Acessibilidade / Reportar erro

FLORÍSTICA E ESTRUTURA DE FLORESTAS TROPICAIS SAZONALMENTE SECAS

FLORISTIC AND STRUCTURE OF SEASONALLY DRY TROPICAL FORESTS

Resumos

Neste estudo, objetivou-se caracterizar florística e estruturalmente a comunidade arbórea em uma área de encosta, Caatinga arbórea e em área ecotónal com cerrado no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, Norte de Minas Gerais, buscando testar as seguintes hipóteses: 1- Existem diferenciações florísticas entre os ambientes; 2- Todos os ambientes apresentam as mesmas características quanto à estrutura. Foram confeccionados diagrama de Venn e histogramas de frequência da distribuição de indivíduos por classes de diâmetro. Foi feita a análise de Espécies Indicadoras e foram calculados os parâmetros fitossociológicos clássicos. Foram encontradas 305 espécies, distribuídas em 173 gêneros e 48 famílias. Sendo que, na encosta, foram encontradas 166 espécies, na Caatinga arbórea foram encontradas 204 espécies e na área ecotonal foram encontradas 155 espécies. Muitas espécies foram exclusivas a cada ambiente, sendo 54 à encosta, 65 à Caatinga arbórea e 35 ao ecótono. Apenas 69 espécies foram comuns aos três ambientes. Foram amostrados 1391 indivíduos, resultando em uma estimativa de 1340,62, 1765 e 1280 indivíduos.ha-1 na encosta, Caatinga arbórea e ecótono, respectivamente. A área basal em m2.ha-1 foi 47,64, 30,05 e 23,29, respectivamente. Já, o índice de diversidade de Shannon foi 3,49, 3,74 e 3,61 nats.indivíduo-1, e a equabilidade de Pielou foi de 0,80, 0,84 e 0,85. Com relação à distribuição dos indivíduos em classes de diâmetro, a Caatinga arbórea e encosta apresentaram um mesmo padrão, com uma diminuição gradual do número de indivíduos. Já, o ambiente ecotonal apresentou uma distribuição tendendo a normal.

Fitossociologia; áreas carsticas; florestas deciduais


A floristic and structural survey of the tree community in different environments (slope, Arboreal Caatinga and ecotone to savannah) were carried out in Cavernas do Peruaçu National Park, North of Minas Gerais. We aimed to test the following hypotheses: 1 - There is floristic differentiation among the environments; 2 - All environments have the same structural characteristics. Venn Diagrams were used to compare both the shared and unshared species among the environments. Tree distribution by diameter classes for each environment was made by means of frequency histograms. An Indicator Species Analysis and usual phytossociological parameters were used. A total of 305 species were found, distributed in 173 genera and 48 families, of which 166 were found in the slope, 204 in the Arboreal Caatinga and 155 in the ecotone. 54 species were exclusive to the slope, 65 to the Arboreal Caatinga and 35 to the ecotone and only 69 species were common to all three environments. 1391 individuals were sampled, yielding an estimated density of 1340.62, 1765 and 1280 individuals.ha-1 respectively for the slope, Arboreal Caatinga and ecotone. The basal area reached 47.64, 30.05 and 23.29 m2.ha-1, respectively for the slope, Arboreal Caatinga and ecotone. The Shannon diversity index and Pielou's evenness were, respectively, 3.49 and 0.80 for the slope, 3.74 and 0.84 for the Arboreal Caatinga and 3.61 and 0.85 for the ecotone. The Arboreal Caatinga and the slope presented a gradual decrease in frequency towards the higher diameter classes whereas the ecotone tended to follow a normal distribution.

Phytosociology; karst areas; seasonally dry tropical forests.


INTRODUÇÃO

As Florestas Tropicais Sazonalmente Secas (FTSS) são encontradas do noroeste do México, ao norte da Argentina e sudoeste do Brasil em áreas disjuntas de tamanhos variados (LINNARES-PALLOMINO et al., 2011LINARES-PALOMINO, R.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.; PENNINGTON, R. T. Neotropical seasonally dry forests: diversity, endemism and biogeography of woody plants. In: DIRZO, R.; YOUNG, H. S.; MOONEY, H. A.; CEBALLOS, G. (Ed.). Seasonally dry tropical forests: ecology and conservation. Washington: Island, 2011. p. 3-21.).

A teoria do Arco Pleistocênico propõe que o padrão atual de distribuição das FTSS representa as relíquias de uma formação contígua que atingiu sua extensão máxima durante os períodos de contração das florestas úmidas (LINNARES-PALLOMINO et al., 2011LINARES-PALOMINO, R.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.; PENNINGTON, R. T. Neotropical seasonally dry forests: diversity, endemism and biogeography of woody plants. In: DIRZO, R.; YOUNG, H. S.; MOONEY, H. A.; CEBALLOS, G. (Ed.). Seasonally dry tropical forests: ecology and conservation. Washington: Island, 2011. p. 3-21.). A extensão contínua das FTSS se estendia desde a Caatinga brasileira para as áreas periféricas do domínio Chaco, possivelmente, também atingindo os vales secos interandinos da Bolívia, Peru e Equador (PRADO; GIBBS, 1993PRADO, D. E.; GIBBS, P. E. Patterns of species distributions in the dry seasonal forest of South America. Annual of the Missouri Botanical Garden, Saint Louis, v. 80, p. 902-927, 1993.). Essa formação é encontrada dentro de um complexo de tipos de vegetação, dependendo das condições locais de solo, clima e condições topográficas (PENNINGTON et al., 2009PENNINGTON, R. T.; LAVIN, M.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.Evolution, and ecology in the tropics: perscpectives from seasonally dry tropical forests. Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics, Palo Alto, v. 40, p. 437-457, 2009.).

No Norte do Estado de Minas Gerais, encontra-se a fronteira sul para o bioma da Caatinga (QUEIROZ, 2006QUEIROZ, L. P. The Brazilian Caatinga: phytogeographical patterns inferred from distribution data of the Leguminosae. In:PENNINGTON, R. T; RATTER, J. A.LEWIS, G. P. (Ed.). Neotropical savannas and dry forests: plant diversity, biogeography and conservation. Boca Raton: CRC, 2006. p. 113-149. (The Systematics Association Special volume Series, 69).). Essa região é um complexo vegetacional, sendo uma área de transição entre os Domínios da Caatinga e do Cerrado, suportando fitofisionomias bem diferenciadas, principalmente no que se refere à composição de espécies e à abundância e porte dos indivíduos (SANTOS et al., 2007SANTOS, R. M.;VIEIRA,F. A.FAGUNDES, M.; NUNES, Y. R. F.; GUSMÃO, E.Riqueza e similaridade florística de oito remanescentes florestais no norte de Minas Gerais, Brasil. Revista Árvore, Viçosa, v. 31, n. 1, p. 135-144, 2007.).

A floresta estacional decidual no norte de Minas ainda é pouco estudada e essa região destaca-se por ser uma área de prioridade para a conservação da diversidade biológica da Caatinga (TABARELLI; SILVA, 2003TABARELLI, T.; SILVA, J. M. C. Áreas e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade da caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. BARROS, M. L. B. (Ed.). Ecologia e conservação da caatinga. Recife: UFPE, 2003. p. 777-796.). Contudo, apesar da baixa prioridade de conservação que é dada para a Caatinga, o bioma contém maior riqueza de espécies e maior endemismo do que é geralmente admitido (OLIVEIRA et al., 2012OLIVEIRA, G.; ARAÚJO, M. B.; RANGEL, T. F.; ALAGADOR, D.; DINIZ-FILHO, J. A. F. Conserving the Brazilian semiarid (Caatinga) biome under climate change. Biodiversity and Conservation, Dordrecht, v. 21, p. 2913-2926, 2012.). Apesar dessas particularidades, a Caatinga arbórea no Norte de Minas Gerais vem sofrendo intensa exploração dos recursos naturais, principalmente para dar lugar à prática da agropecuária e à extração de madeira para carvão (SANTOS et al., 2011SANTOS, R. M.; BARBOSA, A. C. M. C.; ALMEIDA, H. S.; VIEIRA, F. A.; SANTOS, P. F.; CARVALHO, D. A.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.Estrutura e florística de um remanescente de Caatinga Arbórea em Juvenília, Norte de Minas Gerais, Brasil. Cerne, Lavras, v. 17, n. 2, p. 247-258, 2011.).

Além disso, o Parque Nacional Cavernas do Peruraçu constitui-se de uma área cárstica e são raros os trabalhos de levantamento florístico e fitossociologicos nessas áreas, contudo levantamentos fitossociológicos como os de Santos et al. (2007SANTOS, R. M.;VIEIRA,F. A.FAGUNDES, M.; NUNES, Y. R. F.; GUSMÃO, E.Riqueza e similaridade florística de oito remanescentes florestais no norte de Minas Gerais, Brasil. Revista Árvore, Viçosa, v. 31, n. 1, p. 135-144, 2007., 2011SANTOS, R. M.; BARBOSA, A. C. M. C.; ALMEIDA, H. S.; VIEIRA, F. A.; SANTOS, P. F.; CARVALHO, D. A.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.Estrutura e florística de um remanescente de Caatinga Arbórea em Juvenília, Norte de Minas Gerais, Brasil. Cerne, Lavras, v. 17, n. 2, p. 247-258, 2011.) têm revelado a riqueza e a diversidade da comunidade arbórea em florestas estacionais deciduais no norte de Minas.

Dessa forma, no presente estudo, objetivou-se caracterizar a florística e a estrutura da comunidade arbórea em três ambientes de um fragmento de Floresta Tropical Sazonalmente Seca no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, Norte de Minas Gerais, buscando testar as seguintes hipóteses: 1- Existem diferenciações florísticas entre os ambientes; 2- Todos os ambientes apresentam as mesmas características quanto à estrutura.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudo

O estudo foi desenvolvido no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, com 56800 ha, localizado a 15°06'38"S, 44°14'52"W (VELLOSO et al., 2002VELLOSO, A. L.; SAMPAIO, E. V. S. B. PAREYN, F. G. C. (Ed.). Ecorregiões: propostas para o bioma caatinga. Recife: Associação Plantas do Nordeste/Instituto de Conservação Ambiental The Nature Conservancy do Brasil, 2002.), nos municípios mineiros de Itacarambi, Januária e São João das Missões. O Parque foi criado em 1999 (BRASIL, 1999BRASIL. Decreto s/no, de 21 de setembro de 1999. Cria o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, no Estado de Minas Gerais, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 22 set. 1999. Seção 1, p. 6.). Essa área está incluída no semiárido brasileiro, apresentando uma precipitação média anual menor que 800 mm, alta evapotranspiração potencial e índice de aridez de 0.5, ou um risco de seca maior que 60% (BRASIL, 2005BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretaria de Políticas de Desenvolvimento Regional. Nova delimitação do semi-árido brasileiro. Brasília, 2005. ).

As formações florestais encontradas no Peruaçu são: Floresta Decidual Estacional Montana, Floresta Estacional Semidecidual, Savana Arborizada e áreas de tensão ecológica entre Savana Estépica e Floresta Estacional. Por se tratar de uma região de transição entre dois biomas, a UC tem grande diversidade e complexidade de ambientes (GOMES et al., 2007GOMES, F. T.; SILVA, E. P.; CORREA, J. B.; AVELINO, A. S. Plano operativo de prevenção e combate aos incêndios florestais no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. Itacarambi: IBAMA, 2007. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/phocadownload/category/44-p?download=2331>. Acesso em: 10 nov. 2013.
http://www.ibama.gov.br/phocadownload/ca...
).

Coleta dos dados

Como a área de estudo apresenta uma grande diversidade de ambientes, parcelas foram alocadas em alguns trechos com variações ambientais marcantes, com o intuito de caracterizar a estrutura florestal de ambientes distintos. Na área caracterizada como encosta do afloramento de calcário foram alocadas 8 parcelas de 20 x 20m, sendo estas o grupo de parcelas mais úmidas. Na área caracterizada como Caatinga arbórea (SANTOS et al., 2012SANTOS, R.M.;OLIVEIRA-FILHO,A. T.EISENLOHR, P. V.;QUEIROZ, L. P.CARDOSO, D. B. O. S.; RODAL, M. J. N.Identity and relationships of the Arboreal Caatinga among other floristic units of seasonally dry tropical forests (SDTFs) of North-eastern and Central Brazil. Ecology and Evolution, Hoboken, v. 2, p. 409-428, 2012.), que compreendeu mata sob solo profundo sem rocha aflorada e mata sobre afloramento calcário, foram alocadas 10 parcelas e na área ecotonal com o cerrado foram alocadas 5 parcelas. O número de parcelas inferior a dez, em duas áreas, deve-se ao pequeno tamanho da área com essas características. A amostragem ocorreu nos meses de janeiro e julho de 2011. Em cada parcela foram amostrados todos os indivíduos arbóreos com circunferência a 1,30 m acima do solo (CAP) maior ou igual a 10cm. Os indivíduos foram marcados com plaquetas de alumínio numeradas e tiveram a altura estimada.

Já, o levantamento florístico foi realizado por meio de caminhadas aleatórias semestrais no período de janeiro de 2003 à abril de 2012, ao longo do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu no intuito de catalogar as espécies presentes.

Análise dos dados

Para análise da similaridade florística entre os grupos, foi confeccionado um diagrama de Venn, com base na presença e ausência das espécies, permitindo avaliar a conexão florística entre os ambientes (OLIVEIRA FILHO; RATTER, 2009OLIVEIRA FILHO, A. T.; RATTER, J. A. Padrões florísticos das Matas ciliares da Região do Cerrado e a evolução das paisagens do Brasil Central durante o Quaternário Tardio. In: RODRIGUES, R. R.; LEITÃO FILHO, H. F. (Ed.). Matas ciliares: conservação e recuperação. 2. ed. São Paulo: EDUSP; FAPESP, 2009. p. 73-89.), evidenciando o número de espécies exclusivas e comuns aos três ambientes.

Foram calculados os parâmetros fitossociológicos clássicos: densidade, dominância e frequência, absolutas e relativas e o valor de importância (MUELLER-DOMBOIS; ELLEMBERG, 1974MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLEMBERG, H. Aims and methods of vegetation ecology. New York: J. Wiley, 1974.). O índice de diversidade de Shannon e a equabilidade de Pielou foram calculados (BROWER; ZAR, 1984BROWER, J. E.; ZAR, J. H. Field and laboratory methods for general ecology. Dubuque: W. M. C. Brow, 1984.). Histogramas de frequência da distribuição de indivíduos por classes de diâmetro foram confeccionados, para verificar diferenças entre os ambientes.

A Análise de Espécies Indicadoras (DUFRÊNE; LEGENDRE, 1997DUFRÊNE, M.; LEGENDRE, P. Species assemblages and indicator species: the need for a flexible asymmetrical approach. Ecological Monograhs, Washington, v. 67, p. 345-366, 1997.) foi utilizada para avaliar quais espécies eram características de cada ambiente amostrado. O valor indicador (ValInd) foi comparado aos resultados de 1000 aleatorizações de dados, usando o teste de Monte Carlo. Esse método, combina a informação sobre a concentração da abundância de uma espécie em certo grupo de unidades amostrais e sobre a fidelidade da ocorrência dessa espécie a esse mesmo grupo. Os cálculos também foram processados pelo programa PC-Ord for Windows versão 4.14 (MCCUNE; MEFFORD, 1999MCCUNE, B.; MEFFORD, M. J. PC-ORD version 4.0, multivariate analysis of ecological data: users guide. Glaneden Beach: MjM Software Design, 1999. 237 p.).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Florística

Foram encontradas 305 espécies arbustivas/arbóreas, distribuídas em 173 gêneros e 48 famílias (Tabela 1), sendo que, na encosta, foram encontradas 166 espécies, na Caatinga arbórea foram 204 espécies e na área ecotonal 155 espécies. Muitas espécies foram exclusivas a cada ambiente, sendo 54 à encosta, 65 à Caatinga arbórea e 35 ao ecotono. Apenas 69 espécies foram comuns aos três ambientes (Figura 1). Esses números evidenciam a grande heterogeneidade da área estudada, com uma composição de espécies própria, realçando sua importância para a conservação da biodiversidade.

Tabela 1
Espécies encontradas no Parque Nacional do Peruaçu, em seus respectivos ambientes, sendo: 1= Encosta; 2= Caatinga arbórea; 3= Ecótono com cerrado. |Table 1: Species found in Peruaçu National Park in each environment, in which: 1= Slope; 2= Arboreal Caatinga, 3= Savannah ecotone.

Figura 1:
Diagrama de Venn produzido a partir do número de espécies compartilhadas e exclusivas entre os ambientes (Encosta, Caatinga arbórea e Ecótono com cerrado) no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. | Figure 1:Venn Diagrams resulted from the number of shared and exclusive species among the environments (Slope, Arboreal Caatinga and Savanna Ecotone) in Cavernas do Peruaçu National Park.

Muitas das espécies exclusivas de cada ambiente são consideradas típicas de determinado ambiente. Como Senegalia bahiensis, Zanthoxylum rhoifolium, espécies exclusivas da encosta mais úmida, são consideradas como típicas do domínio atlântico, segundo Santos et al. (2012)SANTOS, R.M.;OLIVEIRA-FILHO,A. T.EISENLOHR, P. V.;QUEIROZ, L. P.CARDOSO, D. B. O. S.; RODAL, M. J. N.Identity and relationships of the Arboreal Caatinga among other floristic units of seasonally dry tropical forests (SDTFs) of North-eastern and Central Brazil. Ecology and Evolution, Hoboken, v. 2, p. 409-428, 2012.. Ainda de acordo com esses mesmos autores Casearia rupestris, Diospyros hispida, Pseudobombax tomentosum, Callisthene fasciculata, Dilodendron bipinnatum, Jacaranda brasiliana, Magonia pubescens, Terminalia argentea são características de enclaves de florestas decíduas em matriz de cerrado. As três primeiras apresentaram ocorrência restrita na área ecotonal com cerrado, as demais também ocorreram na Caatinga arbórea. Já, Cavanillesia umbellata, Centrolobium sclerophyllum, Lonchocarpus montanus, Vitex laciniosa, Zanthoxylum stelligerum foram exclusivas da Caatinga arbórea, as quais são características desse ambiente. Chloroleucon dumosu, Cochlospermum vitifolium, Pilosocereus gounellei, Ziziphus joazeiro, Galipea ciliata e Pterocarpus zehntneri também foram exclusivas da Caatinga arbórea, sendo as quatro primeiras características da caatinga do cristalino e as duas últimas típicas de afloramento. Esse resultado demonstra o complexo vegetacional que é a região do presente estudo, onde um grande número de espécies é restrito a determinadas características microambientais na região (SANTOS et al., 2012SANTOS, R.M.;OLIVEIRA-FILHO,A. T.EISENLOHR, P. V.;QUEIROZ, L. P.CARDOSO, D. B. O. S.; RODAL, M. J. N.Identity and relationships of the Arboreal Caatinga among other floristic units of seasonally dry tropical forests (SDTFs) of North-eastern and Central Brazil. Ecology and Evolution, Hoboken, v. 2, p. 409-428, 2012.). Esse fato justifica a conservação imediata dessas áreas.

Estrutura

Foram amostrados 1391 indivíduos, resultando em uma estimativa de 1375 indivíduos.ha-1. Já, nos três ambientes separadamente, encosta, Caatinga arbórea e ecótono foram amostrados 429, 706 e 256 indivíduos, respectivamente, correspondendo a 1340,62; 1765 e 1280 indivíduos.ha-1, respectivamente. Esse resultado está dentro dos padrões encontrados por Rodal et al. (2008)RODAL, M. J. N.; MARTINS, F. R.; SAMPAIO, V. S. B. E. Levantamento quantitativo das plantas lenhosas em trechos de vegetação de Caatinga em Pernambuco. Revista Caatinga, Mossoró, v. 21, n. 3, p. 192-205, 2008., em caatingas arbóreas e arbustivas (1076 a 2172 ind.ha-1). O valor encontrado para a área de Caatinga arbórea está próximo ao encontrado em caatingas arbóreas no norte de Minas por Santos et al. (2011SANTOS, R. M.; BARBOSA, A. C. M. C.; ALMEIDA, H. S.; VIEIRA, F. A.; SANTOS, P. F.; CARVALHO, D. A.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.Estrutura e florística de um remanescente de Caatinga Arbórea em Juvenília, Norte de Minas Gerais, Brasil. Cerne, Lavras, v. 17, n. 2, p. 247-258, 2011.) (1652,5 ind.ha-1).

O índice de diversidade de Shannon e a equabilidade de Pielou foram 4,19 nats.indivíduo-1 e 0,84, respectivamente. Já, para as áreas separadamente, o índice de diversidade encontrado foi 3,49, 3,74 e 3,61 nats.indivíduo-1 para a área de encosta, Caatinga arbórea e área ecotonal, respectivamente. A equabilidade foi de 0,80, 0,84 e 0,85, respectivamente. A diversidade para os três ambientes foi superior ao padrão encontrado para áreas deciduais, como (SANTOS et al., 2011SANTOS, R. M.; BARBOSA, A. C. M. C.; ALMEIDA, H. S.; VIEIRA, F. A.; SANTOS, P. F.; CARVALHO, D. A.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.Estrutura e florística de um remanescente de Caatinga Arbórea em Juvenília, Norte de Minas Gerais, Brasil. Cerne, Lavras, v. 17, n. 2, p. 247-258, 2011.) que obteve uma diversidade de 2,94, em uma área de Caatinga arbórea no norte de Minas, Alcoforado-Filho et al. (2003)ALCOFORADO-FILHO, F. G.; SAMPAIO, E. V. S. B.; RODAL, M. J. N. Florística e fitossociologia de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru, Pernambuco. Acta Botanica Brasilica, Porto Alegre, v. 17, n. 2, p. 287-303, 2003. (3,09 nats.indivíduo-1) em uma vegetação Caducifólia Espinhosa em Caruaru, Pernambuco e Silva e Scariot (2004SILVA, L. A.; SCARIOT, A. Composição e estrutura da comunidade arbórea de uma Floresta Estacional Decidual sobre Afloramento calcário no Brasil Central.Revista Árvore Viçosa, v. 28, n. 1, p. 69-75, 2004.) (3,18 nats.indivíduo-1) em uma Floresta Estacional Decidual em Afloramento Calcário na Bacia do Rio Paranã, GO.

A área basal encontrada foi de 31,92 m2, o que corresponde a 34,70 m2.ha-1. Entre os ambientes foi 15,25 m2 na área de encosta, 12,02 m2 na Caatinga arbórea e 4,65 m2 no ecótono com cerrado. O equivalente à 47,64, 30,05 e 23,29 m2.ha-1, respectivamente. O que está acima da encontrada por Rodal et al. (2008) (14,62 a 34,29 m2.ha-1) e por Santos et al. (2011SANTOS, R. M.; BARBOSA, A. C. M. C.; ALMEIDA, H. S.; VIEIRA, F. A.; SANTOS, P. F.; CARVALHO, D. A.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.Estrutura e florística de um remanescente de Caatinga Arbórea em Juvenília, Norte de Minas Gerais, Brasil. Cerne, Lavras, v. 17, n. 2, p. 247-258, 2011.) (16,10 m2.ha-1), Alcoforado-Filho et al. (2003) (24,9 m2.ha-1) e Silva e Scariot (2004SILVA, L. A.; SCARIOT, A. Composição e estrutura da comunidade arbórea de uma Floresta Estacional Decidual sobre Afloramento calcário no Brasil Central.Revista Árvore Viçosa, v. 28, n. 1, p. 69-75, 2004.) (18,63 m2.ha-1). A área de encosta apresentou menor número de indivíduos e maior valor de área basal. Já, a Caatinga arbórea teve comportamento contrário, apresentando maior densidade e menor área basal. Demonstrando que algumas fisionomias investem mais no crescimento em biomassa, como a área mais úmida. Enquanto que outras, como a Caatinga arbórea para compensar o pouco investimento em área basal investem na reprodução, apresentando maior quantidade de indivíduos, ou seja, maior densidade. É provável que parte dessa variação quanto à densidade, esteja ligada à disponibilidade hídrica, como a distribuição da chuva ao longo do ano e a retenção de água no solo (ALCOFARADO FILHO et al., 2003ALCOFORADO-FILHO, F. G.; SAMPAIO, E. V. S. B.; RODAL, M. J. N. Florística e fitossociologia de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru, Pernambuco. Acta Botanica Brasilica, Porto Alegre, v. 17, n. 2, p. 287-303, 2003.).

Essas áreas também respondem estruturalmente de forma diferente quanto às espécies dominantes (Tabela 2). Ficus bonijesulapensis, Handroanthus ochraceus, Goniorrhachis marginata, Casearia selloana e Bauhinia forficata representaram 37,42% do valor de importância para a área de encosta. Esses altos valores de importância devem-se a alta densidade de H. ochraceus, a alta dominância de F. bonijesulapensis e alta frequência das demais. Cavanillesia arborea, Myracrodruon urundeuva, Handroanthus ochraceus, Poincianella pluviosa e Galipea ciliata representaram 29,39% do VI total para a área de Caatinga arbórea. O que está relacionado à alta densidade de P.pluviosa e G. ciliata, contudo em extratos diferentes, sendo a primeira nas maiores classes de altura e a segunda nas menores. Já, o alto VI de C. arborea está relacionado ao grande porte dos indivíduos refletindo na alta dominância, enquanto que as demais espécies obtiveram alta frequência. No ambiente de ecótono Aspidosperma multiflorum, Myracrodruon urundeuva, Callisthene fasciculata, Handroanthus impetiginosus e Pseudobombax marginatum representaram 44,71% do VI total. Esses valores de importância podem ser atribuídos à alta densidade, dominância e frequência de A. multiflorum, a alta frequência de M. urundeuva e a alta dominância de C. fasciculata, P. marginatum, e H. impetiginosus.

Tabela 2
Espécies amostradas no levantamento estrutural, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos em um remanescente de Floresta Tropical Sazonalmente Seca no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, MG, DA - Densidade Absoluta (ind,ha-1); DoA - Dominância Absoluta (m2,ha-1); FA - Frequência Absoluta (%) e VI = Valor de Importância (%). |Table 2: Species surveyed in Cavernas do Peruaçu National Park, followed by the phytosociological parameters: DA – Absolute Density (ind,ha-1); DoA - Absolute Dominance (m2,ha-1); FA - Absolute Frequency (%) and VI = Importance Value (%).

Nenhuma espécie esteve entre as cinco mais importantes nas três áreas. Apenas duas espécies foram as mais importantes em duas áreas. Myracrodruon urundeuva na Caatinga arbórea e área ecotonal e Handroanthus ochraceus na encosta e Caatinga arbórea. Myracrodruon urundeuva é uma espécie de ampla distribuição e indicadora de florestas deciduais (PRADO; GIBBS, 1993PRADO, D. E.; GIBBS, P. E. Patterns of species distributions in the dry seasonal forest of South America. Annual of the Missouri Botanical Garden, Saint Louis, v. 80, p. 902-927, 1993.) e H. ochraceus, segundo Gentry (1992GENTRY, A. H. Bignoniaceae: part II, tribe Tecomeae. Flora Neotropica, New York, v. 25, p. 370, 1992.) caracteriza-se como elemento típico do cerrado brasileiro, mas podendo ocorrer também em formações florestais, sendo também típica de Caatinga arbórea (SANTOS et al., 2012SANTOS, R.M.;OLIVEIRA-FILHO,A. T.EISENLOHR, P. V.;QUEIROZ, L. P.CARDOSO, D. B. O. S.; RODAL, M. J. N.Identity and relationships of the Arboreal Caatinga among other floristic units of seasonally dry tropical forests (SDTFs) of North-eastern and Central Brazil. Ecology and Evolution, Hoboken, v. 2, p. 409-428, 2012.).

Algumas espécies, além de se destacarem quanto ao valor de importância, também se destacaram quanto ao valor de indicação (Tabela 3). Sendo C. selloana e B. forficata para a encosta. E A. multiflorum, C. fasciculata e M. urundeuva para o ecótono (Tabela 3). C. selloana é característica de floresta estacional semidecidual (MARQUETE; VAZ, 2007MARQUETE, R.; VAZ, A. M. S. O gênero Casearia no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 58, n. 4, p. 705-738, 2007.), B. forficata é característica da floresta pluvial Atlântica, encontrando-se, preferencialmente, em planícies aluviais, úmidas ou início de encostas (LORENZI, 1998LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. São Paulo: Plantarum, 1998. v. 1, 352 p.) e C. fasciculata é indicadora de enclaves de floresta seca em matriz de cerrado (SANTOS et al., 2012SANTOS, R.M.;OLIVEIRA-FILHO,A. T.EISENLOHR, P. V.;QUEIROZ, L. P.CARDOSO, D. B. O. S.; RODAL, M. J. N.Identity and relationships of the Arboreal Caatinga among other floristic units of seasonally dry tropical forests (SDTFs) of North-eastern and Central Brazil. Ecology and Evolution, Hoboken, v. 2, p. 409-428, 2012.), confirmando a diferenciação florística e estrutural entre as áreas.

Tabela 3
Espécies indicadoras de três ambientes amostrados no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, Norte de Minas Gerais. VI= valor de indicação. |Table 3: Indicator species from the three environments sampled in Cavernas do Peruaçu National Park, north of Minas Gerais. VI= Indicator value

Com relação à distribuição dos indivíduos em classes de diâmetro (Figura 2), Caatinga arbórea e encosta apresentaram um mesmo padrão, com uma diminuição gradual do número de indivíduos. Já, o ambiente ecotonal apresentou uma distribuição tendendo a normal, com uma maior concentração de indivíduos nas classes intermediárias. Considerando que a distribuição diamétrica pode refletir o histórico da floresta, bem como a ocorrência de distúrbios passados como fogo, corte seletivo e herbivoria (MEYER et al., 1961MEYER, H. A.; RECKNAGEL, A. B.; STEVENSON, D. D.; BARTOO, R. A. Forest management. 2nd ed. New York: Ronald, 1961. 282 p.), o padrão encontrado para a Caatinga arbórea e para a encosta foi diferente do encontrado para outras florestas deciduais, como o trabalho de Santos et al. (2011SANTOS, R. M.; BARBOSA, A. C. M. C.; ALMEIDA, H. S.; VIEIRA, F. A.; SANTOS, P. F.; CARVALHO, D. A.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.Estrutura e florística de um remanescente de Caatinga Arbórea em Juvenília, Norte de Minas Gerais, Brasil. Cerne, Lavras, v. 17, n. 2, p. 247-258, 2011.) amostrando uma floresta decidual no município de Juvenília, norte de Minas. Neste estudo, foi encontrada uma distribuição normal, o que segundo os autores, pode estar relacionado a fatores antrópicos que podem estar interferindo na regeneração natural da área (SANTOS; VIEIRA, 2005SANTOS, R. M.; VIEIRA, F. A.Análise estrutural do componente arbóreo de três áreas de cerrado em diferentes estádios de conservação no município de Três Marias, Minas Gerais, Brasil.CerneLavras, v. 11, n. 4, p. 399-408, dez. 2005.). Esse padrão de distribuição, tendendo a J reverso evidencia um ótimo estado de conservação da área, ou seja, não há distúrbios comprometendo o número de indivíduos na primeira classe.

Figura 2:
Distribuição de frequência em classes de diâmetro dos indivíduos arbóreos amostrados em três ambientes de Floresta Tropical Sazonalmente Seca no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. |Figure 2: Diameter classes frequency distribution of the trees sampled in the three environments of Seasonally Dry Tropical Forest at Cavernas do Peruaçu National Park.

CONCLUSÕES

Existem tanto diferenciações florísticas quanto estruturais entre encosta, Caatinga arbórea e ecótono com Cerrado. As diferenciações florísticas foram evidenciadas, tanto pelas espécies indicadoras quanto pelo grande número de espécies exclusivas a cada ambiente. Quanto às variações estruturais, o ecótono apresentou os menores valores tanto de densidade quanto de área basal. Já, a encosta e Caatinga arbórea apresentaram estratégias opostas, indivíduos encontrados na encosta apresentaram maior crescimento em biomassa, representado pela área basal, já, os indivíduos da Caatinga arbórea demonstraram maior investimento em reprodução, evidenciado pelo maio número de indivíduos.

  • ALCOFORADO-FILHO, F. G.; SAMPAIO, E. V. S. B.; RODAL, M. J. N. Florística e fitossociologia de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru, Pernambuco. Acta Botanica Brasilica, Porto Alegre, v. 17, n. 2, p. 287-303, 2003.
  • BRASIL. Decreto s/no, de 21 de setembro de 1999. Cria o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, no Estado de Minas Gerais, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 22 set. 1999. Seção 1, p. 6.
  • BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretaria de Políticas de Desenvolvimento Regional. Nova delimitação do semi-árido brasileiro. Brasília, 2005.
  • BROWER, J. E.; ZAR, J. H. Field and laboratory methods for general ecology. Dubuque: W. M. C. Brow, 1984.
  • DUFRÊNE, M.; LEGENDRE, P. Species assemblages and indicator species: the need for a flexible asymmetrical approach. Ecological Monograhs, Washington, v. 67, p. 345-366, 1997.
  • GENTRY, A. H. Bignoniaceae: part II, tribe Tecomeae. Flora Neotropica, New York, v. 25, p. 370, 1992.
  • GOMES, F. T.; SILVA, E. P.; CORREA, J. B.; AVELINO, A. S. Plano operativo de prevenção e combate aos incêndios florestais no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. Itacarambi: IBAMA, 2007. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/phocadownload/category/44-p?download=2331>. Acesso em: 10 nov. 2013.
    » http://www.ibama.gov.br/phocadownload/category/44-p?download=2331
  • LINARES-PALOMINO, R.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.; PENNINGTON, R. T. Neotropical seasonally dry forests: diversity, endemism and biogeography of woody plants. In: DIRZO, R.; YOUNG, H. S.; MOONEY, H. A.; CEBALLOS, G. (Ed.). Seasonally dry tropical forests: ecology and conservation. Washington: Island, 2011. p. 3-21.
  • LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. São Paulo: Plantarum, 1998. v. 1, 352 p.
  • MARQUETE, R.; VAZ, A. M. S. O gênero Casearia no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 58, n. 4, p. 705-738, 2007.
  • MCCUNE, B.; MEFFORD, M. J. PC-ORD version 4.0, multivariate analysis of ecological data: users guide. Glaneden Beach: MjM Software Design, 1999. 237 p.
  • MEYER, H. A.; RECKNAGEL, A. B.; STEVENSON, D. D.; BARTOO, R. A. Forest management. 2nd ed. New York: Ronald, 1961. 282 p.
  • MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLEMBERG, H. Aims and methods of vegetation ecology. New York: J. Wiley, 1974.
  • OLIVEIRA, G.; ARAÚJO, M. B.; RANGEL, T. F.; ALAGADOR, D.; DINIZ-FILHO, J. A. F. Conserving the Brazilian semiarid (Caatinga) biome under climate change. Biodiversity and Conservation, Dordrecht, v. 21, p. 2913-2926, 2012.
  • OLIVEIRA FILHO, A. T.; RATTER, J. A. Padrões florísticos das Matas ciliares da Região do Cerrado e a evolução das paisagens do Brasil Central durante o Quaternário Tardio. In: RODRIGUES, R. R.; LEITÃO FILHO, H. F. (Ed.). Matas ciliares: conservação e recuperação. 2. ed. São Paulo: EDUSP; FAPESP, 2009. p. 73-89.
  • PENNINGTON, R. T.; LAVIN, M.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.Evolution, and ecology in the tropics: perscpectives from seasonally dry tropical forests. Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics, Palo Alto, v. 40, p. 437-457, 2009.
  • PRADO, D. E.; GIBBS, P. E. Patterns of species distributions in the dry seasonal forest of South America. Annual of the Missouri Botanical Garden, Saint Louis, v. 80, p. 902-927, 1993.
  • QUEIROZ, L. P. The Brazilian Caatinga: phytogeographical patterns inferred from distribution data of the Leguminosae. In:PENNINGTON, R. T; RATTER, J. A.LEWIS, G. P. (Ed.). Neotropical savannas and dry forests: plant diversity, biogeography and conservation. Boca Raton: CRC, 2006. p. 113-149. (The Systematics Association Special volume Series, 69).
  • RODAL, M. J. N.; MARTINS, F. R.; SAMPAIO, V. S. B. E. Levantamento quantitativo das plantas lenhosas em trechos de vegetação de Caatinga em Pernambuco. Revista Caatinga, Mossoró, v. 21, n. 3, p. 192-205, 2008.
  • SANTOS, R. M.; BARBOSA, A. C. M. C.; ALMEIDA, H. S.; VIEIRA, F. A.; SANTOS, P. F.; CARVALHO, D. A.; OLIVEIRA-FILHO, A. T.Estrutura e florística de um remanescente de Caatinga Arbórea em Juvenília, Norte de Minas Gerais, Brasil. Cerne, Lavras, v. 17, n. 2, p. 247-258, 2011.
  • SANTOS, R.M.;OLIVEIRA-FILHO,A. T.EISENLOHR, P. V.;QUEIROZ, L. P.CARDOSO, D. B. O. S.; RODAL, M. J. N.Identity and relationships of the Arboreal Caatinga among other floristic units of seasonally dry tropical forests (SDTFs) of North-eastern and Central Brazil. Ecology and Evolution, Hoboken, v. 2, p. 409-428, 2012.
  • SANTOS, R. M.; VIEIRA, F. A.Análise estrutural do componente arbóreo de três áreas de cerrado em diferentes estádios de conservação no município de Três Marias, Minas Gerais, Brasil.CerneLavras, v. 11, n. 4, p. 399-408, dez. 2005.
  • SANTOS, R. M.;VIEIRA,F. A.FAGUNDES, M.; NUNES, Y. R. F.; GUSMÃO, E.Riqueza e similaridade florística de oito remanescentes florestais no norte de Minas Gerais, Brasil. Revista Árvore, Viçosa, v. 31, n. 1, p. 135-144, 2007.
  • SILVA, L. A.; SCARIOT, A. Composição e estrutura da comunidade arbórea de uma Floresta Estacional Decidual sobre Afloramento calcário no Brasil Central.Revista Árvore Viçosa, v. 28, n. 1, p. 69-75, 2004.
  • TABARELLI, T.; SILVA, J. M. C. Áreas e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade da caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. BARROS, M. L. B. (Ed.). Ecologia e conservação da caatinga. Recife: UFPE, 2003. p. 777-796.
  • VELLOSO, A. L.; SAMPAIO, E. V. S. B. PAREYN, F. G. C. (Ed.). Ecorregiões: propostas para o bioma caatinga. Recife: Associação Plantas do Nordeste/Instituto de Conservação Ambiental The Nature Conservancy do Brasil, 2002.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Apr-Jun 2015

Histórico

  • Recebido
    03 Out 2012
  • Aceito
    28 Jan 2015
UFLA - Universidade Federal de Lavras Universidade Federal de Lavras - Departamento de Ciências Florestais - Cx. P. 3037, 37200-000 Lavras - MG Brasil, Tel.: (55 35) 3829-1706, Fax: (55 35) 3829-1411 - Lavras - MG - Brazil
E-mail: cerne@dcf.ufla.br