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Características do uso de produtos derivados do tabaco entre universitários do curso de Odontologia em uma Universidade de Curitiba* * Este projeto foi realizado com fundos do Instituto Nacional de Saúde Americano (R01DA024875).

Factors associated with tobacco use among dental students at a University in Curitiba

Resumo

Introdução

Profissionais da saúde, incluindo dentistas, são referências de comportamento e exercem grande influência sobre a população que assistem.

Objetivo

Este estudo teve como objetivos investigar a prevalência do uso de produtos derivados do tabaco entre universitários de Odontologia, analisar fatores associados à ocorrência do uso e quais são os produtos mais utilizados.

Material e método

Realizou-se um estudo transversal descritivo por meio de um questionário online no ano de 2012. A estatística descritiva gerou um perfil da amostra e aplicou-se o teste Qui-quadrado para análise de associação entre variáveis, seguido da análise multivariada de regressão logística com as variáveis que se mostraram significativas.

Resultado

A prevalência de uso de produtos derivados de tabaco foi de 24,92%. O narguilé mostrou-se o produto de maior uso (66,23%), seguido do cigarro industrializado (54,55%). Os fatores associados ao uso de produtos de tabaco foram ‘morar sozinho’ (p=0,012; OR=2,13; IC=1,17-3,85), ‘conviver com alguém que fuma’ (p=0,000; OR=3,22; IC=1,75-5,91) e ‘permanecer próximo às pessoas enquanto elas fumam’ (p=0,000; OR=6,96; IC=2,37-20,45).

Conclusão

Este estudo provê informação importante para desenvolvimento de programas de sensibilização e capacitação dos profissionais de saúde por instituições de ensino superior em relação ao uso de produtos derivados de tabaco.

Descritores:
Produtos de tabaco; uso de tabaco; prevalência

Abstract

Introduction

Health care professionals, including dentists, are role models and have great influence on the population they serve.

Objective

This purpose of this study was two-fold: (1) to examine the prevalence of tobacco use among dental students, and (2) to examine factors associated with use as well as which products were being used by this population.

Material and method

This was a cross-sectional descriptive study in which the data was collected through an online questionnaire in 2012. Descriptive statistics were used to characterize the sample, chi-square to examine association among variables of interest, and multivariate logistic regression to examine factors associated with tobacco use.

Result

The prevalence of tobacco use was 24.92%. Waterpipe was the most frequent tobacco product used by participants who endorsed using tobacco products (66.23%) followed by industrialized cigarettes (54.55%). Factors associated with tobacco use included: living alone (p=0.012; OR=2.13; CI=1.17-3.85), socializing with other smokers (p=0.000; OR=3.22; CI=1.75-5.91), and being close to these smokers when they were smoking (p=0.000; OR=6.96; IC=2.37-20.45).

Conclusion

This study provides relevant information to the development of awareness and capacity building programs tailored to health care professional in higher education with regard to tobacco use.

Descriptors:
Tobacco products; tobacco use; prevalence

INTRODUÇÃO

A relação existente entre o hábito de fumar e uma ampla série de enfermidades tem sido demonstrada ao longo dos anos11 Pinzón de Salazar L, Tobón Correa O. Prevalencia del consumo de cigarrillo y características de los estudiantes fumadores de la Facultad de Ciencias para la Salud de la Universidad de Caldas. Hacia Promoc Salud. 1999 Oct;4:45-54.

2 Organização Mundial da Saúde. Informe OMS sobre la epidemia mundial de tabaquismo, 2008: plan de medidas MPOWER. Geneva: OMS; 2008.
-33 Organização Mundial da Saúde. Informe OMS sobre la epidemia mundial de tabaquismo, 2009: consecución de ambientes libres de humo de tabaco. Geneva: OMS; 2010.. Já se sabe que o uso de produtos derivados do tabaco é a principal causa de morte evitável no mundo33 Organização Mundial da Saúde. Informe OMS sobre la epidemia mundial de tabaquismo, 2009: consecución de ambientes libres de humo de tabaco. Geneva: OMS; 2010.. O que não é tão difundido é que o tabaco mata, a cada ano, mais de cinco milhões de pessoas no mundo e 200 mil pessoas no Brasil33 Organização Mundial da Saúde. Informe OMS sobre la epidemia mundial de tabaquismo, 2009: consecución de ambientes libres de humo de tabaco. Geneva: OMS; 2010.,44 Instituto Nacional de Câncer. Observatório da Política nacional de controle de tabaco [Internet]. Brasília: INCA [citado em 2015 Jul 29]. Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/observatorio_controle_tabaco/site/home/dados_numeros/mortalidade+.
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/...
.

No Brasil, a Região Sul se destaca nas pesquisas sobre o uso de produtos derivados do tabaco realizadas nos últimos anos. Segundo Iglesias et al.55 Iglesias R, Jha P, Pinto M, Costa e Silva VL, Godinho J. Controle do tabagismo no Brasil. Washington: Banco Mundial; 2007. (2007), as grandes cidades do Sul e do Sudeste apresentaram as taxas mais altas de prevalência do uso de produtos derivados do tabaco nos anos de 2002 e 2003. Os autores ainda ressaltaram que Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre possuem as maiores taxas de prevalência do país entre as mulheres, o que também foi verificado no relatório da Pesquisa Especial de Tabagismo (PETAB) publicado em 201155 Iglesias R, Jha P, Pinto M, Costa e Silva VL, Godinho J. Controle do tabagismo no Brasil. Washington: Banco Mundial; 2007.,66 Instituto Nacional de Câncer. Pesquisa especial de tabagismo (PETab): relatório Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2011..

Os profissionais da saúde desempenham o papel de cuidadores e promotores da saúde e, de certa forma, são referências de comportamento e exercem grande influência sobre a população que assistem55 Iglesias R, Jha P, Pinto M, Costa e Silva VL, Godinho J. Controle do tabagismo no Brasil. Washington: Banco Mundial; 2007.,77 Organização Mundial da Saúde. The role of health professionals in tobacco control. Geneva: OMS; 2005.,88 Kanicka M, Szpak A, Drygas W, Rzeznicki A, Kowalska A. The prevalence of tobacco smoking among public health students at Medical University of Bialystok. Adv Med Sci. 2007;52(Supl 1):60-3. PMid:18229633.. Contudo, estudos revelam que tais profissionais, sendo usuários de produtos derivados do tabaco, são menos propensos a orientar seus pacientes sobre os riscos associados a esses produtos e, os pacientes, por sua vez, são menos dispostos a aceitar conselhos de profissionais da saúde que sejam usuários de produtos derivados do tabaco99 Sejr HS, Osler M. Do smoking and health education influence student nurses’ knowledge, attitudes and professional behavior? Prev Med. 2002 Feb;34(2):260-5. http://dx.doi.org/10.1006/pmed.2001.0981. PMid:11817923.
http://dx.doi.org/10.1006/pmed.2001.0981...

10 Martín V, Fernández D, Ordóñez C, Molina AJ, Fernández E, Luís JM. Valoración con tres métodos diferentes de la prevalencia de consumo de tabaco en estudiantes de primer curso de ciencias de la salud de la Universidad de León en 2006. Rev Esp Salud Publica. 2008 Abr;82(2):221-9. http://dx.doi.org/10.1590/S1135-57272008000200008. PMid:18496626.
http://dx.doi.org/10.1590/S1135-57272008...

11 Morrell HE, Cohen LM, Dempsey JP. Smoking prevalence and awareness among undergraduate and health care students. Am J Addict. 2008 May-Jun;17(3):181-6. http://dx.doi.org/10.1080/10550490802019899. PMid:18463994.
http://dx.doi.org/10.1080/10550490802019...
-1212 Romero MI, Santander J, Hitschfeld MJ, Labbé M, Zamora V. Consumo de tabaco y alcohol entre los estudiantes de medicina de la Pontificia Universidad Católica de Chile. Rev Méd. 2009 Mar;137(3):361-8. http://dx.doi.org/10.4067/S0034-98872009000300006.
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.

Também é de fundamental importância se ater à formação universitária de tais profissionais, visto que o mundo da formação pode ser mais ou menos permeável ao mundo do trabalho. A formação dos profissionais de saúde é um projeto educativo que extrapola o domínio técnico-científico de uma dada profissão e se estende para outras esferas de ação com profundo impacto social. Ou seja, cabe também à Universidade desenvolver e capacitar integralmente os indivíduos para que se tornem promotores de saúde, e propiciar ambientes saudáveis para que essa prática torne-se eficiente1313 World Health Organization. WHO’s global school health initiative: health promoting schools; a healthy setting for living, learning and working. Geneva: OMS; 1998.

14 Ceccim RB, Feuerwerker LCM. O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e controle social. Physis. 2004 Jun;14(1):41-65. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312004000100004.
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-1515 Mello ALSF, Moysés ST, Moysés SJ. A universidade promotora de saúde e as mudanças na formação profissional. Interface (Botucatu). 2010;14(34):683-92. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832010005000017.
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Nesse contexto, este estudo teve como objetivos investigar a prevalência do uso de produtos derivados do tabaco entre estudantes universitários de Odontologia em uma Universidade privada no sul do Brasil (Curitiba), analisar os fatores associados à ocorrência do uso e verificar quais são os produtos de tabaco mais utilizados entre os estudantes.

MATERIAL E MÉTODO

Foi realizado um estudo transversal descritivo no ano de 2012 com os acadêmicos do Curso de Odontologia de uma Universidade privada de Curitiba. O instrumento de coleta de dados foi testado entre 15 estudantes não envolvidos na pesquisa, para avaliar sua aplicabilidade. Os questionários foram anônimos, aplicados online usando o Google Forms. Todos os participantes da pesquisa selecionaram a opção de aceite ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido previamente ao preenchimento do instrumento de coleta de dados. Alunos menores de 18 anos não participaram da pesquisa.

Os questionários possuíam perguntas sobre dados sociodemográficos, exposição a fumaça tabágica, políticas antitabaco promovidas pela Universidade, abordagem do tema ‘tabaco’ nas consultas odontológicas e características do uso de produtos derivados do tabaco entre os estudantes. Além do cigarro industrializado, foram considerados outros produtos de tabaco fumado, como narguilé, cachimbo, charuto, cigarros de Bali, cigarros indianos e cigarros de palha, bem como outros produtos de tabaco não fumado, a exemplo de rapé, fumo de mascar e snuffs1616 Connecticut Government. Types of tobacco products [Internet]. [cited 2015 Jul 29]. Available from: http://www.ct.gov/dph/lib/dph/hems/tobacco/tobacco_products.pdf.
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. Grande parte das questões foi contextualizada a partir de questionários sobre o uso de produtos derivados de tabaco previamente aplicados na população brasileira e mundial, tal como a PETAB, o Global Adult Tobacco Survey (GATS) e a Vigilância de Tabagismo em Escolares (VIGESCOLA)66 Instituto Nacional de Câncer. Pesquisa especial de tabagismo (PETab): relatório Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2011.,1717 Instituto Nacional de Câncer. Global adult tobacco survey: Brazil report. Rio de Janeiro: INCA; 2010.,1818 Brasil. Ministério da Saúde. Vigilância de tabagismo em escolares (VIGESCOLA): dados e fatos de 12 capitais brasileiras. Rio de Janeiro: INCA; 2004..

Seguindo recomendações da OMS, os participantes foram classificados em quatro categorias: usuários diários, usuários ocasionais, ex-usuários e não usuários1919 World Health Organization. Guidelines for the conduct of tobacco-smoking surveys among health professionals : report of a WHO meeting held in Winnipeg, Canada, 7-9 July 1983 in collaboration with UICC and ACS. Geneva: WHO; 1983.. Usuários diários eram aqueles que fumavam pelo menos um cigarro ou usavam outro produto derivado de tabaco por dia nos últimos 30 dias; usuários ocasionais eram aqueles que não usavam produtos derivados do tabaco diariamente; ex-usuários eram aqueles que, após terem sido usuários, deixaram de usar estes produtos há pelo menos um mês, e não usuários eram aqueles que nunca usaram nenhum produto derivado do tabaco

Os dados coletados foram tabulados no software Statistical Package for the Social Sciences versão 21.0 (SPSS Inc., Chicago, IL, EUA) e analisados. A estatística descritiva foi utilizada para gerar um perfil da amostra, bem como a prevalência do uso de produtos derivados de tabaco. Aplicou-se o teste Qui-quadrado para examinar associação entre as variáveis, considerando-se um nível de significância abaixo de 5% (p < 0,05). Ademais, realizou-se a análise multivariada de regressão logística com as variáveis que se mostraram significativas na análise bivariada.

RESULTADO

Dos 425 alunos matriculados no curso de Odontologia (105 homens e 320 mulheres), 317 (74,59%) responderam ao questionário, sendo 77 (24,29%) homens e 240 (75,71%) mulheres. Proporcionalmente, a adesão foi semelhante: 75% no sexo feminino e 73,33% do sexo masculino. A média de idade foi de 21,34 (± 2,93), com variância entre 18 e 40 anos.

A prevalência de uso de produtos derivados de tabaco fumado no momento da pesquisa foi de 24,29% (8,83% fumantes diários e 15,46% fumantes ocasionais) e 51,74% dos alunos relatou ter experimentado algum produto do tabaco ao menos uma vez. Quanto aos produtos derivados de tabaco que não fazem fumaça, apenas um estudante que fumava cigarros afirmou usar também o rapé e outros dois, que eram ex-fumantes, usavam o fumo de mascar e o snuff, respectivamente. Dessa maneira, a prevalência do uso de produtos derivados do tabaco entre os estudantes foi de 24,92% (79 alunos).

A Tabela 1 apresenta a distribuição da amostra de acordo com a classificação de fumante por sexo. É possível notar que houve diferença entre os gêneros quando observadas as classificações de usuários diários e usuários ocasionais, sendo proporcionalmente maior o número de homens usuários diários, enquanto que as mulheres são mais usuárias ocasionais.

Tabela 1
Classificação dos usuários de produtos derivados do tabaco por sexo

A Tabela 2 apresenta a distribuição da população de usuários e não usuários de acordo com características sociodemográficas, exposição ao tabaco e contexto na Universidade.

Tabela 2
Distribuição da população de usuários e não usuários de produtos derivados do tabaco de acordo com características sociodemográficas, exposição ao tabaco e contexto na Universidade

Analisando-se separadamente o gênero dos fumantes, pôde-se observar que a prevalência do uso de produtos derivados de tabaco foi de 24,16% no sexo feminino (n=68) e 24,68% no sexo masculino (n=19) (Tabela 2).

Grande parcela dos estudantes apresentava menos de 22 anos (63,09%) e eram naturais de outras cidades (59,31%), principalmente do interior do Estado do Paraná. Além disso, cerca de 20% dos estudantes moravam sozinhos (Tabela 2).

Em relação à exposição ao tabaco, aproximadamente 60% dos entrevistados afirmaram que convivem com alguém que fuma e, destes, aproximadamente 75% permaneciam próximos a essas pessoas enquanto elas fumavam. Os amigos e colegas de sala foram as pessoas mais citadas quando se questionou quais pessoas do convívio fumavam (Tabela 2).

Na análise estatística bivariada, os fatores associados ao uso de produtos derivados de tabaco foram ‘morar sozinho’ (p=0,012; OR=2,13; IC=1,17-3,85), ‘conviver com alguém que fuma’ (p=0,000; OR=3,22; IC=1,75-5,91) e ‘permanecer próximo às pessoas enquanto elas fumam’ (p=0,000; OR=6,96; IC=2,37-20,45) (Tabela 2). Estes fatores permaneceram significativamente associados ao uso de produtos de tabaco na análise multivariada (Tabela 3).

Tabela 3
Análise multivariada de regressão logística entre as variáveis que se mostraram significativas na análise estatística bivariada

A Tabela 4 apresenta o perfil de uso de produtos de tabaco pela população estudada. Uma parcela significativa dos usuários atuais (80,52%) iniciou o uso entre 15 e 19 anos, motivados principalmente por influência de amigos. Numa análise comparativa entre os produtos derivados de tabaco citados, pôde-se notar que o narguilé foi o produto de maior uso (66,23%) seguido do cigarro industrializado (54,55%) (Tabela 4). Isoladamente, a prevalência do uso de cigarro industrializado foi de 12,91% para o sexo feminino (n=31) e 14,28% para o sexo masculino (n=11), e de narguilé foi de 16,66% (n=40) e 14,28% (n=11), respectivamente.

Tabela 4
Perfil de uso de produtos de tabaco por acadêmicos de Odontologia

Dos fumantes de cigarros industrializados, 60,71% fumam entre 6 e 10 cigarros diariamente e 78,57% fumam durante a estadia na Universidade, principalmente acompanhados por colegas do mesmo período. Não houve diferença estatística significante entre os gêneros.

Os locais de compra de cigarros mais mencionados foram postos de gasolina e bancas de jornal, e a marca de cigarro Marlboro é a escolha de 71,42% (n=30) dos usuários de cigarros (Tabela 4). O cigarro Marlboro do tipo Light foi o de maior uso entre as mulheres fumantes de cigarros industrializados (n=13).

Em relação ao abandono do uso de cigarros, 57% dos participantes indicou que já tentou parar de fumar no último ano, sendo que as mulheres tentaram parar de fumar mais frequentemente do que os homens (58,1% contra 54,5%) e cerca de 73% pretendem parar nos próximos 12 meses (80,6% das mulheres e 63,6% dos homens). Porém, quando questionados se no último ano haviam utilizado algum meio para parar de fumar, apenas 7% buscaram ajuda com profissionais da saúde ou usaram algum procedimento para parar de fumar.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

A prevalência geral do uso de produtos derivados do tabaco fumados e não fumados, de uso diário ou ocasional, entre estudantes de Odontologia em uma Universidade privada no sul do país (24,9%), foi significativamente maior que na população geral brasileira (15%) e maior que a prevalência de usuários no Paraná (18,1%). Embora a porcentagem de usuários de produtos derivados do tabaco tenha sido maior entre os homens quando comparada aos dados nacionais (24,7% e 19,2%, respectivamente), essa diferença foi muito mais explícita entre as mulheres (24,2% e 11,2%, respectivamente). O mesmo ocorre quando se compara este estudo à prevalência de usuários de produtos de tabaco no sul do Brasil por homens (24,7% contra 19,1%) e por mulheres (24,2% e 13,3%). Mais alarmante é o fato de que, na Pesquisa Nacional de Saúde, a menor taxa de usuários de produtos derivados do tabaco é entre jovens de 18 a 24 anos (10,7%), a faixa etária alvo do presente estudo2020 Scarinci IC, Bittencourt L, Person S, Cruz RC, Moysés ST. Prevalência do uso de produtos derivados do tabaco e fatores associados em mulheres no Paraná, Brasil. Cad Saude Publica. 2012 Ago;28(8):1450-8. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2012000800004. PMid:22892965.
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,2121 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde 2013: percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Rio de Janeiro: IBGE; 2014..

Se for analisada isoladamente, a prevalência do uso de cigarros industrializados foi de 13,2% (14,2% para homens e 12,9% para mulheres), semelhante à prevalência nacional vista no relatório do VIGITEL de 2014, que é de 11,3% (14,4% para homens e 8,6% para mulheres); entretanto, ainda destaca-se a maior prevalência de uso de cigarros pela população feminina deste estudo2222 Brasil. Ministério da Saúde. VIGITEL Brasil 2014: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: MS; 2014.. O uso de produtos derivados de tabaco que não fazem fumaça foi de 0,9%, próximo à prevalência nacional (0,4%)66 Instituto Nacional de Câncer. Pesquisa especial de tabagismo (PETab): relatório Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2011..

Comparado a estudos de prevalência de uso de cigarros industrializados em outras Universidades ‒ com valores como 4% na Universidade Estadual de Ponta Grossa, em 2012; 7,1% na Universidade Estadual da Paraíba, em 2009, e 8,8% na Universidade Federal de Pernambuco, em 2004 ‒ a porcentagem de estudantes de Odontologia usuários de cigarros desta Universidade privada é maior (13,2%)2323 Granville-Garcia AF, Branco ACL, Sarmento DJS, Cavalcanti AL, D’Avila S, Menezes VA. Tabagismo e fatores associados entre acadêmicos de odontologia. RFO UPF. 2009;14(2):92-8.

24 Gusmão ES, Santos RL, Silveira RCJ, Souza EHA, Araújo ACS. Prevalência do hábito de fumar em estudantes de odontologia de Pernambuco - Brasil. Rev Bras Ciênc Saúde. 2004 Jan-Abr;8(1):47-52.
-2525 Silva LLX, Schwab PM, Favaro MG, Santi V, Busch OMS. Prevalência de tabagismo entre os acadêmicos de Odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Anais do 10º CONEX – Conversando sobre Extensão; 2012 jun 14-15; Ponta Grossa, BR. Ponta Grossa: PROEX - UEPG; 2012.. Dados do VIGITEL apontam a prevalência do uso de cigarros em outras capitais, variando de 5,7% em Palmas até 16,5% em Porto Alegre. É interessante ressaltar que as capitais do sul do país destacam-se entre as prevalências mais altas do uso de cigarros industrializados pela população brasileira (Florianópolis, 12,4%; Curitiba, 13,7%, e Porto Alegre, 16,5%), dado corroborado pelo presente estudo (13,2%)2222 Brasil. Ministério da Saúde. VIGITEL Brasil 2014: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: MS; 2014..

Outro aspecto exposto importante é que 41,93% das mulheres fumantes de cigarros industrializados utilizavam o cigarro do tipo light. Há a crença de que esse tipo de cigarro tem o sabor mais suave, proporcionando menos nicotina e alcatrão, mesmo que isso não seja verdade. Isso é particularmente preocupante, na medida em que compromete a percepção do real risco ao qual a mulher está exposta, dando a falsa impressão que está diante de um produto que oferece menos danos à saúde2626 Hammond D, Parkinson C. The impact of cigarette package design on perceptions of risk. J Public Health. 2009 Sep;31(3):345-53. http://dx.doi.org/10.1093/pubmed/fdp066. PMid:19636066.
http://dx.doi.org/10.1093/pubmed/fdp066...

27 National Cancer Institute. “Light” cigarettes and cancer risk [Internet]. Bethesda: NCI; 2010 [citado em 2015 Jul 30]. Disponívem em: http://www.cancer.gov/about-cancer/causes-prevention/risk/tobacco/light-cigarettes-fact-sheet#q2.
http://www.cancer.gov/about-cancer/cause...
-2828 King B, Borland R, Abdul-Salaam S, Polzin G, Ashley D, Watson C, et al. Divergence between strength indicators in packaging and cigarette engineering: a case study of Marlboro varieties in Australia and the USA. Tob Control. 2010 Oct;19(5):398-402. http://dx.doi.org/10.1136/tc.2009.033217. PMid:20530138.
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A prevalência do uso de narguilé (16%) mostrou-se maior que a de cigarros industrializados. Inclusive, foi maior no sexo feminino do que no sexo masculino (16,66% e 14,28%, respectivamente) e também astronomicamente maior do que a prevalência nacional (aproximadamente 0,8%), tal como já foi observado em outras pesquisas, principalmente na população jovem66 Instituto Nacional de Câncer. Pesquisa especial de tabagismo (PETab): relatório Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2011.,2929 Szklo AS, Sampaio MMA, Fernandes EM, Almeida LM. Perfil de consumo de outros produtos de tabaco fumado entre estudantes de três cidades brasileiras: há motivo de preocupação? Cad Saude Publica. 2011 Nov;27(11):2271-5. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2011001100020. PMid:22124504.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2011...

30 Viegas CRA. Noncigarrete forms of tobacco use. J Bras Pneumol. 2008 Dez;34(12):1069-73. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132008001200013. PMid:19180343.
http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132008...
-3131 Waked M, Salameh P, Aoun Z. Water-pipe (narguile) smokers in Lebanon: a pilot study. East Mediterr Health J. 2009 Mar-Apr;15(2):432-42. PMid:19554991.. Nas últimas décadas, houve uma forte disseminação do uso do narguilé no Brasil, acompanhando o crescimento em outros países. Tal fator é alarmante, visto que um simples sopro de narguilé é quase igual ao volume de fumaça inalada com um único cigarro. Uma sessão de narguilé pode ser equivalente a fumar de 20 a 30 cigarros3232 Eriksen M, MacKay J, Schluger N, Gomeshtaph FI, Drope J, editors. The tobacco atlas. 5. ed. Atlanta: American Cancer Society; 2015.. Estudos realizados constataram que as pessoas pensam o contrário: que o narguilé é menos maléfico que o cigarro industrializado3333 Aslam HM, Saleem S, German S, Qureshi WA. Harmful effects of shisha: literature review. Int Arch Med. 2014 Apr 4;7:16. http://dx.doi.org/10.1186/1755-7682-7-16. PMid: 24708750.
http://dx.doi.org/10.1186/1755-7682-7-16...

34 Aljarrah K, Ababneh ZQ, Al-Delaimy WK. Perceptions of hookah smoking harmfulness: predictors and characteristics among current hookah users. Tob Induc Dis. 2009 Dec;5(1):16. http://dx.doi.org/10.1186/1617-9625-5-16. PMid:20021672.
http://dx.doi.org/10.1186/1617-9625-5-16...
-3535 Minaker LM, Shuh A, Burkhalter RJ, Manske SR. Hookah use prevalence, predictors, and perceptions among Canadian youth: findings from the 2012/2013 youth smoking survey. Cancer Causes Control. 2015 Jun;26(6):831-8. http://dx.doi.org/10.1007/s10552-015-0556-x. PMid:25783457.
http://dx.doi.org/10.1007/s10552-015-055...
.

A idade de iniciação do uso de produtos derivados do tabaco foi semelhante às de outros estudos realizados no Brasil e coincidiu com a época de transição entre o Ensino Médio e o ingresso no Ensino Superior (15 a 19 anos)66 Instituto Nacional de Câncer. Pesquisa especial de tabagismo (PETab): relatório Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2011.,2929 Szklo AS, Sampaio MMA, Fernandes EM, Almeida LM. Perfil de consumo de outros produtos de tabaco fumado entre estudantes de três cidades brasileiras: há motivo de preocupação? Cad Saude Publica. 2011 Nov;27(11):2271-5. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2011001100020. PMid:22124504.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2011...
,3636 Stramari LM, Kurtz M, Silva LCC. Prevalence of and variables related to smoking among medical students at a university in the city of Passo Fundo, Brazil. J Bras Pneumol. 2009 May;35(5):442-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132009000500009. PMid:19547853.
http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132009...
,3737 Instituto Nacional de Câncer. A situação do tabagismo no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2011.. Pinzón de Salazar, Correa11 Pinzón de Salazar L, Tobón Correa O. Prevalencia del consumo de cigarrillo y características de los estudiantes fumadores de la Facultad de Ciencias para la Salud de la Universidad de Caldas. Hacia Promoc Salud. 1999 Oct;4:45-54. (1999) destacam em seu estudo que se uma pessoa não fuma antes dos 21 anos, há poucas chances que o faça depois. Dessa maneira, ao captar um novo consumidor entre a população jovem, a indústria do tabaco o terá, provavelmente, como cliente por toda vida.

Os resultados demonstram que os principais pontos de aquisição de cigarros industrializados pelos estudantes foram em bancas de jornal e postos de gasolina, enquanto que a pesquisa da PETAB publicada em 2011 evidenciou o inverso, sendo os bares, botequins e restaurantes, seguidos de supermercados ou mercearias, padarias e lanchonetes, os lugares de compra mais citados66 Instituto Nacional de Câncer. Pesquisa especial de tabagismo (PETab): relatório Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2011..

Mais de 50% dos indivíduos já tentaram parar de fumar cigarros no último ano e cerca de 73% pretendem parar nos próximos 12 meses, principalmente as mulheres, em ambos os casos. Porém, apenas 7% dos fumantes buscaram ajuda com profissionais da saúde ou usaram algum procedimento para parar de fumar. Na PETAB de 2011, evidenciou-se uma situação semelhante, visto que, do total dos fumantes, 45,6% haviam tentado parar de fumar nos últimos 12 meses (49,5% das mulheres e 43% dos homens)66 Instituto Nacional de Câncer. Pesquisa especial de tabagismo (PETab): relatório Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2011.. Esses dados combinados parecem demonstrar que há um nicho a ser mais bem explorado pelas ações de controle do tabaco, por meio da adoção de estratégias específicas, para ajudar os jovens que querem deixar de fumar. Apoiar e dar suporte para a cessação é uma estratégia importante no controle do uso de produtos de tabaco e uma questão de direito à cidadania.

Nas últimas décadas, instituições como a OMS e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), bem como governos nacionais, regionais e locais, e mesmo organizações do terceiro setor, têm disseminado o conceito e apoiado a estratégia de criação de “ambientes saudáveis”1313 World Health Organization. WHO’s global school health initiative: health promoting schools; a healthy setting for living, learning and working. Geneva: OMS; 1998.,3838 Organização Pan-Americana de Saúde. Divisão de Promoção e Proteção da Saúde. Municípios e comunidades saudáveis. Guia dos prefeitos para promover qualidade de vida. Brasília: Kellogg Foundation; 2003..

Mello et al.1515 Mello ALSF, Moysés ST, Moysés SJ. A universidade promotora de saúde e as mudanças na formação profissional. Interface (Botucatu). 2010;14(34):683-92. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832010005000017.
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destacam que seria de fundamental importância que as Universidades, ao assumirem o processo de formação e atuação profissional, constituíssem espaços estratégicos para promoção da saúde. Promover saúde, seja no âmbito acadêmico, seja nos serviços, implica em proporcionar à população as condições necessárias para melhorar e exercer controle sobre sua saúde. Visto que o exposto estudo verificou que a maioria dos alunos fumantes faz uso de cigarro dentro do ambiente universitário e mais de 40% dos entrevistados está exposto ao fumo de amigos e colegas de classe, torna-se essencial que a Universidade assuma sua responsabilidade na institucionalização de uma política interna antitabaco, reforçando uma postura de prevenção e controle de comportamentos prejudiciais à saúde em seu ambiente coletivo, como o uso de produtos de tabaco.

Além do exposto, este estudo verificou que o hábito de usar produtos derivados do tabaco pode estar relacionado a morar sozinho, conviver com pessoas fumantes e a permanência junto a elas enquanto estão fumando. Como parte disso acontece no ambiente universitário, a Instituição, portanto, tem um amplo potencial para proteger a saúde e promover o bem-estar dos estudantes e funcionários, e da comunidade, em toda a sua abrangência, pelas políticas e práticas empregadas. Contrário a isto, quando questionados se conheciam alguma política de controle/prevenção ao uso de produtos derivados de tabaco promovida pela Universidade, grande parte dos alunos (83,91%) respondeu negativamente, independentemente de serem usuários de produtos derivados do tabaco e de gênero.

Cerca de 75% dos entrevistados mencionaram que as informações recebidas durante a graduação sobre consequências, prevenção e cessação do uso de produtos derivados do tabaco foram insuficientes ou que sequer receberam algum tipo de informação. Há de se considerar que as instituições de ensino superior formam estudantes que serão profissionais da saúde formuladores de políticas com potencial de influenciar as condições que afetam a qualidade de vida das pessoas. Mediante o desenvolvimento do projeto político-pedagógico, as Universidades podem ampliar o conhecimento e o comprometimento com a promoção de saúde de um vasto número de sujeitos. Por isso, cabe às Universidades revisar constantemente a elaboração e a implementação dos seus currículos para que o maior número de informações a respeito do uso de produtos derivados sejam disponibilizadas para os profissionais de saúde que estão em formação1414 Ceccim RB, Feuerwerker LCM. O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e controle social. Physis. 2004 Jun;14(1):41-65. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312004000100004.
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312004...
,1515 Mello ALSF, Moysés ST, Moysés SJ. A universidade promotora de saúde e as mudanças na formação profissional. Interface (Botucatu). 2010;14(34):683-92. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832010005000017.
http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832010...
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Os resultados obtidos neste estudo têm algumas limitações. Primeiramente, por ser um estudo transversal, não é possível delinear relações de causalidade. Segundo, os dados obtidos são baseados nos relatos dos participantes sem uma confirmação objetiva (por exemplo, medição do nível de monóxido de carbono exalado ou cotinina) a respeito do uso de produtos derivados do tabaco.

Entretanto, este estudo traz duas contribuições importantes para a literatura. Primeiro, muito embora nos últimos anos o Brasil seja considerado um dos líderes mundiais na implementação de políticas de controle do tabaco, ainda há uma escassez de estudos sobre a prevalência do uso de produtos derivados do tabaco em acadêmicos profissionais de saúde. Visto a importância destes profissionais como agentes fomentadores de saúde, isso se torna imprescindível. Ademais, este estudo provê informação importante para desenvolvimento de programas de sensibilização e capacitação dos profissionais de saúde por instituições de Ensino Superior, em relação ao uso de produtos de tabaco. Outrossim, pode estimular as Universidades para o desenvolvimento de ambientes saudáveis, permitindo que usem sua influência em benefício da saúde e qualidade de vida da comunidade local, nacional e até mesmo internacional.

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    Este projeto foi realizado com fundos do Instituto Nacional de Saúde Americano (R01DA024875).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Jan 2016
  • Data do Fascículo
    Jan-Feb 2016

Histórico

  • Recebido
    14 Maio 2015
  • Aceito
    31 Ago 2015
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