferir um caráter diferenciado e, portanto, competitivo. Dessa forma, mudanças tecnológicas, instituições e relações entre os agentes econômicos passam a ter papel relevante para compreensão do crescimento das firmas.

Na medida em que se preocupam mais com as relações entre agentes econômicos, as teorias modernas começam a dar papel de destaque a formas alternativas de governança, que extrapolam os limites da firma como unidade produtiva, conforme modelo fechado da economia tradicional. Cresce, assim, o interesse pelo estudo dos diversos tipos de relações interfirmas, em formas de alianças, redes ou aglomerações geográficas, que formam um sistema composto com identidade e estratégias próprias, transformando-se em elemento fundamental para compreensão da dinâmica da competição e da vantagem competitiva das empresas.

Nesse contexto, torna-se relevante a compreensão do fenômeno de aglomerações geográficas de empresas, em formas de cluster ou arranjo produtivo local (APL), especialmente para o campo da estratégia empresarial, na medida em que casos de sucesso, como o Vale do Silício, nos EUA, e a Terceira Itália, demonstram que esses agrupamentos podem ter capacidade superior de desenvolver vantagens competitivas em relação a empresas isoladas.

Diante do crescente interesse em relação ao tema de clusters e APLs, o problema de pesquisa consiste na ausência de uma consolidação ou análise da produção científica nacional recente sobre o assunto. Assim, o objetivo deste estudo é analisar as publicações científicas sobre clusters e APLs no Brasil, no período de 2000 a 2011.

As questões que norteiam a pesquisa, visando atingir o objetivo proposto, são: Quais são as abordagens metodológicas utilizadas nas publicações? Quais os métodos de pesquisa adotados? Quais os autores e obras mais referenciados? Quais os clusters e APLs pesquisados? Quais os temas mais estudados? Quais as teorias que mais influenciaram as publicações? Quais os modelos teóricos propostos pelos autores?

Segundo Machado-da-Silva, Amboni e Cunha (1990), uma maneira de avaliar o avanço do conhecimento sobre determinado tema é a análise das publicações recentes que tratam do tema. Dessa forma, a contribuição deste estudo consiste em apresentar uma visão geral sobre a pesquisa relacionada ao tema de clusters e APLs por meio da análise de publicações recentes. Considerando que se trata de um assunto de interesse crescente, saber qual o estágio atual do desenvolvimento dos estudos sobre o tema é de grande importância para o avanço de futuras pesquisas na área.

REFERENCIAL TEÓRICO

O interesse pelo estudo de aglomerações iniciou com o economista Alfred Marshall, que dedicou um capítulo do livro Principles of Economics (1890) para tratar sobre as externalidades das localizações industriais especializadas. A partir de então, a literatura sobre localização e concentração geográfica de empresas tem proliferado em diversos campos do conhecimento (FIGUEIREDO e DI SERIO, 2007). Na área da administração, destaca- se o interesse pela capacidade competitiva dos clusters, como também pela competição e cooperação que ocorre entre as empresas que compõem as aglomerações.

Conceitos e evolução

Clusters são concentrações geográficas de empresas de um setor específico (PORTER, 1998; SCHMITZ, 1997). Englobam arranjos de empresas relacionadas e outras entidades importantes para competição. Incluem, por exemplo, fornecedores de matérias- primas especializadas, tais como componentes, máquinas e serviços, e fornecedores de infraestrutura especializada.

O termo cluster foi utilizado pela primeira vez por Michael Porter, no livro The Competitive Advantage of Nations (1990). Porém, a aglomeração de empresas é um fenômeno antigo, havendo, inclusive, registros que datam da Idade Média.

No Brasil, popularizou-se o termo arranjo produtivo local (APL). Cassiolato e Lastres (2003, p. 5) definem APLs como aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais que incluem atividades produtivas, de comércio ou serviço focadas em um conjunto de atividades econômicas, além de instituições públicas e de ensino, pesquisa, política, promoção e financiamento.

Os APLs podem assumir diversas caracterizações, que dependem de sua história, evolução, organização institucional, contextos sociais e culturais nos quais se inserem, estrutura produtiva, organização industrial, formas de governança, logística, associativismo, cooperação entre os agentes, formas de aprendizado e grau de difusão do conhecimento local (KWASNICKA, 2006).

Segundo Puga (2003), há uma dificuldade em mapear os APLs, pois não existe um padrão único de surgimento e desenvolvimento desses arranjos. Assim, o autor ressalta que os estudos, geralmente, buscam identificar a natureza do relacionamento entre as empresas e instituições no seu entorno, o que requer pesquisas empíricas. Uma alternativa apresentada para mapeamento dos arranjos é a identificação da concentração de empresas em determinada localidade, de um setor particular, que consiste como base de uma metodologia desenvolvida pelo autor para identificação de APLs.

Quanto às diferenças entre clusters e APLs, Figueiredo e Di Serio (2007) afirmam que, nos clusters, há maior intensidade de vínculos entre as empresas e maior participação das empresas privadas que estão aglomeradas para o desenvolvimento do agrupamento, com menor envolvimento do governo, enquanto no APL há maior atuação do poder público e de agências de fomento.

Capacidade competitiva de clusters

Porter (1990) verificou que o fenômeno de clusters era comum em várias localidades, em diferentes setores e tipos de tecnologia, e que eram, muitas vezes, a principal fonte de vantagem competitiva de muitos países, em termos de competição internacional. A partir de então, muitos governos passaram a estimular esse tipo de agrupamento, com intuito de promover os setores mais promissores.

Segundo Schmitz e Nadvi (1999), clusters podem auferir ganhos de eficiência que as empresas raramente poderiam atingir isoladamente, ganhos esses que podem ser compreendidos como a vantagem competitiva obtida pelas externalidades e ação conjunta.

Nos clusters, apesar de a proximidade geográfica ocasionar uma competição por mercado, recursos e empregados, as empresas inseridas neles tornam-se interdependentes, tendo esses arranjos capacidade de obter vantagens competitivas (PERRY, 2005). A capacidade competitiva de clusters advém da proximidade geográfica, que possibilita acessos a empregados, fornecedores e instituições de apoio, relacionamentos, informação, grandes incentivos, produtividade e inovação (PORTER, 1999).

Amato Neto (2000) acrescenta que os clusters são capazes de responder a crises e às oportunidades de maneira dinâmica, pelo fato da facilidade de reorganização das especialidades em diferentes processos.

Para Zaccarelli e outros (2008, p. 44), nas entidades supraempresariais, conceito que inclui clusters, "o processo de integração e a dinâmica das relações entre as organizações implicam efeitos sistêmicos de amplificação da capacidade competitiva do sistema e de seus componentes em relação a empresas situadas externa a ele". A performance competitiva de clusters de negócios, segundo Zaccarelli e outros (2008, p.73), é dada pelos seguintes fundamentos: (1) concentração geográfica em área reduzida; (2) abrangência de negócios viáveis e relevantes; (3) especialização das empresas; (4) equilíbrio com ausência de posições privilegiadas; (5) complementaridade por utilização de subprodutos; (6) cooperação entre empresas; (7) substituição seletiva de negócios; (8) uniformidade de nível tecnológico; (9) cultura da comunidade adaptada ao cluster; (10) caráter evolucionário por introdução de (novas) tecnologias; e (11) estratégia de resultado orientada para o cluster.

Quanto aos APLs, Cassiolato e Lastres (2003) acrescentam que a competitividade está relacionada à capacidade de inovação desses arranjos, promovida pela geração de conhecimentos e aprendizado conjunto. Dessa forma, os autores apresentam o conceito de sistemas produtivos e inovativos locais, que são os arranjos produtivos com capacidade de inovação, de competitividade e de promover o desenvolvimento local.

Abordagens teóricas de clusters

Diferentes abordagens teóricas desenvolveram-se no estudo de clusters e concentrações geográficas. Newlands (2003) propõe que as abordagens teóricas sobre clusters e distritos industriais podem ser classificadas em cinco grupos distintos: teoria da aglomeração, custos de transação, especialização e confiança, ambiente inovativo, e economia institucional e evolucionária. Essa classificação é corroborada por Perry (2005).

Teoria da aglomeração: relacionada à visão da Economia Neoclássica, em que as aglomerações locais seriam um conjunto de negócios atomizados. Os benefícios da aglomeração estariam mais relacionados às externalidades, como a divisão de serviços comuns e a diversificação da força de trabalho, que à cooperação deliberada entre as firmas. Marshall (1982) é a principal influência dessa corrente teórica. A partir de sua obra, outros autores defenderam essa abordagem, como Scitovsky (1954), Krugman (1993) e Porter (1990).

Custos de transação: as aglomerações surgiriam para minimizar os custos de transação, a incerteza e os riscos que as firmas isoladas correm de ficar presas a tecnologias redundantes. Entre os representantes dessa corrente de pensamento, estão Scott (1988) e Storper (1995).

Especialização e confiança: enquanto a Economia Neoclássica vê as firmas como negócios atomizados, conectados apenas por sinais formais de mercado, a teoria mais moderna enfatiza a interdependência entre as firmas, as fronteiras flexíveis e a importância da colaboração entre os atores. Essa corrente teórica surgiu com a obra de Brusco (1982), sendo também desenvolvida por Granovetter (1985).

Ambiente inovativo: a aglomeração permite que as firmas se beneficiem de um "processo de aprendizado coletivo", operando "por meio da mobilidade de mão de obra qualificada e intercâmbio técnico e organizacional entre cliente-fornecedor" (CAMAGNI, 1991, p. 130). Esse processo leva a "uma rede intrincada de contatos informais entre os atores locais, feita de encontros presenciais, fluxo de informações casuais e cooperação entre cliente-fornecedor" (CAMAGNI, 1991, p. 131).

Economia institucional e evolucionária: as mudanças tecnológicas são path dependent, na medida em que envolvem escolhas sequenciais que, muitas vezes, são irreversíveis. Dado que existem essas fortes irreversibilidades, os clusters seriam uma espécie de acidentes da história, refletindo o impacto de decisões passadas, ainda que seu desenvolvimento seja também influenciado pelo surgimento e crescimento de instituições de apoio. Essa corrente teórica é desenvolvida por Amin e Thrift (1992) e Amin (1999).

Newlands (2003) diferencia cada uma dessas linhas de pensamento de acordo com critérios representados por quatro questões: Que vantagens têm as firmas localizadas dentro de um cluster? Até que ponto essas vantagens competitivas se acumulam somente em locais onde se concentram determinadas atividades econômicas? Qual é o equilíbrio entre competição e cooperação na geração dessas vantagens para as firmas dentro do cluster? Quais são as implicações em termos de políticas públicas derivadas dessas teorias?

Assim, respondendo a cada uma dessas perguntas, o autor propõe um quadro esquemático (Quadro 1), onde se pode observar alguns pontos de convergência e divergência entre as abordagens teóricas.


Entre os cinco aspectos utilizados para diferenciar as abordagens teóricas, o autor destaca, de maneira especial, a questão da diversidade entre as relações de colaboração e competição. Embora ressalte que não existe necessariamente contradição entre cooperação e competição, essa distinção tem importantes implicações em termos de políticas públicas, pois a ênfase no processo de competição implica um maior papel macroeconômico dos agentes públicos em aumentar o investimento em inovação, enquanto o fomento à cooperação implica iniciativas público-privadas. Assim, enquanto as abordagens teóricas influenciadas por Marshall tendem a enfatizar a questão da competição entre as empresas e o papel das externalidades, as concepções teóricas mais contemporâneas dão grande ênfase à ação coletiva e à confiança existentes entre os agentes como importante força-motriz para o sucesso dos clusters.

METODOLOGIA

Desenvolveu-se uma pesquisa descritiva, levantando-se as características da produção científica sobre aglomerações por meio das publicações em revistas nacionais (HAIR JR. e outros 2005), e também uma pesquisa bibliográfica, desenvolvida com base no conteúdo dos artigos publicados (GIL, 2008). Os procedimentos para coleta de dados e as etapas da análise dos dados são abordados nos itens a seguir.

Coleta de dados

Buscou-se encontrar o corpus que constitui a produção relevante sobre o tema no Brasil. Para tanto, adotou-se a premissa de que a classificação de periódicos da Qualis (Capes) classifica de maneira adequada os periódicos mais importantes, nos quais se encontram as publicações de maior relevância.

Uma análise exploratória preliminar constatou que o tema de clusters e APLs é estudado em diferentes áreas, como Administração, Economia e Engenharia, embora com focos distintos.

Na área de Administração, é estudada a capacidade competitiva dos clusters, bem como aspectos de inovação e aprendizagem organizacional. Nessa área, também são estudadas as relações interfirmas, com base em conceitos como confiança e colaboração, apoiados em teorias da sociologia. Na área de Economia, o foco está nas externalidades, nos custos de transação, bem como nas abordagens institucional e evolucionária. Na área de Engenharia, são geralmente considerados os processos produtivos e fluxos que ocorrem entre as empresas que compõem um cluster.

Portanto, foi levantada a classificação Qualis (Capes) dos periódicos das áreas de Administração, Economia e Engenharia, ranqueados nos estratos de A1 a B3. A lista completa dos periódicos das áreas de Administração, Contabilidade, Turismo, Economia e Engenharias I, II, III e IV foi obtida no Portal Web- Qualis, em 31 de agosto de 2011.

Após o levantamento da lista de periódicos de cada área, foi feita a seleção daqueles que apresentassem, em seu título, os seguintes termos: administração, gestão, negócios, produção, organização(ões), management, administration, business, production e organization. Nas revistas da área de Administração, foram consideradas também aquelas cuja missão, foco e/ou escopo contivesse a produção de conhecimento em Administração, ainda que os termos acima não estivessem presentes no título do periódico. Após essa primeira seleção, foram retirados os periódicos internacionais e aqueles classificados nos extratos B4 e B5, obtendo-se, ao final, 45 periódicos.

Consultaram-se as bases de dados on-line dos periódicos selecionados no período de 2000 a 2011, buscando-se, no título, resumo e/ou palavras-chave, os termos: cluster, arranjo produtivo local, APL, aglomeração, aglomerado industrial, sistema produtivo local e sistema local de produção. Os termos foram utilizados no singular e plural, e são comumente empregados em estudos que tratam de aglomerações de empresas, conforme apontam Lastres e Cassiolato (2003) e Suzigan e outros (2004). A coleta de dados ocorreu nos meses de setembro de 2011 e fevereiro de 2012. A amostra final é composta por 80 artigos.

Etapa 1 - análises descritivas dos artigos

Os dados foram analisados utilizando-se a análise categorial, uma das técnicas de análise de conteúdo (BARDIN, 1977). Os artigos selecionados foram classificados de acordo com as seguintes categorias: revista; estrato; ano; autores; tema; fundamentação teórica; abordagem metodológica; método; objeto de estudo e referências citadas.

Para a categoria abordagem metodológica, consideraram- se as subcategorias elencadas por Machado-da-Silva, Amboni e Cunha (1989, p. 1604): empírica, teórico-empírica e teórica. A empírica refere-se à análise de dados sem relacioná-los a uma teoria; a teórico-empírica refere-se à análise de dados com base em um referencial teórico, buscando refutá-lo ou corroborá- lo; e a teórica "atém-se a conceitos, proposições, identificação de variáveis ou construção/reconstrução de modelos sem implicar teste empírico para corroborar ou refutar a teoria exposta".

Para a categoria de método de pesquisa, consideraram-se os artigos empíricos e teórico-empíricos. Utilizou-se como subcategoria a classificação de Creswell (2007, p. 35), que indica que as técnicas de pesquisa podem ser qualitativa, quantitativa e de métodos mistos (qualitativa e quantitativa). Outras subcategorias foram definidas com base nas classificações de Gil (2008), de níveis de pesquisa, delineamento da pesquisa e fonte dos dados.

Etapa 2 - análise das abordagens teóricas

As abordagens teóricas dos artigos foram analisadas à luz da classificação proposta por Newlands (2003), apresentada no referencial teórico. Para inferir qual a abordagem teórica de cada publicação, consideroaram-se as adequações apontadas no Quadro 2.


Para os estudos que desenvolveram uma revisão de literatura ampla, com diversos autores e abordagens, considerouse a abordagem predominante no estudo.

Etapa 3 - Análise dos modelos teóricos empregados

Para análise dos modelos teóricos, consideraram-se apenas os artigos teórico-empíricos e teóricos que explicitaram qual o modelo empregado na pesquisa. Consideraram-se apenas modelos teóricos sobre clusters e APLs, ou seja, não foram considerados modelos teóricos relacionados a outros temas, mesmo que apresentassem teste empírico em uma aglomeração.

Limitação do método

Uma limitação do método adotado consiste na restrição de acesso a todos os artigos publicados entre os anos de 2000 e 2011 nas bases de dados e nos periódicos impressos disponíveis nos acervos das bibliotecas consultadas.

ANÁLISE DOS DADOS

A quantidade de artigos analisados, agrupados por ano e estrato do periódico referente à classificação Qualis-Capes, é apresentada na Tabela 1.

Verifica-se que 69% dos artigos da amostra foram publicados nos anos de 2007 a 2011, com picos no volume de publicações em 2008, com 19 artigos, e em 2011, com 16 artigos. Constata-se, portanto, um crescimento na quantidade de estudos publicados sobre o tema nos últimos anos.

Análises descritivas dos artigos

A Tabela 2 apresenta a classificação das pesquisas quanto à abordagem metodológica.

Os artigos classificados como empíricos constituem 53% da amostra e, em geral, apresentam uma revisão de literatura sobre o tema, não buscando corroborar ou refutar uma teoria com base nos achados empíricos. Verifica-se o crescimento de estudos teóricos e teórico-empíricos a partir de 2007, ainda que predominem os artigos empíricos.

Quanto ao método de pesquisa, considerou-se a técnica de pesquisa adotada: qualitativa, quantitativa ou métodos mistos (quali-quantitativa). A Tabela 3 apresenta os resultados encontrados.

Verifica-se que o uso da técnica quantitativa foi intensificado nos últimos quatro anos do período estudado (de 2008 a 2011). Considerando-se que os estudos qualitativos geralmente são voltados a analisar as relações, para então formular proposições teóricas, enquanto os estudos quantitativos buscam verificar se as proposições teóricas efetivamente ocorrem na realidade, os resultados indicam mudanças recentes na pesquisa de clusters e APLs, com a maior utilização de métodos quantitativos.

A análise do método de pesquisa também envolveu classificações quanto ao nível e delineamento da pesquisa, e às fontes de coleta de dados, conforme Tabela 4.

Para classificação da fonte de coleta de dados, considerou-se o uso de mais de uma fonte de dados em um mesmo artigo. Ressalta-se que, em 27 pesquisas, foi utilizada mais de uma fonte de dados, como a combinação de entrevistas e documentos e de entrevistas, observação e documentos. O uso de entrevistas e documentos é predominante, assim como outras características metodológicas de estudos qualitativos, como o estudo de caso e a pesquisa exploratória.

Nota-se que, apesar de muitos dos estudos analisados desenvolverem pesquisas em um único cluster, classificam sua pesquisa como um estudo de caso múltiplo, por analisarem diferentes empresas dentro de um cluster. Isso pode indicar que o objeto de estudo não é o cluster, como um sistema, mas as empresas que estão inseridas nele.

A frequência de autores mais citados é apresentada na Tabela 5.

Verifica-se que Porter é o autor mais citado nas publicações nacionais, sendo a obra mais referenciada o livro The Competitive Advantage of Nations (PORTER, 1990). Supõe-se que a influência do referido autor se deve ao fato de ter cunhado o termo cluster no seu mapeamento de aglomerações em diferentes países. O segundo autor mais citado é Schmitz, sendo suas obras mais citadas Collective Efficiency: Growth Path for Small Scale Industry (SCHMITZ, 1995) e Clustering and Industrialisation: Introduction (SCHMITZ e NADVI, 1999).Verifica-se que Porter é o autor mais citado nas publicações nacionais, sendo a obra mais referenciada o livro The Competitive Advantage of Nations (PORTER, 1990). Supõe-se que a influência do referido autor se deve ao fato de ter cunhado o termo cluster no seu mapeamento de aglomerações em diferentes países. O segundo autor mais citado é Schmitz, sendo suas obras mais citadas Collective Efficiency: Growth Path for Small Scale Industry (SCHMITZ, 1995) e Clustering and Industrialisation: Introduction (SCHMITZ e NADVI, 1999).

Embora os dois autores mais citados sejam internacionais, há uma forte presença dos autores nacionais nos estudos. Diante disso, verifica-se que os autores que tratam sobre APLs têm importante influência na amostra analisada.

Os clusters que foram objeto de estudo dos artigos analisados são apresentados na Tabela 6.

A localização das aglomerações estudadas e suas atividades produtivas são apresentadas na Tabela 7.

A maioria das aglomerações está na Região Sudeste. No Estado de São Paulo, foram pesquisadas 11 aglomerações. O cluster de calçados de Franca-SP foi objeto de estudo de cinco artigos analisados, sendo a aglomeração estudada com maior frequência. Alguns autores desenvolveram pesquisas em um número amplo de aglomerações, como Teixeira (2008), que estudou 53 APLs em diferentes regiões do País, e Petter, Ceranto e Resende (2011), que pesquisaram 23 APLs do Estado do Paraná.

Os artigos foram classificados de acordo com o principal tema tratado na pesquisa, conforme Quadro 3.


Há uma predominância de artigos que estudam a competitividade, em relação à vantagem competitiva que as empresas individuais poder obter ao comporem um agrupamento de empresas. Ademais, Lastres e Cassiolato (2003), no âmbito da Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais (RedeSist), relacionam um série de termos e conceitos associados à pesquisa e caracterização dos APLs, entre os quais se incluem os temas estudados pelos artigos analisados.

Análise das abordagens teóricas que fundamentam os artigos

A Tabela 8 apresenta a quantidade de artigos conforme a abordagem teórica predominante.

A abordagem teórica de teoria da aglomeração é predominante nas pesquisas sobre clusters e APLs no Brasil. As pesquisas classificadas nessa abordagem buscam compreender quais os benefícios obtidos pelas empresas por comporem uma aglomeração, ou, ainda, como as aglomerações promovem o desenvolvimento da região na qual estão presentes.

Em segundo lugar, os estudos enfatizam a abordagem de ambiente inovativo. Esses estudos discutem as abordagens de Sistemas Tecnológicos de Inovação (STI), Sistemas de Inovação (SI) ou Sistemas Setoriais de Inovação (SSI), que podem ser definidos como sistemas formados por instituições regionais, e por regras e práticas que possibilitam às empresas inovarem. Esses trabalhos, em geral, pesquisam clusters e APLs de empresas do setor de tecnologia e abordam, em especial, os temas de inovação e aprendizado.

Em terceiro lugar, verificou-se que os artigos utilizam a corrente teórica especialização e confiança, que trata da cooperação e da confiança como fundamento da competitividade dos clusters. Esses estudos, ainda que também considerem o papel das externalidades, dão maior ênfase às teorias que tratam da inter-relação entre os atores, tais como as teorias de redes, capital social e alianças.

Apenas um trabalho utilizou como fundamentação teórica a abordagem da economia institucional e evolucionária, e nenhum trabalho empregou a abordagem de custos de transação.

Observa-se que, na amostra analisada, apesar de predominar, nos artigos, a abordagem teórica de teoria da aglomeração, as abordagens teóricas de ambiente inovativo e especialização e confiança foram adotadas nas publicações dos últimos anos, tendo essas três abordagens maior ênfase em cooperação do que em competição.

Análise dos modelos teóricos empregados pelos artigos

Os artigos em que se percebe a utilização de uma fundamentação teórica ou modelo de análise baseado em fundamentos de clusters e APLs são apresentados no Quadro 4.


Verifica-se o uso de modelos teóricos desenvolvidos por pesquisadores brasileiros, com destaque para o modelo de Puga (2003), utilizado em três publicações, de Suzigan e outros (2003), em duas publicações, e de Zaccarelli (2000), em duas publicações. Outro modelo utilizado por duas publicações é o Diamante de Porter (1990). Os modelos de Puga e de Suzigan e outros referem-se a critérios para identificação de aglomerações; os modelos de Zaccarelli e Porter enfatizam a competitividade dos clusters.

Os artigos classificados como teóricos e teórico-empíricos também fizeram proposição de modelos teóricos para análise de diferentes aspectos relacionados a clusters e APLs. Os modelos propostos são apresentados no Quadro 5.


Nos sete artigos apresentados no Quadro 5, os autores apresentam contribuições para a pesquisa sobre clusters e APLs, ao desenvolverem modelos para análise das aglomerações. Os modelos adotam diferentes referências e têm diferentes focos, como produção, turismo e desenvolvimento local, sustentabilidade, além de classificações e tipologias de clusters.

Muitos dos artigos analisados fazem referência às políticas públicas e ao papel das instituições como propulsoras do surgimento e desenvolvimento dos clusters. Tendo em vista o contexto brasileiro, onde muitos clusters surgiram especialmente em forma de APLs, como uma estratégia para promover o desenvolvimento local e a geração de emprego em determinadas regiões, muitos estudos destacam a importância de agentes externos para impulsionar o desenvolvimento dessas aglomerações.

Características e tendências na pesquisa de clusters e APLs

De maneira geral, os artigos analisados são predominantemente empíricos e pouco aprofundados em termos de fundamentação teórica, omitindo, em sua maioria, a reflexão dos achados empíricos à luz da literatura. No entanto, percebem-se indicativos de avanço nas pesquisas, principalmente a partir do ano 2008, em três dimensões: método, abordagem metodológica e abordagem teórica.

Primeiramente, em termos de método, é possível perceber um crescimento na publicação de trabalhos de natureza quantitativa, embora ainda predominem os estudos qualitativos. Esse crescimento na utilização de métodos quantitativos pode indicar que as pesquisas evoluíram, passando de uma natureza mais exploratória, geralmente associada ao método qualitativo, para uma mais descritiva, associada às abordagens quantitativas.

Nas abordagens metodológicas, percebe-se um maior número de publicações do tipo teórico-empíricas, ainda que predominem os artigos empíricos. Esse crescimento indica uma possível evolução na pesquisa, pois significa que as publicações recentes buscam confrontar achados empíricos com as teorias, corroborando-as ou refutando-as, o que pode contribuir para o avanço do conhecimento acerca do tema.

Quanto às abordagens teóricas, verifica-se, nos trabalhos brasileiros, a tendência apontada por Newlands (2003) sobre a maior ênfase das pesquisas contemporâneas na questão da cooperação. Conforme é possível observar na Figura 1, nos últimos anos, houve um maior destaque das abordagens de especialização e confiança e ambiente inovativo, em detrimento da teoria da aglomeração.


Observa-se, na Figura 1, que as pesquisas brasileiras passaram a adotar as teorias recentes de cooperação em 2004, ultrapassando a teoria da aglomeração a partir de 2008, exceto no ano no ano de 2010. Constatou-se, portanto, que a opção teórica dos pesquisadores brasileiros também está se inclinando para a questão da cooperação, utilizando como embasamento teórico temas de redes sociais, aprendizado, capital social e ação coletiva.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados encontrados permitiram constatar uma certa evolução das pesquisas sobre clusters no Brasil, nos últimos anos. No entanto, muitos estudos analisados restringiram-se a classificar uma aglomeração de empresas de determinada região como clusters ou APLs, a identificar seu estágio de desenvolvimento ou a analisar o potencial de determinadas regiões para formação de um APL.

Dessa maneira, percebe-se que existe uma oportunidade de alavancar as pesquisas nessa área do conhecimento, por meio do desenvolvimento de estudos com análise mais aprofundada, contrastando as teorias com a realidade empírica pesquisada, o que permitiria maiores contribuições para o desenvolvimento teórico sobre clusters e APLs.

Outra oportunidade para o desenvolvimento de pesquisas consiste na realização de estudos comparativos entre a competitividade de firmas dentro e fora de um cluster, afim de demonstrar as vantagens para as firmas que compõem essas aglomerações. Além disso, também se poderiam realizar estudos comparativos entre diferentes clusters de uma mesma localidade ou de um mesmo segmento, buscando compreender a performance competitiva do agrupamento de empresas. Esses estudos comparativos poderiam oferecer mais evidências sobre a competitividade de clusters e APLs no Brasil.

Nota da Redação

Uma versão preliminar deste artigo foi apresentada no XV Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais em 2012, organizado pelos professores Luiz Artur Ledur Brito, Antônio Domingos Pádula e Gérson Tontini, promovido pelo Departamento de Administração da Produção e de Operações da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, Fundação Getulio Vargas. Os autores agradecem as valiosas contribuições recebidas dos anônimos avaliadores.

Aprovado em 08.03.2013

Avaliado pelo sistema double blind review. Editores Científicos: Luiz Artur Ledur Brito, Antônio Domingos Pádula e Gérson Tontini

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Set 2013
  • Data do Fascículo
    Out 2013

Histórico

  • Recebido
    15 Nov 2012
  • Aceito
    08 Mar 2013
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