A prática do Karate-Dõ e cognição em idosos: uma revisão narrativa da literatura

Autores

  • Brandel José Pacheco Lopes Filho Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Camila Rosa de Oliveira IMED/Faculdade Meridional
  • Irênio Gomes da Silva Filho Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Maria Gabriela Valle Gottlieb Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.15448/2357-9641.2016.1.22825

Palavras-chave:

Envelhecimento, Artes Marciais, Karate, Cognição, Saúde.

Resumo

Objetivo: Apresentar e discutir, através de uma revisão narrativa, possíveis benefícios da prática do Karate-Dõ sobre os aspectos cognitivos no envelhecimento. Fontes de dados: Foram consultadas as bases de dados MEDLINE, SportDiscuss, LILACS e SciElo no período de janeiro a agosto de 2015, com buscas a partir do ano 2000, nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa, com os termos “Karate”, “Tai Chi”, “Martial Arts”, “Older People”, “Elderly” e “Cognition”, com auxílio de operadores booleanos (AND e OR); parênteses para ordenação dos operadores e aspas para identificação de palavras compostas. Resumo das constatações: O processo de envelhecimento está associado a diversas alterações no indivíduo, como diminuição de capacidades físicas e de aspectos cognitivos. Esta diminuição é própria do envelhecimento e pode ser agravada devido ao estilo de vida, sendo a atividade física um importante componente para manutenção das capacidades, de forma geral. Dentro das atividades físicas, destacamos o uso das artes marciais como forma de exercício sistematizado, cujo objetivo é a promoção de saúde e a (re)educação sobre o próprio corpo, tanto nos aspectos físicos quanto cognitivos. O Karate-Do é uma disciplina de desenvolvimento pessoal que possibilita memorizar e aprender um grande conjunto de movimentos e exercícios sequenciais, o que indica a presença de uma tarefa cognitiva exigente. Conclusões: A literatura é escassa e controversa nesse tema, no entanto, ao trabalhar técnicas de kihon (fundamento), kata (forma) e kumite (luta), o karateka (praticante) está sendo estimulado a organizar e manter estruturas cognitivas que facilitem e fixem seu aprendizado, sugerindo potencial beneficio às funções cognitivas.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Blessmann EJ. Corporeidade e envelhecimento: o significado do corpo na velhice, [dissertação], Rio Grande do Sul: Faculdade de Educação Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2003.

Sternberg RJ. Psicologia cognitiva. Porto Alegre: Artmed; 2008.

La Rue A. Healthy brain aging: role of cognitive reserve, cognitive stimulation, and cognitive exercises. Clin Geriatr Medicine 2010;26(1):99-111.

Nunan D. Development of a sports specific aerobic capacity test for karate: a pilot study. Sports Sci Medicine 2006;5: 47-53.

Jansen P, Dahmen-Zimmer K. Effects of cognitive, motor, and karate training on cognitive functioning and emotional well-being of elderly people. Front Psychology 2012;3:40.

Burke DT, Al-Adawi S, Lee YT, et al. Martial arts as sport and therapy. J Sports Med Phys Fitness 2007;47(1): 96-102.

Nakazato J, Oshiro N, Miyagi T, et al. Okinawa karate and martial arts with weaponry [Internet]. 2003 [Acesso em 2012 jun 20]. Disponível em URL: http://www.wonderokinawa.jp/023/eng.

Neto VRS. Os benefícios da prática do karatê na vida dos idosos. Edu Fís Revista 2011;5(1):1-7. Wagner GP, Brandão L, Parente MAMP. Disfunções cognitivas do declínio cognitivo leve. In Parente MAMP, organizador. Cognição e envelhecimento. Porto Alegre: Artmed; 2006.

Petersen RC, Stevens J, Ganguli M, et al. Practice parameter: early detection of dementia: mild cognitive impairment. Neurology 2001;56:1133-42.

Petersen RC. Mild cognitive impairment as a diagnostic entity. J Intern Medicine 2004;256(3):183-94.

Charchat-Fichman H, Caramelli P, Sameshima K, et al. Declínio da capacidade cognitiva durante o envelhecimento. Rev Bras Psiquiatria 2005;27(12):79-82.

Sosa AL, Albanese E, Stephan, BC, et al. Prevalence, distribution, and impact of mild cognitive impairment in Latin America, China and India: a 10/66 population-based study. PLoS Medicine 2012;9(2):e1001170. doi:10.1371/journal.pmed.1001170

Chaves ML, Camozzato AL, Godinho C, et al. Incidence of mild cognitive impairment and Alzheimer disease in Southern Brazil. J Geriatr Psychiatry Neurology 2009;22(3):181-7.

Reiman EM. Alzheimer's disease and other dementias: advances in 2013. Lancet Neurology 2014;13(1):3-5.

Kato-Narita EM, Nitrini R, Radanovic M. Assessment of balance in mild and moderate stages of Alzheimer's disease: implications on falls and functional capacity. Arquivos de Neuropsiquiatria 2011;69(2A):202-207.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção da População do Brasil por sexo e idade: 2000-2060 [Internet]. 2013 [Acesso em 2016 fev 20]. Disponível em URL: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/2013/default_tab.shtm

Cicerone KD, Langenbahn DM, Braden C, et al. Evidencebased cognitive rehabilitation: updated review of the literature from 2003 through 2008. Archives of Physical Medicine Rehabilitation 2011;92(4):519-530.

Anstey KJ, Von Sanden C, Salim A, et al. Smoking as a risk factor for dementia and cognitive decline: a meta-analysis of prospective studies. Am J Epidemiology 2007;166(4): 367-78.

Proust-Lima C, Amieva H, Letenneur L, et al. Gender and education impact on brain aging: a general cognitive factor approach. Psychol Aging 2008 Sept;23(3):608-20.

Stern Y. Cognitive reserve in ageing and Alzheimer's disease. Lancet Neurology 2012;11(11):1006-12.

Nucci M, Mapelli D, Mondini S. Cognitive Reserve Index questionnaire (CRIq): a new instrument for measuring cognitive reserve. Aging Clin Exp Research 2012;24(3): 218-26.

American College of Sports Medicine. Exercise and physical activity for older adults: position stand. Med Sci Sports Exercise 2009;41(7):1510-30.

Barnes DE, Yaffe K., Satariano WA, et al. A longitudinal study of cardiorespiratory fitness and cognitive function in healthy older adults. J Am Geriatr Society 2003;51(4):459-65.

Sattler C, Toro P, Schönknecht P, et al. Cognitive activity, education and socioeconomic status as preventive factors for mild cognitive impairment and Alzheimer's disease. Psychiatry Research 2012;196(1):90-5.

Antunes HKM, Santos RF, Cassilhas R, et al. Exercício físico e função cognitiva: uma revisão. Rev Bras Med Esporte 2006;12(2):108-14.

Funakoshi G. Karatê-Do Nyumon: texto introdutório do mestre. São Paulo: Cultrix; 1999.

Nakayama M. O melhor do Karatê: visão abrangente – práticas. São Paulo: Cultrix; 2000.

Dantas EHM. A Prática da Preparação Física. Rio de Janeiro: Shape; 2003.

Fabrício SCC, Rodrigues RAP, Junior MLC. Causas e consequências de quedas de idosos atendidos em hospital público. Rev Saúde Pública 2004;38(1):93-9.

Imamura T, Hirono N, Hashimoto M, et al. Fall-related injuries in dementia with Lewy Bodies (DLB) and Alzheimer’s disease. Eur J Neurology 2000;7(1):77-9.

Sheridan PL, Hausdorff JM. The role of higher-level cognitive function in gait: executive dysfunction contributes to fall risk in Alzheimer’s disease. Dement Geriatric Cogn Disorders 2007;24(2):125-37.

Viana ED, Paiva ACS, Vassoler MZ, et al. Efeitos de um treinamento de karatê nas funções cognitivas e motoras em idoso com demência mista. Rev Facul Integr Claretianas 2011;1(4):149-59.

Conant KD, Morgan AK, Muzykewicz D, et al. A karate program for improving self-concept and quality of life in childhood epilepsy: results of a pilot study. Epilepsy & Behavior 2008;12(1):61-5.

Man DWK, Tsang WWN, Hui-Chan CWY. Do older T’ai Chi practitioners have better attention and memory function? J Altern Complement Medicine 2010;16(12): 1259-64.

Nguyen MH, Kruse A. A randomized controlled trial of Tai chi for balance, sleep quality and cognitive performance in elderly Vietnamese. Clin Interv Aging 2012;7:185-90.

Lam LCW, Chau RCM, Wong BML, et al. Interim follow-up of a randomized controlled trial comparing Chinese style mind body (Tai Chi) and stretching exercises on cognitive function in subjects at risk of progressive cognitive decline. Int J Geriatr Psychiatry 2011;26(7):733-40.

Chang JY, Tsai P, Beck C, et al. The effect of Tai Chi on cognition in elders with cognitive impairment. Medsurg Nursing 2011;20(2):63-70.

Wang W, Sawada M, Noriyama Y, et al. Tai Chi exercise versus rehabilitation for the elderly with cerebral vascular disorder: a single-blinded randomized controlled trial. Psychogeriatrics 2010;10(3):160-6.

Downloads

Publicado

2016-08-23

Como Citar

Pacheco Lopes Filho, B. J., Rosa de Oliveira, C., Gomes da Silva Filho, I., & Valle Gottlieb, M. G. (2016). A prática do Karate-Dõ e cognição em idosos: uma revisão narrativa da literatura. PAJAR - Pan-American Journal of Aging Research, 4(1), 31–37. https://doi.org/10.15448/2357-9641.2016.1.22825

Edição

Seção

Artigo de Revisão