O complexo Atuba: um cinturão paleoproterozóico intensamente retrabalhado no Neoproterozóico

Autores

  • O Siga Júnior USP; Instituto de Geociências; Departamento de Geologia Geral
  • M. A. S Basei USP; Instituto de Geociências; Departamento de Geologia Geral
  • J. M Reis Neto UFPR; Centro Politécnico; Departamento de Geologia
  • A Machiavelli USP; Instituto de Geociências; Departamento de Geologia Geral
  • O. M Harara USP; Instituto de Geociências; Departamento de Geologia Geral

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-8986.v26i0p69-98

Palavras-chave:

Complexo Atuba, tectônica, Paleoproterozóico e Neoproterozóico

Resumo

Os estudos realizados nos terrenos localizados entre os Cinturões Ribeira (N) e Dom Feliciano (S) permitiram caracterizar a existência de três domínios geotectônicos com evoluções próprias e distintas: Domínios Luis Alves, Curitiba e Paranaguá. O Complexo Atuba se insere no âmbito do Domínio Curitiba, que se limita a noroeste com as seqüências metassedimentares dos Grupos Açungui e Setuva, e a sudeste com os gnaisses granulíticos do Domínio Luis Alves, contatos esses que se fazem por importantes zonas de cisalhamento. Predominam no Domínio Curitiba rochas gnáissicas bandadas, migmatíticas, do fácies anfibolito, representadas principalmente por biotita-anfibólio-gnaisses contendo leucossomas de composições tonalitogranodioríticas além de graníticas, que compõem o aqui denominado Complexo Atuba. Caracteriza-se por migmatitos formados no Paleoproterozóico (2.000 ± 200 Ma), remigmatizados no Neoproterozóico (600± 20 Ma), período esse em que as isotermas atingiram temperaturas superiores a 500 ºC. O padrão estrutural observado é indicativo de uma tectônica controlada em grande parte por cisalhamento, com importante componente lateral, e transporte relativo em direção a sul-sudeste. As rochas pertencentes ao Complexo Atuba representam terrenos relativamente profundos, do fácies anfibolito, migmatizados, granitizados acrescidos à borda do Domínio Luis Alves (Microplaca Luis Alves) durante o Neoproterozóico. Este quadro tectônico definido no final do Neoproterozóico com continuidade até o Cambro-Ordoviciano, parece ser o resultado de processos maiores, envolvendo aglutinações de massas continentais, que culminaram com a formação do Gondwana Ocidental.

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Publicado

1995-01-01

Edição

Seção

nao definida