Artigo original
Ventilação oscilatória de alta frequência em crianças com síndrome da angústia respiratória aguda: experiência de um centro de tratamento intensivo pediátricoHigh-frequency oscillatory ventilation in children with acute respiratory distress syndrome: Experience of a pediatric intensive care unit

https://doi.org/10.1016/j.ramb.2013.02.007Get rights and content
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Resumo

Objetivo

Descrever os efeitos da aplicação da ventilação de alta frequência oscilatória como suporte ventilatório de resgate em uma série de pacientes pediátricos com síndrome da angústia respiratória aguda (SARA).

Métodos

Participaram do estudo 25 crianças (> 1 mês e < 17 anos) internadas em uma UTI pediátrica universitária com SARA e submetidas à ventilação de alta frequência oscilatória (VAFO) por um mínimo de 48 horas, após falha da ventilação mecânica convencional.

Resultados

A taxa de mortalidade foi de 52% (13/25) 28 dias após o início da SARA. Ao longo de 48 horas, a aplicação da VAFO reduziu o índice de oxigenação [38 (31-50) vs. 17 (10-27)] e aumentou a relação pressão arterial parcial de O2/fração inspirada de O2 [65 (44-80) vs. 152 (106-213)]. A pressão arterial parcial de CO2 [54 (45-74) vs. 48 (39-58) mmHg] manteve-se inalterada. A pressão média de vias aéreas oscilou entre 23 e 29 cmH2O. A VAFO não comprometeu a hemodinâmica e observou-se uma redução da frequência cardíaca (141 ± 32 vs. 119 ± 22 bat/min), a pressão arterial média (66 ± 20 vs. 71 ± 17 mmHg) e o escore inotrópico [44 (17-130) vs. 20 (16-75)] mantiveram-se estáveis nesse período. Nenhum sobrevivente ficou dependente de oxigênio.

Conclusão

VAFO melhora a oxigenação de pacientes pediátricos com SARA grave e hipoxemia refratária ao suporte ventilatório convencional.

Abstract

Objective

To describe the effects of high-frequency oscillatory ventilation (HFOV) as a rescue ventilatory support in pediatric patients with acute respiratory distress syndrome (ARDS).

Methods

Twenty-five children (1 month < age < 17 years) admitted to a university hospital pediatric intensive care unit (ICU) with ARDS and submitted to HFOV for a minimum of 48 hours after failure of conventional mechanical ventilation were assessed.

Results

Twenty eight days after the onset of ARDS, the mortality rate was 52% (13/25). Over the course of 48 hours, the use of HFOV reduced the oxygenation index [38 (31-50) vs. 17 (10-27)] and increased the ratio of partial arterial pressure O2 and fraction of inspired O2 [65 [44-80) vs. 152 (106-213)]. Arterial CO2 partial pressure [54 (45-74) vs. 48 (39-58) mmHg] remained unchanged. The mean airway pressure ranged between 23 and 29 cmH2O. HFOV did not compromise hemodynamics, and a reduction in heart rate was observed (141 ± 32 vs. 119 ± 22 beats/min), whereas mean arterial pressure (66 ± 20 vs. 71 ± 17 mmHg) and inotropic score [44 (17-130) vs. 20 (16-75)] remained stable during this period. No survivors were dependent on oxygen.

Conclusion

HFOV improves oxygenation in pediatric patients with ARDS and severe hypoxemia refractory to conventional ventilatory support.

Palavras-chave

Síndrome da angústia respiratória aguda
Ventilação de alta frequência oscilatória
Insuficiência respiratória
Pediatria
Ventilação mecânica protetora

Keywords

Acute respiratory distress syndrome
High frequency oscillatory ventilation
Respiratory failure
Pediatrics
Protective mechanical ventilation

Cited by (0)

Trabalho realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.